O mercado imobiliário de luxo está a atravessar uma transformação significativa. Se antes a ostentação e a opulência eram os principais fatores de distinção, hoje, os clientes estão cada vez mais exigentes e atentos a detalhes que vão muito além da mera aparência. A sofisticação está agora aliada à sustentabilidade, à tecnologia e às experiências personalizadas, moldando um novo padrão para o luxo moderno.

A preocupação com a sustentabilidade não é apenas uma tendência passageira, mas uma exigência crescente neste mercado. Os consumidores procuram propriedades e produtos que não apenas reflitam estatuto, mas também uma responsabilidade ambiental concreta. Eficiência energética, materiais sustentáveis, construção ecológica e design bioclimático estão no centro das decisões de compra. A tecnologia também se tornou indispensável: casas inteligentes, integração domótica, segurança avançada e conforto personalizado, através de sistemas de automação, são critérios essenciais para os compradores de luxo. A crescente procura por sustentabilidade e eficiência energética reflete um mercado cada vez mais consciente, em que se destacam propriedades que integram tecnologia verde, como painéis solares e isolamento térmico eficiente. Além do impacto ambiental, estas soluções garantem uma eficiência económica a longo prazo.

Se antes luxo era sinónimo de excesso, hoje está cada vez mais associado à sofisticação e à capacidade de tornar o simples algo especial. A exclusividade não reside apenas no preço elevado, mas na experiência única que um produto ou serviço pode proporcionar. Este novo consumidor não quer apenas um imóvel ou um objeto de luxo, mas sim uma vivência memorável e singular. Os espaços ao ar livre ganharam valor inestimável, especialmente após a pandemia. Hortas privadas, jardins biológicos, varandas amplas e zonas de meditação passaram a ser elementos essenciais nas propriedades de luxo. Há também um aumento do interesse por resorts com foco no bem-estar e em atividades no exterior, promovendo um estilo de vida equilibrado e saudável.

A localização continua a ser um fator crucial no mercado de luxo, mas o que mudou é a perceção do que significa uma boa localização. Antes, bastava estar numa zona nobre; agora, a proximidade ao trabalho, a escolas internacionais, serviços premium e acessibilidades são os fatores que determinam o valor real de um imóvel. Outro ponto que se destaca é a segurança e estabilidade da região. O luxo não é apenas o que está dentro de casa, mas também o que acontece à sua volta. Assim, a escolha de um local passa por um critério mais amplo, que inclui segurança, tranquilidade e qualidade de vida.

A exigência também varia conforme a nacionalidade e o perfil do comprador. Um dos exemplos são os americanos, que preferem destinos com sol e estão muito ligados ao conceito de lifestyle e experiências ao ar livre. Por outro lado, os brasileiros dão prioridade a espaços amplos para atender à complexa logística familiar, incluindo governantas, babysitters e outros serviços domésticos. O investimento em arte é outra tendência crescente, com compradores a exigir paredes que sejam verdadeiras galerias privadas. O luxo está cada vez mais interligado à cultura e à expressão pessoal, tornando-se um reflexo da identidade e dos valores do proprietário.

As branded residences e os imóveis turnkey estão a ganhar destaque, pois eliminam a complexidade do processo de aquisição e adaptação. Estas propriedades, prontas a habitar, oferecem desde acabamentos premium a serviços integrados que garantem conforto e funcionalidade imediatos. Além disso, os clientes procuram cada vez mais outras comodidades como ginásios, piscinas, spas, saunas, salas de meditação, courts de padel e ténis, áreas de cowork, bibliotecas, salas de cinema, salas privadas para receber amigos, concierge, catering, valet parking e personal trainers. Esta exigência reflete uma clientela global muito mais diversificada e atenta ao detalhe.

O domínio das novas tecnologias e ferramentas digitais tornou-se indispensável no setor do luxo. Desde a utilização de plataformas avançadas para apresentações virtuais até à análise de dados de mercado, os consultores de luxo precisam de estar na vanguarda tecnológica para se manterem competitivos. Os clientes internacionais, em particular, esperam um nível de sofisticação digital que lhes permita tomar decisões informadas com rapidez e eficiência.

O mercado de luxo já não é apenas definido pelo preço, mas sim pelo desejo e pela experiência que proporciona. Sustentabilidade, tecnologia, localização estratégica, segurança, personalização e a capacidade de tornar o quotidiano em algo extraordinário, são os novos pilares do luxo contemporâneo. Os consumidores estão cada vez mais exigentes e conscientes, tornando essencial para as marcas e consultores deste segmento, a capacidade de compreender profundamente os desejos dos clientes e entregar não apenas produtos, mas vivências inesquecíveis. O luxo, mais do que nunca, é sobre emoção, exclusividade e significado.

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No próximo dia 1 de março arranca a primavera climatológica – não confundir com a primavera astronómica, que só terá início do final do mês – caracterizada por padrões comuns de precipitação e temperatura – como mudanças bruscas de tempo, temperaturas cada vez mais quentes e precipitação – que se estendem até 31 de maio.

De acordo com Alfredo Graça, geógrafo e editor-chefe da Meteored Portugal, a primavera climatológica deste ano deverá ser marcada por valores de temperatura superiores à média. No continente, os valores mais elevados da temperatura média costumam variar entre os 14 e 18 ºC nos distritos de Santarém, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Faro. Já nos Açores, rondam, por norma, os 15 e 17 ºC e na Madeira os 17 e 19 ºC. Não está previsto, contudo, que estas anomalias sejam superiores a 1 ºC, com exceção de pequenas zonas do Nordeste Transmontano e Alto Alentejo (distritos de Bragança e Portalegre) onde se preveem anomalias positivas de 1/1,5 ºC.

Primavera deve arrancar com chuva

De acordo com a Meteored, março de 2025 deverá ser um mês com probabilidades de chuva também acima da média – sobretudo no arquipélago da Madeira, ilhas de São Jorge, Terceira e São Miguel (Açores) e regiões a sul do rio Douro (incluindo o Algarve) – devido a uma anomalia positiva de 5 a 10 mm.

Geralmente, os valores médios da precipitação durante os meses de primavera climatológica – março a maio – ultrapassam os 600 mm no Minho (distritos de Viana do Castelo e Braga) e superam os 275 mm nos distritos do Porto e de Viseu. Já no Algarve não chegam, em média, aos 100 mm. Alfredo Graça sublinha, no entanto, que é difícil prever se a primavera será, ou não, muito chuvosa, dado que é possível, nesta estação, existirem diversas situações meteorológicas


Nas últimas três décadas, Marlene Vieira, 45 anos, é a primeira mulher a ganhar uma Estrela Michelin no seu restaurante Marlene, aberto em 2022, no Terminal de Cruzeiros de Lisboa. Na Gala Michelin Portugal 2025, realizada nesta terça, 25, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, só outra mulher se destacou: a jovem Rita Magro, 28 anos (em 2024 tinha sido eleita Jovem Chefe do Ano) que trabalha em equipa com Vítor Matos no Blind, restaurante do Torel Palace Porto, também vencedor de uma Estrela Michelin.  

Mas a noite foi de Marlene Vieira, a chefe de cozinha natural da Maia, “portista desde a barriga da mãe” e que, aos 12 anos, já acompanhava o pai nas entregas de carne a vários restaurantes. Foi um deles, aliás, que conquistou Marlene para este mundo: o La Costa Brava, restaurante de cozinha francesa (ainda existente na Maia), no qual trabalhou durante umas férias de verão. Desde então, nunca mais saiu de uma cozinha.

Falámos com Marlene Vieira, pouco depois da cerimónia.

Há 30 anos que não existia uma mulher chefe de cozinha com Estrela Michelin. Como se sente? 

É um marco. Sinto que, garantidamente, vai marcar a minha carreira e a de Portugal porque é um país de mulheres cozinheiras. É importante elas usarem um bocadinho da minha energia para seguirem o seu caminho.

O facto de não ter recebido a Estrela Michelin no ano passado, motivou-a ainda mais?  

Não sei se motivou… Não quis abdicar de coisas que tinha, como a questão de continuar a trabalhar oito horas… [tal como a equipa]. É um trabalho muito forte internamente e se já existia, este ano saiu fortalecido e uniu-nos mais. 

Foto: José Carlos Carvalho

Como é ser mulher no mundo da alta cozinha? 

As mulheres que trabalham como chefes de cozinha são donas dos seus projetos. Ninguém investiu nelas. Elas mesmo investiram em si. Não há investimento dentro das organizações para as mulheres, isso não existe. Porque a sociedade quer ver homens a comandar – eu não. Eu alimento-me de talento, gosto de trabalhar com pessoas com talento, é a minha forma de estar na vida. É uma força que ganhei e vem da minha herança familiar. A minha avó [era galega], a minha mãe, toda a vida me ensinaram que ‘se tu não fizeres por ti, ninguém o vai fazer’. Quando a minha mãe me mandou para a escola primária, a primeira coisa que me disse foi: ‘Vais para a primária, vão-te chamar nomes e tu vais ter que te saber defender. Vais ter de lutar.’ E foi isso que fiz, levei aquilo à letra para a vida toda. Portanto, ensinem as vossas filhas e filhos a defenderem-se e a não abdicarem dos seus sonhos por nada, nem pelo marido ou namorado… Só se for por uma causa muito nobre, mas adiam um bocadinho e voltam outra vez. 

Não há investimento dentro das organizações para as mulheres. Porque a sociedade quer ver homens a comandar – eu não

É isso que ensina à sua filha de nove anos? 

Sim, é isso que lhe ensino. O restaurante Marlene, era para abrir em 2020 [ano da pandemia] e abriu dois anos depois. O pai [João Sá, também chefe de cozinha com uma Estrela Michelin no Sála] ficou com ela em casa e eu fui trabalhar. A minha filha perguntava-lhe porque é que a mãe ia trabalhar. O pai respondia-lhe: ‘Porque a tua mãe só fica saudável se estiver a trabalhar e a fazer comida. Se ela ficar em casa, vai ficar doente’. Eu tenho muita sorte, soube escolher o meu parceiro [risos]. Nós, homens e mulheres, temos que nos proteger no sentido de manter o nosso percurso.  

Foi especial receber este prémio no Porto, uma vez que é natural da Maia? 

Ui, foi [suspiro]! Parecia que estava escrito. A força que eu tenho vem muito de trás. O mundo sabe que as pessoas do Porto são muito lixadas, até agressivas às vezes na forma de ser e de estar. Se calhar porque tiveram muitas lutas ao longo do seu percurso, sentiram-se inferiores… Também fui educada a sentir-me, de certa forma, inferiorizada e que teria de lutar por um lugar se quisesse destacar-me em alguma coisa. É isso que está na educação das pessoas do Norte, que nos torna resilientes e com muita vontade de vencer. Não tem a ver com competir, tem a ver com vencer. Cresci numa terra batida, tinha muito pouco ou nada, mas do pouco ou nada era preciso fazer muito e construir alguma coisa. Nunca parar. Isso vem da educação. A parte mais difícil da vida é educar um filho. É mais difícil do que criar menus, do que estar numa equipa ou sobreviver a uma pandemia. 

O facto de se ser mulher torna muito mais difícil a carreira de uma chefe de cozinha

Não pensei nisso durante muitos anos. Comecei a pensar nisso mais recentemente, quando me perguntavam. Muitas vezes esqueço-me disso, não penso se sou mulher ou se sou homem. Penso nos meus objetivos, no que quero fazer, nos meus sonhos. É óbvio que quando me perguntam sobre isso hoje, olho para trás e percebo que tive algumas coisas menos boas por ser mulher. Aquela coisa que a minha mãe me dizia: ‘Filha, é uma pedra, vais ter que saltar a pedra.’ Era só um obstáculo para mim, sabia que ia ter que o contornar. Felizmente não pensava nisso, porque depois há a síndrome da vitimização que não nos deixa avançar. Todos nós temos dificuldades, os homens têm muitas dificuldades na cozinha. Hoje menos, mas já houve tempos em que os homens não podiam chorar, mostrar fraqueza. Vocês imaginam o que é isto? Não poder mostrar a vulnerabilidade de chorar numa cozinha. A maior parte das mulheres simplesmente saía, abandonava e ia à sua vidinha. E os homens tinham de aguentar porque a sociedade e os pais os obrigavam a aguentar. Os homens têm uma concorrência enorme, mas dificuldades diferentes. 

Não penso se sou mulher ou se sou homem. Penso nos meus objetivos, no que quero fazer, nos meus sonhos. É óbvio que quando me perguntam sobre isso hoje, olho para trás e percebi que tive algumas coisas menos boas por ser mulher

Esta Estrela Michelin vai mudar alguma coisa no restaurante Marlene,? 

Em termos de conceito, não vai mudar nada. É um restaurante em que a pessoa se senta, desfruta e vai descobrindo os pratos um a um. A nossa ideia é ir fazendo menus diferentes a cada três meses. Isso não vai mudar, está no nosso ADN. Mas obriga-nos a sair da nossa zona de conforto constantemente. Se isso nos vai levar mais longe? Acredito que sim, porque quando saímos da zona de conforto, há um risco de consistência que tem de ser calculado, mas também há o risco de colher mais frutos.  

Na cerimónia, agradeceu a uma cozinheira da sua equipa, Marcela Fernandes [subchefe no Marlene,], que foi mãe há 11 meses. Ser cozinheira e mãe ainda é um empecilho nesta carreira? 

Sim, é. Porque as mães têm esta dificuldade de deixar os seus bebés, sobretudo nestes restaurantes gastronómicos que estão abertos essencialmente ao jantar. É uma coisa que acredito que pode vir a mudar no futuro, desde fechar ao sábado e ao domingo a manterem-se abertos à hora de almoço, e se calhar dois ou três dias ao jantar. É uma meta que queremos atingir para que outras mães não tenham de sair muito cedo do lado dos seus filhos, nem os pais. Tenho um subchefe [Mário Cruz] que foi pai há três anos e presenciei a dor que ele sentia por não estar ao lado da filha pequena. É um trabalho que fazemos dentro da nossa equipa, o Marlene nunca vai ser um empecilho a outras crianças nascerem. O meu agradecimento foi mais virado para a Marcela porque sei a luta interior que tive quando estava em casa com a minha filha: sentia uma dor por não estar com a minha equipa, e quando estava com a minha equipa, doía-me não estar com ela.

As mães têm esta dificuldade de deixar os seus bebés, sobretudo nestes restaurantes gastronómicos que estão abertos essencialmente ao jantar. É uma coisa que acredito que pode vir a mudar no futuro

A vírgula no final do nome do seu restaurante (Marlene,) vai manter-se?  

A vírgula tem a ver com a história da Marlene Vieira. Aquele restaurante conta a história da minha vida. É o meu percurso, os menus são elaborados com a minha identidade, com aquilo que trago na minha carreira. A vírgula tem que ver com a mudança para o dia de hoje. Vamos trabalhar sempre contemporaneidade no Marlene,. Queremos trabalhar a tradição, os sabores portugueses e a história das pessoas que estão ali na equipa. A vírgula é isso: começa na Marlene e depois há toda uma história que vai estar sempre a ser contada de maneiras diferentes por muitos anos. É isso que queremos.

Como resumiria o que é essencial para uma chefe de cozinha chegar a este patamar? 

Excelência e talento, obviamente. Trabalhar e sair da sua zona de conforto, olhar para as coisas com olhar crítico. Eu faço isso muito bem, sou muito autocrítica. E saber ultrapassar todos os obstáculos. Sempre fui muito otimista no meu caminho e não sei ver as coisas de outra forma, apesar de haver momentos de desespero, como aconteceu na pandemia em que achei que iria perder tudo. Mas no dia seguinte, já tinha uma solução. Qualquer um de nós vai encontrar uma solução dentro de si.  

Marlene Vieira no restaurante Marlene,. Foto: Álvaro Isidoro

Bilhete de Identidade

Aos 16 anos, Marlene Vieira entrou na Escola de Hotelaria de Santa Maria da Feira, começou a trabalhar num hotel de charme em Vila do Conde e, um ano depois, foi para Nova Iorque para o restaurante português Alfama. Dois anos depois regressa a Portugal, passa pela cozinha de hotéis cinco estrelas e, em 2012, abre o Avenue, em Lisboa, e um balcão no Mercado Time Out, também na capital. Mas não ficou por aqui. Em 2020 inaugura o Zunzum Gastrobar e, em 2022, o Marlene, o seu restaurante de alta-cozinha, onde trabalham quatro cozinheiros e cinco pessoas na sala, e no qual revisita as suas memórias. Acaba de ganhar a primeira Estrela Michelin.

A utilização de Inteligência Artificial (IA) nos ambientes integrados de desenvolvimento (IDE) já é comum, com os programadores a contarem com a preciosa ajuda da IA para personalizar os IDE e a ajudar nas tarefas de programação. Os assistentes já conseguem ler e atualizar porções de código identificadas pelos programadores, permitindo ganhos de tempo e de eficiência.

A Google quer levar a utilização de IA na programação para outro patamar e apresentou, já no ano passado, o Gemini Code Assist. Na altura, a ferramenta não conseguiu convencer todos os programadores, apesar de ter sido reconhecida como sendo útil. Na altura, só estava disponível aos utilizadores de modalidades Gemini Advanced e outros clientes empresariais. Agora, a Google anuncia que o Code Assist vai ser gratuito e estar disponível para todos os utilizadores, noticia a ZDNet.

A oferta vai permitir à Google melhorar a ferramenta de forma mais rápida, pois quanto mais feedback de utilizadores recolher, mais correções vai conseguir produzir e disponibilizar.

Além da oferta do assistente, a Google disponibiliza várias ferramentas de integração em modo experimental ou com funcionalidades limitadas. Desta forma, os utilizadores podem testá-las gratuitamente antes de decidir se optam pela aquisição de uma subscrição.

No que toca a limites, a Google revela que os programadores vão poder completar até 180 mil códigos por mês de forma gratuita, o que será suficiente para a maior parte dos utilizadores particulares. A integração já está disponível no VS Code, nos IDEs JetBrain, Firebase e Android Studio.

A Adobe quer reforçar a presença no segmento dos smartphones e redesenhou a aplicação do Photoshop. Nesta fase, a app está já disponível para iPhone, com mais funcionalidades e uma interface de utilização simplificada. A empresa revela que irá disponibilizar esta versão para Android ainda este ano, em data ainda por definir.

No novo Photoshop, os utilizadores vão poder usar seleções, máscaras e camadas para combinar imagens, substituir elementos com a Tap Select, remover objetos com o Spot Healing Brush e adicionar novos elementos com ferramentas de Inteligência Artificial generativa como o Generative Fill e o Generative Expand.

Com esta aplicação, os utilizadores vão poder usar objetos do Adobe Stock e ligar-se a outras aplicações como o Express, o Lightroom ou o Fresco, noticia o Engadget. Os utilizadores interessados em explorar mais têm disponível uma subscrição mensal de oito dólares (cerca de sete euros por mês ao câmbio atual) que lhes confere acesso a novas funcionalidades, ao Photoshop no iPad e na versão web.

Na modalidade paga, é possível transferir imagens do smartphone para o ecrã do computador, caso seja necessário um ecrã maior ou controlos mais precisos durante o processo de edição. Os pagantes vão ter acesso a outras funcionalidades que tiram partido da IA, como o Firefly Generate Similar, que cria variações das imagens originais, acesso a mais de 20 mil fontes e fazer seleções mais precisas, controlando-se melhor a transparência e iluminação.

Na App Store já é possível descarregar este Photoshop, com a versão para Google Play a estar prometida para ainda este ano.

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De forma discreta e ainda sem data de lançamento oficial, a Microsoft estará a desenvolver e a testar uma versão gratuita da suite de produtividade Office. A empresa de Redmond vai disponibilizar os programas sem custos e os utilizadores ‘apenas’ têm de aceitar ver anúncios.

De acordo com a publicação Beebom, a versão gratuita do Office vai ter algumas condições: uma caixa de publicidade sempre presente no lado direito do programa; a apresentação de anúncios em vídeo com a duração de 15 segundos de cada vez que se passem algumas horas de utilização; todos os documentos devem ser guardados no OneDrive e não podem ser armazenados localmente.

Ao nível de cada programa, nesta versão gratuita, vão existir limitações: no Word não há ferramentas de desenho ou de ditado, no Excel não há formatação condicional ou gráficos sugeridos e no PowerPoint não há ferramentas de desenho, animação e gravação.

Um porta-voz da empresa confirma que “estamos a realizar alguns testes limitados. Atualmente, não há planos para lançar uma versão gratuita, suportada por anúncios das aplicações de desktop do Microsoft Office”.

A poucos dias do fim da primeira fase do cessar-fogo entre o Hamas e Israel, que está em vigor desde 19 de janeiro, o grupo radical palestiniano vai entregar os corpos de quatro reféns israelitas em troca da libertação de palestinianos presos, anunciou esta quarta-feira à Associated Press o porta-voz do Hamas, Abdul Latif al-Qanou

A libertação destes cerca de 600 prisioneiros palestinianos estava marcada para o último sábado, mas Israel adiou a entrega em protesto contra o que diz ser o tratamento cruel dos reféns israelitas quando são libertados pelo Hamas.

O grupo radical que governa Gaza afirmou que o atraso na libertação dos palestinianos constituía uma “grave violação” do cessar-fogo e que as conversações para uma segunda fase do acordo não seriam possíveis enquanto os palestinianos não fossem libertados.

Fontes do Hamas disseram à agência francesa AFP que os países mediadores “informaram o Hamas de que o processo de troca de reféns e prisioneiros deveria ter início na quinta-feira”.

O cessar-fogo interrompeu 15 meses de combates na Faixa de Gaza.

Fala-se muito da possível pulverização da Federação Russa, atendendo às imensas diferenças sociais, religiosas, geográficas, étnicas e culturais dos povos que a compõem. Os naturais de São Petersburgo, por exemplo, são profundamente distintos dos chechenos, como os eslavos o são dos asiáticos.

Os Estados Unidos também se construíram na diversidade, é certo, mas com base numa ideia de liberdade, democracia e governo do povo, ao contrário da Rússia que tem uma tradição autocrática desde os czares a Putin, passando pela ditadura soviética, e onde o estado de direito nunca serviu de norte à governação. Apesar de percalços como o persistente racismo norte-americano, a Guerra de Secessão (1861 a 1865) e as tentativas de nazificação de há cem anos, o país manteve sempre levantada a bandeira das eleições livres, justas e democráticas, coisa que a Rússia nunca teve.

Sucede que a América a partir de Trump e do efeito das redes sociais deixou de ser aquele país unido, que apesar das diferenças respeitava as instituições e um conjunto de regras de convivência cívica. Neste momento é outra coisa. E isso começou com o marco histórico do assalto ao Capitólio capitaneado por um presidente derrotado nas urnas e que pela primeira vez recusou o veredito popular como é vulgar nas repúblicas das bananas, tendo mantido até agora a narrativa das eleições “roubadas” contra todas as evidências e decisões judiciais, num insulto soez ao eleitorado, à democracia e à inteligência.

Aquilo que pareceria uma birra infantil ou um exercício de mitomania, espalhou-se rapidamente por boa parte da população, graças às notícias falsas, e desde aí o país surge dividido como nunca, nem mesmo durante a guerra civil. Daqui resulta que o trumpismo está a esmagar a administração federal a fim de entregar o poder a uma oligarquia multimilionária, retirando assim a possibilidade de promover a coesão nacional, uma vez que os estados ricos vivem bem mas os pobres nem tanto.

A cultura apocalíptica que vem detrás reforçou-se ultimamente com milícias armadas até aos dentes com armas de guerra e bunkers, que vivem num mundo virtual dispostos a lutar contra quaisquer compatriotas que não pensem como eles ou que tenham nascido com cor de pele diferente. E o facto de se acrescentar a este cozinhado uma forte argumentação religiosa torna-o ainda mais explosivo.

Por outro lado, estados muito populosos mas que valem quase o mesmo do que outros de baixa densidade devido à arquitectura do sistema eleitoral americano, no qual o voto popular não é integralmente respeitado, podem ser levados a questionar a sua posição. Um dia a Califórnia pode acordar a querer tornar-se uma república independente, ou o Illinois, ou o Texas, e aí será o cabo dos trabalhos.

O cimento que une um país federal é sempre um executivo, um parlamento uma justiça federal, uma ideia nacional e um presidente no qual a maior parte do país se reveja. Sobre o supremo tribunal americano está à vista que tal órgão é o corolário de um sistema de justiça profundamente iníquo e sequestrado pelo poder político. Sobre as instituições parlamentares, o congresso e o senado, já vimos qual é o respeito que uma parte da população tem por eles (incluindo Trump que mandou para casa os criminosos do assalto, chamando-lhes “reféns”). Sobre a administração é o que se vê. E sobre uma ideia nacional, a população está dividida entre o imaginário da América branca, imperial e dominante no mundo do pós-guerra, e a mais modesta realidade contemporânea, com a competição progressiva da China e a emergência económica da Europa.

Todos os impérios nascem e morrem um dia, e o império americano não será exceção, só que muito provavelmente morrerá por dentro, por implosão. A mudança demográfica que aponta para que os brancos sejam uma minoria dentro de alguns anos, num país que foi idealizado e governado por eles desde a independência, durante mais de dois séculos, e o declínio do poder americano no mundo fazem recear o pior.

Queiram os não os supremacistas brancos, a América será multirracial dentro de uns tempos e já está a perder a influência que teve no mundo nos últimos cem anos. Só não se sabe é se vai continuar a manter-se como um só país ou se irá partir-se de acordo com as profundas clivagens que se têm vindo a agravar especialmente desde o início do milénio. Não seria a primeira tentativa pois já no séc. XIX o tentaram através duma guerra civil.

PS – Partiu há dias Manuel Sérgio aos 91 anos (1933-2025), académico, filósofo, grande teórico da motricidade humana e sobretudo um notável humanista. Tive a oportunidade de ter algumas conversas inspiradoras com este homem cujo desaparecimento constitui uma grande perda. Em 2004 enviou-me um livro seu, autografado e uma carta muito simpática. Passaram 21 anos. 

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A liberdade de expressão do pensamento pela imprensa, que se integra no direito fundamental dos cidadãos a uma informação livre e pluralista, é essencial à prática da democracia, à defesa da paz e ao progresso político, social e económico do País.

Era este o primeiro ponto, do primeiro artigo, do primeiro capítulo da Lei da Imprensa aprovada há exatamente 50 anos, a 26 de fevereiro de 1975. Tudo começou quando a 12 de agosto de 1974 o ministro da Comunicação Social do Segundo Governo Provisório, o major Sanches Osório, nomeou uma comissão para redigir uma proposta de lei de imprensa.

Hoje celebra-se essa data de liberdade com um colóquio na Casa da Imprensa, em Lisboa, onde estará o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e onde se vai debater uma perspectiva histórica dessa lei com meio século mas também os desafios para o futuro – que são muitos. Hoje ficará, ainda, disponível, no site da comemoração dos 50 anos do 25 de Abril um completo dossier sobre a censura que ensombrou grande parte do século XX português.

Os valores defendidos e apresentados nessa Lei da Imprensa podem parecer-nos, hoje, óbvios e dados adquiridos. Várias gerações cresceram já sem saberem, na prática, o que é a censura como estratégia oficial para garantir que “politicamente só existe o que o público sabe que existe.” Ao mesmo tempo, basta olharmos pela janela ou, mais provavelmente, para um qualquer pequeno ecrã sempre à frente dos nossos olhos, para percebermos como ainda é fundamental – urgente, até – ter um texto assim na configuração legal do País.

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