Depois de se entrar no parque da Base de Pesquisa e Criação de Pandas Gigantes percorre-se uma estrada ladeada de bambus até chegar à Base. Por aqui se vê o enorme território em que os pandas vivem quase em liberdade.
Os primeiros pandas que avistámos entre a folhagem.
Os primeiros pandas que avistámos entre a folhagem.
Este estava bem perto da cerca baixinha de arame farpado que nos separava.
Instalado numa espécie de banco de trocos comia tranquilamente os bambus e apesar de nos olhar não deu mostras de se incomodar…
Este local está junto às instalações onde se recolhem à noite e depois de visitar o resto da Base, foi aqui que o guarda me deixou entrar e acho que foi a este que fiz festinhas. Uma ternura! Apetecia trazer comigo!
No edifício da maternidade uma das várias incubadoras com um pequenino.Disseram-nos que tinha três meses mas não explicaram porque é que estava ali.
E é assim a “creche”. De barriga cheia fazem uma soneca! Impossível não ficar apaixonada!
E é assim a “creche”. De barriga cheia fazem uma soneca! Impossível não ficar apaixonada!
E é assim a “creche”. De barriga cheia fazem uma soneca! Impossível não ficar apaixonada!
E é assim a “creche”. De barriga cheia fazem uma soneca! Impossível não ficar apaixonada!
Na breve passagem por Chengdu, as velhas ruas dos bairros antigos.
Na breve passagem por Chengdu, as velhas ruas dos bairros antigos.
Na breve passagem por Chengdu, as velhas ruas dos bairros antigos.
O Rio de Brocado – o rio murado que corre pela cidade.
A estátua do poeta Du Fu à entrada e os jardins. ainda existe a cabana onde este poeta viveu.
A estátua do poeta Du Fu à entrada e os jardins. ainda existe a cabana onde este poeta viveu.
E as paisagens magníficas durante ao longo percurso de 9 horas até Lijiang.
E as paisagens magníficas durante ao longo percurso de 9 horas até Lijiang.
E as paisagens magníficas durante ao longo percurso de 9 horas até Lijiang.
Por entre montanhas e vales.
Por entre montanhas e vales.
Por entre montanhas e vales.
Os vales imensos entre as montanhas, que deram vida ao “Horizonte Perdido” de James Hilton.
Os vales imensos entre as montanhas, que deram vida ao “Horizonte Perdido” de James Hilton.
Os vales imensos entre as montanhas, que deram vida ao “Horizonte Perdido” de James Hilton.
Os vales imensos entre as montanhas, que deram vida ao “Horizonte Perdido” de James Hilton.
Onde tive o privilégio de ver de perto, (tão perto que deu para lhe fazer festas!) os Pandas Gigantes e depois de uma noite mal dormida a bordo de um comboio, esperava-nos a “Grande Aventura” de um percurso muito longo por uma das mais belas estradas de montanha, cheia de precipícios e imensos vales que inspiraram o mágico “Shangri Lá” do “Horizonte Perdido” de James Hilton. Para chegarmos, à que foi para mim, a mais encantadora cidade da China. Ainda em Anyue, durante o jantar servido num reservado do restaurante do Hotel (para estarmos resguardadas dos olhares curiosos dos outros comensais, aliás, esforço inglório, pois nada conseguiu impedi-los de nos virem espreitar à vez, com grandes risos e acenos!) o nosso simpático e muito jovem guia de nome ocidental para turistas Jean, surgiu para nos comunicar que sim!, [em resposta ao meu desejo de visitar a Base de Pesquisa e Criação de Pandas Gigantes, (para mim uma ocasião única na vida absolutamente imperdível) que se situa a alguns quilómetros da cidade de Chengdu, prescindindo das visitas programadas à cidade e ao museu da mesma, (já tinha visto tantos!) nem que fosse num táxi, uma vez que não fazia parte do programa], o nosso motorista nos levaria lá, tendo apenas que lhe pagar uma quantia que ele disse ser para a gasolina. Eu pagava-lhe fosse o que fosse! E foi assim que visitámos esse local único, onde os pandas são tratados com dignidade e cuidados, (ao contrário dos zoos que visitámos) num parque imenso de bambus, onde vivem praticamente em liberdade e onde, além das casas onde se recolhem à noite, existe uma maternidade, com incubadoras e tudo! E os infantários para os jovens pandas brincarem e dormirem a sesta pendurados nas árvores! (o que eles mais gostam de fazer!) Uma delícia! Mas fantástico mesmo, foi o Jean ter, a troco de uns “yuans”, convencido o guarda das casas dos ursos grandes a me deixar entrar, tocar e fazer festas a um Panda! Emoção inesquecível! E então não é que aqueles “ursinhos”(eram maiores que eu) com ar de peluches, têm um pelo tão áspero e que pica imenso? Quem diria? Fiz-lhe festas enquanto comia uma maçã e enquanto a minha amiga a uma distância segura dizia:”Sai daí que ele morde-te!” Não morde nada! Aliás estou convencida de que são bem pacíficos! Enquanto esteve ocupado com a tarefa de comer a maçã nem ligou nenhuma às minhas entusiasmadas carícias! Só depois se dignou mirar-me e cheirar-me, após o que voltou à ocupação mais interessante de comer outra maçã… E só lamento que no meu entusiasmo inicial tenha gasto os rolos de fotografias que levava comigo (na altura ainda não tinha câmera digital) e que quando o guarda, por sinais me disse que o urso me abraçava para a “foto” já não restavam fotos, nem a mim, nem à minha amiga! Ficam as muitas que fiz desses animais encantadores e a preciosa recordação dessa oportunidade única! Da cidade de Chengdu fica uma recordação difusa, uma vez que depois da visita aos pandas e de chegarmos atrasadas para o almoço, só deu tempo para darmos umas voltas de carro pela parte mais antiga da cidade, que também foi cidade imperial no século XIV e a visita ao Parque do Poeta DU FU, edificado no local onde ele construiu a sua humilde cabana e viveu entre o ano de 712 a 770. Escreveu mais de 200 poemas e continua a ser uma fonte de inspiração para os poetas atuais! Isto porque o nosso comboio noturno partia às 17h… para um percurso que durou a noite toda, num para, arranca, com solavancos infindáveis e uns WC’s para esquecer e que é melhor nem descrever!!! Onde mal dormi e mal me deitei, mesmo tendo uma “couchette” em 1.ª classe! Mas em compartimentos de quatro e onde nos calharam dois cavalheiros” dos quais um deles a primeira coisa que fez foi puxar o “escarrador” para perto dele! Vá lá que dormiram vestidos em cima das camas! E foi por volta das 6,30h da manhã que chegámos ao nosso destino, Pánzhíhúa onde nos aguardava um novo guia (o pior de todos, que eu batizei de “morsa”e que dormiu o tempo todo do trajeto de carro (9 horas!) e um motorista cheio de sono, muito simpático, com os dentes podres e o cabelo empastado de brilhantina, que não sabia dizer uma palavra mas que se ria muito! Tenho que lhes fazer justiça… Eles tinham acabado de fazer o mesmo trajeto de 9 horas para nos irem buscar à estação! E um carro antigo, que não tinha travões em condições nem molas nos bancos de trás – o que deu origem à nossa “Grande Aventura”! E foi assim que aconteceu… à chegada puseram à nossa disposição um quarto num hotel para descansar 1 hora e nos refrescarmos pelo que a seguir demos início ao percurso de carro para Lijiang, na província de Yùnnán quase na fronteira do Tibet! Nove horas infindáveis de carro por montanhas e vales! Os primeiros 70 km de estrada à saída da cidade, foram um pesadelo! Estrada em construção, tratores e camiões carregados de pedra e alcatrão, num para, arranca por cima de pedregulhos e que durou uma eternidade, para finalmente nos encontrarmos a subir a montanha em direção às paisagens deslumbrantes, lindíssimas e perigosas a 2.400 metros de altura, donde se avistavam vales imensos de uma beleza espampanante. Foram aliás as descrições destas paisagens, transmitidas para o ocidente por Joseph Rock, um jornalista do National Geographic, austro-americano e que viveu em Lijiang de 1922 a 1949 (até mandou vir da América uma banheira!), que deram origem ao mágico Shagri Lá descrito no Horizonte Perdido de James Hilton, um escritor que nunca por aqui passou! E tudo isto por uma estrada estreita e às curvas com intermináveis precipícios . Ora já tinha a minha amiga notado que os travões não estavam em condições, uma vez que só usava as mudanças para travar, mas o pior foi a dada altura apercebermo-nos de que o motorista ia cheio de sono, a abrir a boca, enquanto o guia tinha “ferrado” a dormir com o boné na cara. Até que pelo espelho retrovisor eu vi o motorista fechar os olhos e deixar tombar a cabeça sobre o volante! Dei um grito e um abanão ao guia e disse-lhe: “O chauffeur está cheio de sono. Vais mandá-lo parar já, encostar o carro à berma da estrada e dormir nem que seja meia hora! E foi assim que nos achámos as duas sentadas nos degraus de uma rústica estalagem de berma de estrada à espera do soninho do motorista! É que rolar por um daqueles precipícios não era brincadeira! Ou seja , era morte certa! Quando ele acordou, cheio de risos, disse-lhe por gestos que lavasse a cara num alguidar que estava cheio de água na beira da estrada. O que lhe deu muita vontade de rir! E lá seguimos sem mais incidentes! Para chegarmos ao fim da tarde a Lijiang. De que vos falarei na próxima crónica.