De acordo o artigo 186.º da Lei Fundamental, após a queda do Executivo ser formalizada por decreto presidencial, o Governo da Aliança Democrática ficará em gestão até à realização de novas eleições – que, em princípio, terão lugar no próximo mês de maio. No decorrer deste período, e conforme assegurado por uma decisão do Tribunal Constitucional, de 2002, só poderão ser praticados “atos estritamente necessários para se assegurar a gestão dos negócios públicos”. Ou seja, na prática, o Governo só poderá fazer aprovar leis em situações urgentes ou inadiáveis. Dado que a Constituição não especifica estas situações, a avaliação passa a ser feita caso a caso e fica dependente do Presidente da República.

O que é um “ato estritamente necessário”?

Em 2002, após a queda do Governo de António Guterres, o Tribunal Constitucional definiu que o “critério decisivo” que define a atuação de um Governo de gestão é o da “estrita necessidade da sua prática” – decisões que sejam “inadiáveis” ou “absolutamente necessárias” à gestão pública.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, já garantiu que o Executivo será “rigoroso, escrupuloso, preocupado e moderado na utilização dos seus poderes” nesta fase de gestão e admitiu que “um conjunto de dossiês que carecem de governos em plenitude de funções” podem cair. É o caso de decisões sobre o futuro da TAP e do aeroporto de Lisboa, que terão de ser adiadas. “Quando se trata de iniciar processos complexos e profundos que precisam dos atos iniciais legislativos, o Governo em gestão está limitado”, referiu o ministro da presidência, mesmo antes do chumbo da moção de confiança.

Por outro lado, os “atos executivos e atos de fecho de processos que estão em curso em que a decisão política está tomada” podem ser aprovados. Estas decisões incluem, no seu entendimento, o processo de aceleração de vistos para a contratação de trabalhadores estrangeiros em território nacional uma vez que a “decisão política está tomada” e a “contratação dos recursos” já foi realizada.

Também o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deverá continuar. “Os compromissos no âmbito do PRR são assumidos pelos Estados-membros e não por governos individuais. Por conseguinte, o processo político não tem quaisquer implicações diretas”, explicou uma fonte oficial da Comissão Europeia à agência Lusa, garantindo que a crise política “não tem quaisquer implicações diretas” na execução do Plano. 

Henrique Gouveia e Melo ainda não anunciou formalmente a sua candidatura às presidenciais, mas há movimentações nesse sentido. No Boletim de Propriedade Intelectual publicado a 11 de março, aparece um registo da marca “Movimento Gouveia e Melo Presidente”.

A marca aparece registada em nome de Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo, o nome completo do Almirante que ficou famoso pela coordenação do plano de vacinação durante a pandemia de Covid-19.

Há três semanas, Gouveia e Melo, que tem fugido a falar com os jornalistas, escreveu um texto para o Expresso que pode ser lido como um manifesto para as presidenciais.

“Situo-me politicamente entre o Socialismo e a Social-Democracia, defendendo a Democracia Liberal como regime político”, escreveu à cabeça do artigo intitulado “Honrar a Democracia”.

Nesse texto, fala da Justiça, da administração pública e da economia, discorrendo também sobre os poderes presidenciais e a forma como, no seu entender, o chumbo de um Orçamento não tem de levar necessariamente à dissolução do Parlamento, mas a falha grave no incumprimento de compromissos eleitorais sim.

“Agora, mais do que nunca, a liderança, a capacidade de decisão e a coesão nacional poderão revelar-se fatores críticos para o sucesso ou, pelo contrário, para o fracasso das nossas sociedades”, escreveu o protocandidato que aparece a liderar todos os estudos de opinião, mas se tem refugiado no silêncio.

O movimento “Tesla Takeovers” tem vindo a ganhar adesão, um pouco por todo o mundo, com protestos a acontecerem em frente aos concessionários, mas em casos extremos a terem chegado mesmo a atos de destruição de estações de carregamento Tesla, graffiti em anúncios e o arremesso de cocktails Molotov contra uma frota de carros da marca.

As vendas da empresa de Musk estão em quebra acentuada e o preço das ações também está em baixa. Os protestos prendem-se com as medidas de Musk, enquanto conselheiro político de Donald Trump, com as suas afirmações polémicas nos últimos tempos e contra os despedimentos e cortes efetuados pelo DOGE, o Departamento de Eficiência Governamental que passou a liderar com a chegada de Trump à presidência dos EUA.

“Vou pará-los. E deixem-me dizer-vos, estão a fazer isso à Tesla e podem fazer a qualquer outra empresa, vamos apanhar-vos e vamos fazer-vos passar pelo inferno”, terá afirmado Donald Trump. O TechCrunch lembra que a lei federal dos EUA prevê que um ataque a qualquer propriedade de uma empresa possa ser considerado terrorismo doméstico se a intenção for intimidar ou coagir a população civil, influenciar a propriedade governamental ou afetar a conduta do governo através da destruição, assassinato ou rapto.

Os mentores do movimento, que entretanto já evoluiu para o nome #TeslaTakedown e se descreve como um movimento popular descentralizado, reafirmam o seu “direito para protestos pacíficos como uma parte fundamental da democracia americana”. Sobre estas declarações de Trump, que se reuniu com Musk na terça-feira na Casa Branca, “ao individualizar o negócio do seu maior doador como algo fora da democracia, Trump está mais uma vez a mostrar-nos quem é: um putativo rei corrupto. Os americanos não o vão suportar. Somos um movimento popular não violento de protesto. Opomo-nos à violência e destruição de propriedade. Protestos pacíficos em propriedade pública não são terrorismo doméstico. Estão a tentar intimidar-nos. Não os deixaremos ter sucesso”.

A questão seguinte será como Trump e Musk vão definir violência e sobre se estes protestos vão merecer esta classificação. Caso assim seja, os protestantes podem vir a enfrentar penas pesadas se nos lembrarmos que Trump já prometeu no passado deportar estudantes que adiram a protestos contra a guerra de Israel em Gaza.

“Penso que está a ser tratado de uma forma muito injusta por parte de um pequeno grupo de pessoas. E só quero que saibam que ele não pode ser penalizado por ser um patriota”, afirmou Trump citado pelo Pool. De recordar que o presidente manifestou simbolicamente o apoio a Musk comprando um Tesla que não irá poder conduzir, mas que será colocado ao dispor do pessoal da Casa Branca.

A TikTok está a melhorar as medidas que visam o uso controlado e responsável da plataforma. Para os utilizadores abaixo dos 16 anos, vai passar a ser mostrado um ecrã a lembrar que devem ‘abrandar’ o uso, interrompendo mesmo o fluxo de vídeos se a app estiver a ser usada, após as dez da noite. Este ecrã vai ser seguido de uma passagem de “música mais calma para ajudar os adolescentes a relaxarem e a terem consciência das horas”, explica o The Verge.

Os utilizadores vão poder ignorar o primeiro ecrã de lembrete, mas mais tarde é apresentado um novo ecrã que é mais difícil de ultrapassar. Na calha, a plataforma de vídeos está também a testar a incorporação de exercícios de meditação, que devem passar a ser sugeridos dentro de algumas semanas.

Para os pais que têm ativado o modo Family Pairing também há novidades, como a funcionalidade Time Away que permite definir qual o período de tempo em que os mais novos não podem usar o TikTok, bem como predefinir a recorrência deste horário. Os pais vão poder ver quais os perfis que os mais novos estão a seguir, quem é que segue os perfis dos mais novos e que contas foram bloqueadas.

Outra novidade passa pelo reforço dos controlos que visam assegurar que a plataforma não é usada por crianças com menos de 13 anos, incluindo o recurso a aprendizagem automática. Há uma parceria com a operadora Telefonica para se perceber como é que pode ser usada a informação de idade a partir do dispositivo para se confirmar a idade do utilizador na altura da criação do perfil.

Mais um dia, mais uma notícia de uma grande tecnológica a reforçar apostas na Inteligência Artificial (IA). Desta feita, a Reuters avança que o grupo Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp) está a testar um chip próprio para treinar modelos de Inteligência Artificial. A ideia passa por reduzir a dependência do hardware da Nvidia e baixar os custos relacionados com a infraestrutura.

O chip em questão foi desenvolvido internamente e é especializado em tarefas relacionadas com a Inteligência Artificial, o que o tornará mais eficiente em termos de consumo energético. O processador já passou uma fase de testes em que o desenho completo foi enviado para a fábrica para ser produzido.

A iniciativa faz parte do Meta Training and Interference Accelerator (MTIA), um grupo dedicado a criar chips de silício personalizados, produzir sistemas de recomendações e pesquisas avançadas, noticia o Engadget.

O grupo já começou a usar um chip de inferência, um método preditivo para alimentar os sistemas de recomendações de notícias para os feeds de notícias do Instagram e do Facebook. O objetivo é usar estes chips que estão agora a ser desenvolvidos para treinar este modelo de recomendação e depois passar para produtos de IA generativa, como o chatbot Meta AI.

Retomar o Passo, a mais recente exposição de Luísa Salvador está prestes a chegar ao fim, mas, pela proposta que faz ao público, vale a pena prestar uma visita à Galeria Foco, onde se encontra patente até quarta feira, 12 de março, dia em que decorrerá a finissage da mesma, com uma visita guiada pela autora do texto de sala, Carolina Trigueiros, às 18h30.

Na fronteira entre a pintura, a escultura, a instalação e a reflexão poética, a prática artística de Luísa Salvador é difícil de cingir a uma única categoria. Retomar o Passo é um convite à deambulação através das várias formas que a artista encontrou de materializar certos pensamentos e reflexões. O objetivo é perder-se para encontrar lugares aos quais só se chega através de uma entrega sincera a breves momentos de espanto.

Ainda que a exposição comece no primeiro andar da galeria, com três telas que, representando montanhas imaginárias, sugerem uma ideia de mapa ou cartografia, é no andar de baixo que, realmente, se toma, ou retoma, o passo.

A ditar o ritmo da caminhada são as palavras. Autora de textos teóricos e de crónicas, a par da sua atividade enquanto artista, Luísa, originalmente formada em escultura, utiliza-as como se de um cinzel se tratassem. “A mão com que escrevo é a mesma com que desenho”, sublinha.

Frase a frase, vai escavando a espuma dos dias, dando uma forma palpável àquilo que os torna dignos de serem imortalizados em obras como O luto das pedras, O sopro das folhas que não voltam ou A perda irreparável das flores, três telas que recebem o visitante mal este acaba de descer as escadas em direção ao piso inferior.

Preenchidas de cima abaixo com o próprio título, desenhado numa caligrafia sulcada através de camadas de acrílico e pastel de óleo, estas telas são rastos plásticos de memórias que, de outra forma, estariam condenadas a morrer com a sua autora.

O luto das pedras, O sopro das folhas que não voltam e A perda irreparável das flores

“É um tríptico de pergaminhos que perpetua obras que desapareceram”, explica Luísa, revelando que, por exemplo, O luto das pedras refere-se a uma instalação, apresentada nos Açores, composta por peças de cerâmica a imitar fósseis, as quais, passados três dias, haviam desaparecido do local onde se encontravam expostas.

Situações semelhantes deram origem também a O sopro das folhas que não voltam e a A perda irreparável das flores. “Foram três desfechos que fizeram repensar uma abordagem de trabalho, o que queria perpetuar e não deixar passar”, aponta a artista.

À medida que prosseguimos pela sala e atentamos nas obras seguintes, percebemos que, esculpindo sobre telas pensamentos “que queria perpetuar”, Luísa entregou-se a uma espécie de arqueologia das memórias. Escreve para enterrá-las sob camadas de tinta, escreve para revelá-las de novo, escreve para transformá-las em pensamento, mas escreve também porque, às vezes, não houve qualquer pensamento que delas conseguisse fazer nascer.

Caligrafias do deserto

Surge então, na parede do fundo, Caligrafias do deserto. Realizada ao longo de 100 dias, entre julho e o final de novembro de 2025, a maior obra da exposição é um conjunto de 100 tabuinhas cobertas de acrílico de diferentes cores, cada qual com uma frase ou expressão inscrita.

“Arqueologia do todo”, lê-se numa. “Angústia Solar”, diz outra. “A ordem não é cronológica”, avisa a artista, e as cores que mais dificultam a leitura foram destinadas aos pensamentos mais íntimos ou duros de ter.

Memória, tinta, tela, ideias e gestos confluem uns com os outros, oferecendo ao público, simultaneamente, um auto-retrato involuntário da artista e centenas de vias através das quais cada um poderá continuar sempre a retomar o passo, mesmo depois de deixar a Galeria Foco para trás.

Retomar o Passo > Rua Antero de Quental 55A, Lisboa > finissage qua 12 mar, 18h30-21h

Palavras-chave:

Saber tirar partido dos sistemas de Inteligência Artificial será essencial nos próximos anos. Do ponto de vista profissional, mas também pessoal. Compilamos 50 instruções para que possa ser mais produtivo, tomar melhores decisões, estruturar a informação de forma mais rápida, melhorar a criatividade e agilizar a resolução de problemas. Bem-vindo à revolução da IA.


1. Criar uma matriz de decisões

Devo ou não trocar de trabalho? Devo ou não comprar ações da Nvidia? Devo ou não investir num carro em segunda mão? Todos temos dilemas, mas nem sempre estamos preparados para enfrentar a complexidade do problema. Com os assistentes digitais é mais simples. Experimente a seguinte instrução (prompt): “Cria uma matriz de decisão na qual são pesados os prós, os contras e os fatores de risco para decisões bem ponderadas sobre [indicar problema]”. Em segundos, o sistema criará uma tabela com diferentes pontos de vista, aos quais pode atribuir classificações, que no final podem ajudá-lo a tomar uma decisão mais sólida.

2. Melhorar a segurança digital

À medida que a nossa vida é mais digital – no número de dispositivos e de aplicações que usamos –, manter uma boa ‘higiene’ de segurança torna-se mais complexo. Experimente o seguinte comando e ajuste mediante as suas necessidades (p.ex., bloquear determinados sites nos equipamentos do trabalho): “Faz um guia para melhorar a minha segurança online, incluindo boas práticas para criar passwords seguras, ativar a autenticação de dois passos nos principais serviços online, evitar fraudes digitais, reduzir os níveis de spam e garantir comunicações privadas”.

3. Preparar uma viagem

Esta dica será tanto mais útil quanto mais prolongada for a viagem. Mais tempo fora significa, em teoria, maior necessidade de preparação e de levarmos bens essenciais connosco. “Elabora uma lista de verificação detalhada sobre tudo o que preciso levar na minha viagem [indicar destino e duração], incluindo elementos como roupa, higiene, conforto e entretenimento”. A criação de listas pode, no entanto, ser-lhe útil em diferentes cenários, seja o lançamento de um novo produto ou a preparação para uma apresentação de negócios. Experimente.

4. Aprofundar conhecimentos

A vida é uma aprendizagem constante. Mas os conhecimentos tendem a ficar melhor enraizados tanto quanto mais os colocarmos em prática. Uma boa forma de solidificar conhecimentos (novos ou antigos) é pedir o seguinte a um assistente digital: “Elabora um questionário interativo ou um conjunto de exercícios para praticar e reforçar os meus conhecimentos de [introduzir tema]”. Depois pode usar os resultados para perceber quais os seus pontos fortes e fracos, e no final pedir novos exercícios que o ajudem a melhorar as áreas nas quais apresentou maior dificuldade.

Sabia que…

Segundo o Índice Económico da Anthropic (empresa por trás dos modelos Claude), são as pessoas da área da computação e matemática (3,4% dos utilizadores) aquelas que mais usam os assistentes digitais, representando quase 37,2% de todas as utilizações. O setor que parece estar a tirar menos partido destas ferramentas é o da agricultura, pescas e florestação (0,3% dos utilizadores e apenas 0,1% da utilização geral).

5. Ter perspetivas diferentes

A mesma circunstância pode ter interpretações muito distintas, sobretudo mediante o número de pessoas envolvidas. Uma das funcionalidades mais conhecidas dos sistemas de IA é a capacidade de abordar o mesmo problema a partir de perspetivas diferentes. Exemplo: “Queremos comprar um servidor para a nossa empresa. Preciso de abordar esta questão na perspetiva de diferentes pessoas e que têm responsabilidades distintas: o CEO, o diretor de IT, o diretor financeiro, o gestor de produto e o engenheiro de sistemas. Considera elementos como o investimento, o retorno, as funcionalidades no contexto da empresa e a evolução tecnológica do setor”. Agora é só adaptar à sua realidade.

6. Simplificar conceitos

Por vezes a melhor forma de perceber um conceito novo é através de uma comparação ou ligação a algo que nos é familiar. Veja este caso: “Cria três analogias que expliquem os princípios básicos da computação quântica usando elementos típicos da linguagem do futebol”. Este atributo pode ser particularmente útil em apresentações, ajudando-o a criar uma maior ligação com os interesses da audiência.

7. Ter um resumo diário de notícias

E que tal começar o dia com uma visão alargada dos temas que estão a marcar a atualidade? “Faz um resumo conciso das principais notícias do dia, com foco nos acontecimentos locais importantes, desenvolvimentos empresariais, atualizações tecnológicas e outras tendências relevantes. Mantém o briefing breve e destaca as principais histórias sobre as quais devo estar a par”. Depois, pode aprofundar os temas do seu interesse seguindo as fontes ou os links fornecidos.

Use a pesquisa online

Sistemas como o ChatGPT e o DeepSeek já têm modos de pesquisa online dedicados. Quando ativados, ‘obrigam’ o assistente a responder ao nosso pedido com informação que encontra em diferentes sites na internet. Uma ferramenta muito útil, sobretudo em elementos que precisam de atualidade ou de confirmação de informações.

8. Ficar em melhor forma

Um assistente digital não substitui, de maneira alguma, o acompanhamento de um profissional da área do exercício físico. Mas para quem está a começar e pode não querer assumir imediatamente um compromisso com um ginásio ou um treinador pessoal, as dicas dadas pelos assistentes são um bom ponto de partida. “Cria um plano de treino semanal personalizado [indicar número de horas e dias disponíveis] para um iniciante que deseja melhorar a resistência cardiovascular e ganhar força, com foco em exercícios que podem ser feitos em casa ou ao ar livre”.

9. Fazer engenharia reversa de imagens

Os sistemas de IA mais avançados são multimodais (são capazes de gerar texto ou imagens). O que permite criar imagens com base nas nossas instruções. A questão é criar o prompt certo para gerar uma imagem bem feita. E se lhe dissermos que pode fazer… ao contrário? Ou seja, carregar no ChatGPT uma imagem e usar o comando: “Analisa a seguinte imagem e gera um prompt que me permita gerar uma imagem semelhante, mantendo o estilo e os elementos”. Depois, basta copiar o prompt gerado, ajustando às suas necessidades, para conseguir fazer imagens complexas de forma simples.

10. Melhorar o LinkedIn

O título já diz tudo, mas pode usar o mesmo conceito para melhorar a sua presença online noutras plataformas. “Analisa o meu perfil do LinkedIn [indicar perfil] e sugere melhorias no texto de apresentação, palavras-chave relevantes para a minha área [indicar área] e estratégias para aumentar a ligação com recrutadores. Inclui também exemplos de mensagens personalizadas que posso usar para estabelecer contactos com outras pessoas”. Depois diga-nos como correu.

11. Explorar um novo passatempo

Ainda que o potencial de ganho dos sistemas de IA esteja muito associado ao trabalho e à produtividade (no fundo, fazer mais em menos tempo), estas ferramentas podem e devem ser usadas para cultivar um lado mais pessoal. Por exemplo, explorar um novo passatempo, como aprender crochê ou começar a escrever aquele livro que há muito tempo está fechado na gaveta. Arrisque e divirta-se: “Cria uma ideia original para um conto de ficção científica com um enredo envolvente e personagens desafiantes. Fornece um resumo da história e um possível primeiro parágrafo para inspiração”.

12. Preparar a defesa de um projeto

Saber antecipar as dúvidas das outras pessoas é, sem dúvida, uma ferramenta valiosa no dia a dia. Os sistemas de IA conseguem, muito facilmente, ajudar-nos a ficar ‘dois passos à frente’. Experimente esta instrução: “Desafia a minha decisão de lançar um novo produto no mercado. Gera três argumentos gerais e outros três argumentos que têm em conta especificamente a situação da minha empresa [detalhar a situação]. Inclui pelo menos um cenário extremo”.

13. Comparar produtos

Aqui o comando a dar aos assistentes de IA terá sempre de variar em função da comparação que quer fazer. É muito diferente comparar duas canetas, dois smartphones ou duas peças de fruta. Mas esta lógica da comparação é de facto útil pela forma completa como os assistentes apresentam a informação. Experimente: “Maçã ou banana: qual destas frutas é mais nutritiva e recomendada para incluir numa dieta saudável?”.

Atenção às alucinações

Os sistemas de IA Generativa têm melhorado muito ao longo dos meses, mas ainda cometem erros grosseiros, como passar informação falsa com a mesma ‘confiança’ como se fosse verdadeira (as chamadas alucinações). Em temas mais factuais, lembre-se de pedir fontes para os dados ou de fazer uma segunda verificação manual.

14. Organizar a vida digital

Até que os assistentes de IA consigam interagir por completo com o sistema operativo e gerir os ficheiros por si, podem, entretanto, ajudá-lo naquela que é uma das tarefas mais requisitadas pelos nossos leitores – ajuda a organizar a vida digital. “Prepara um guia passo a passo para organizar os meus ficheiros digitais, e-mails, discos externos e armazenamento na nuvem de forma eficiente”. A resposta incluirá dicas como melhores práticas de organização de ficheiros, criação de regras automáticas no e-mail e até de ferramentas externas que podem ajudar nesta missão.

15. Planear o dia a dia

Ajuda-me a criar um horário diário detalhado com blocos de tempo para trabalho, pausas e tarefas pessoais”. Esta instrução pode ser o ponto de partida para uma semana mais organizada. Forneça mais detalhes (como quantas horas trabalha por semana, quais as suas prioridades para o dia/semana, as reuniões que tem marcadas ou a necessidade de ir buscar os miúdos aos treinos) para que o planeamento faça tanto sentido quanto possível naquilo que é a sua rotina.

16. Reaproveitar conteúdo

Vamos imaginar que trabalha num departamento de marketing de uma empresa e que acabou de fazer uma publicação de blogue a falar de um novo produto. Porquê desperdiçar o trabalho feito? “Sugere formas alternativas e criativas de reutilizar este texto para diferentes plataformas [inserir texto]”. Pode ir mais longe, indicando os formatos desejados: se quer uma publicação no Instagram para aumentar o alcance da página, se uma publicação no LinkedIn para melhorar a visibilidade enquanto empregador ou se apenas precisa de um pequeno parágrafo para incluir na newsletter semanal.

17. Comer melhor

Este prompt é um dos ‘velhinhos’ (no sentido em que tornou-se logo numa das primeiras utilizações mais populares), mas continua a ser bastante útil. Peça ao assistente para gerar uma lista de refeições que inclua, por exemplo, os ingredientes que tem no frigorífico e na dispensa, ou então simplesmente indique a tipologia de dieta que gostava de seguir para, a partir daí, montar a lista de compras e refeições. “Cria uma lista de refeições para toda a semana, que contemple almoço e jantar. Dá prioridade a alimentos saudáveis e constrói a lista por forma a que seja diversa na tipologia de alimentos que inclui. Evita, por completo, alimentos ultraprocessados”.

Geração de imagens

Tanto o ChatGPT como o Gemini têm motores de geração de imagens incluídos (Dall-E 3 e Imagen3, respetivamente). O que significa que pode fazer de tudo um pouco neles: ilustrações, criações abstratas, desenho de objetos… Literalmente tudo o que conseguir imaginar e traduzir em letras, estes sistemas serão capazes de replicar.

18. Tornar um projeto mais gerível

Os novos projetos podem ser assoberbantes – tanto para fazer e tantos objetivos para atingir! Uma das estratégias mais comuns é simplificar, dividindo o projeto em tópicos. Comece por explicar detalhadamente o seu projeto ao sistema de IA, pedindo depois ao assistente para “A partir deste projeto, cria microtarefas com datas de entrega específicas, e identifica dependências que possam existir, assim como marcos importantes para o avanço do projeto”. O resultado final será uma espécie de lista de tarefas para fazer e que vai ajudá-lo a avançar de forma progressiva no projeto.

19. Trabalhar um problema em sentido contrário

Sabia que pode usar um sistema como o DeepSeek ou Gemini como se fosse uma espécie de GPS? Basta indicar o ‘destino’ que o sistema trata de definir a melhor rota para lá chegar. Experimente, por exemplo, o seguinte comando: “Assume que já atingi o objetivo de escrever um livro. Agora trabalha em sentido contrário para delinear os passos mais eficientes para conseguir este objetivo. Sê detalhado na tua resposta”.

20. Criar árvores de decisão

Cria uma árvore de decisão que me permita comprar o melhor smartphone possível até 500 euros”. O comando é simples, mas a solução também. Em vez de ser o utilizador a esquematizar os diferentes elementos dos smartphones e a criar diferentes prioridades, é o sistema que faz tudo isso num ápice, indicando ainda alguns exemplos de smartphones que pode ter em consideração. E, como é habitual nestes exemplos, pode adaptá-lo a muitas outras situações de decisão de compra.

21. Produzir guiões para podcasts/vídeos

Gostava de criar um podcast ou canal do YouTube, mas considera que lhe falta estrutura para os conteúdos que pretende criar? Basta pedir ajuda ao assistente certo. “Quero gravar um podcast sobre o efeito da inflação no acesso à alimentação saudável. Ajuda-me a criar um guião para o programa e que inclua uma entrada, entrevistas com dois especialistas e um pequeno resumo final”. Depois, é só adaptar ao seu estilo e necessidades.

Inteligência Artificial cientista  

Foi notícia recente que um sistema de IA desenvolvido pela Google, chamado “Co-scientist”, conseguiu em apenas dois dias resolver um problema (resistência de supermicróbios a antibióticos) que tinha demorado a uma equipa de investigadores vários anos até encontrar a solução. “Sinto que isto vai definitivamente mudar a ciência”, comentou José R. Penadés, um dos cientistas envolvidos no projeto.

22. Fazer reparações

Outra forma valiosa de usar os assistentes digitais é na criação de guias que nos permitem completar tarefas que, de outra forma, talvez não conseguíssemos fazer sozinhos. “Cria um guia passo a passo sobre como substituir um ecrã partido de um iPhone 15 Pro. Fornece ainda outros materiais de apoio que ajudem nesta tarefa” ;)

23. Análise de dados e padrões

Dependendo do seu trabalho, este cenário pode fazer-lhe mais ou menos sentido. Mas imagine que recebeu um Excel com as contas trimestrais da empresa e que precisa de fazer um relatório no qual destaca alguns pontos. E se puder ter ajuda da IA? Experimente o comando: “Analisa este ficheiro de Excel e revela padrões que possam não ser óbvios numa primeira análise”. Este segundo olhar pode ajudá-lo a descobrir tendências ou… problemas. Pode até ser mais específico e pedir, por exemplo, que o assistente identifique todas as quebras acima de 5% encontradas nos diferentes ramos do negócio.

24. Apostar no desenvolvimento pessoal

Aproveitar os assistentes digitais como ferramenta de apoio à aprendizagem de novas competências é algo que não deve descartar nas suas interações com estes sistemas. “Cria um plano personalizado para aprender uma nova língua [indicar idioma] em 12 meses, dividindo o processo em etapas mensais, com recursos recomendados (apps, livros, podcasts), métricas de progresso e dicas para manter a motivação”.

25. Criar novos hábitos

Este admitimos que não foi magicado pela nossa cabeça, mas assim que vimos o resultado final, não resistimos a incluí-lo nesta lista. Criar novos hábitos (p.ex., começar a correr) não é fácil, mas há ferramentas que nos ajudam a manter o registo das nossas atividades. Mas e se pudesse criar a sua própria ferramenta, ajustada às suas necessidades e hábitos específicos? Experimente o seguinte comando: “Ajuda-me a criar um monitorizador de hábitos personalizados, digital e baseado na linguagem React, que ajusta-se aos desafios e incentiva-me com base nas minhas tendências de performance”. Depois é só ir afinando a ferramenta às suas necessidades.

Escolha o modelo certo

Sistemas como o Gemini e o ChatGPT permitem ao utilizador escolher qual o modelo de Inteligência Artificial que vai gerar a resposta. A diferença entre os modelos está na ‘inteligência’ superior ou inferior (devido ao número de parâmetros nos quais foram treinados) e na velocidade de resposta. Experimente diferentes modelos para diferentes tarefas e colha os melhores resultados em cada uma das situações.

26. Simular cenários futuros

Já lá diz o ditado – “homem prevenido vale por dois”. E parte desta prevenção passa por ser capaz de antecipar cenários, planos, problemas e outras situações. Graças ao grande manancial de informação que disponibilizam, os assistentes digitais conseguem ‘jogar’ na antecipação. Experimente, por exemplo: “Simula cenários futuros, com planos de contingência, para preparar o meu negócio [indicar tipologia de negócio] para eventuais cenários de crise”.

27. Planear as finanças pessoais

Vai uma ajudinha com as contas aí de casa? “Preciso de auxílio com as minhas finanças pessoais. Cria um orçamento mensal com base nos meus rendimentos [inserir rendimentos] e despesas, sugerindo uma ferramenta para acompanhar despesas diárias, definindo uma meta de poupança de [inserir valor] para [inserir finalidade] dentro de [inserir prazo], fornecendo estratégias de gestão para as minhas dívidas de [listar dívidas], recomendando opções de investimento com base na minha tolerância ao risco de [inserir tolerância ao risco] e sugerindo recursos para melhorar a minha literacia financeira”. De nada.

28. Resumir documentos

Poupe (muitos) minutos ao ter uma ideia prévia do que vai ler, pedindo ao assistente digital que leia primeiro o documento por si. “Resume o documento fornecido, destacando os pontos-chave, as principais ideias e as conclusões de forma clara, objetiva e em linguagem simples”.

29. Preparar relatórios

Este comando é uma forma de ir recolhendo informações mais completas, ao estilo relatório, e que pode ajudá-lo em diferentes áreas do dia a dia: “Realiza uma pesquisa aprofundada sobre [especificar tópico], resumindo as principais descobertas, fontes de informação e potenciais implicações, e apresenta-as de forma clara e organizada”.

Ativar o modo raciocínio

O DeepSeek e o ChatGPT têm ambos um botão, na caixa de instruções, que permite ativar o modo raciocínio. E recomendamos muito, até para tarefas que parecem mais básicas. Na prática, o modelo analisa o nosso pedido, como também a própria resposta que pretende dar, mas antes de gerá-la. É como se pensasse antes de responder. A desvantagem é que as respostas podem demorar vários segundos (ou mesmo minutos) até serem dadas. A vantagem é que podemos ver a forma como o modelo raciocinou e decidir se está em linha com os nossos objetivos.

30. Melhore as suas próprias instruções

As instruções (prompts) que damos aos assistentes digitais são a chave para conseguir melhores resultados. Por isso, o nosso último ‘truque’ é esse mesmo – escrever uma instrução, mas pedir ao ChatGPT, DeepSeek ou Gemini para que otimizem o prompt com um determinado objetivo. Basta escrever algo como “Otimiza da forma mais completa possível o seguinte prompt e com o objetivo de [definir objetivo] + [Inserir prompt desejado]”. Experimente a sua versão do prompt e depois a sugerida pelo sistema e veja aquela que lhe dá a resposta mais completa e detalhada.

Experimente também…

Aqui deixamos-lhe sugestões de instruções mais básicas, mas que serão igualmente úteis no dia a dia e em diferentes contextos. Seja criativo na forma como usa os assistentes de IA e recolha os benefícios de ter, à distância de um clique, uma superinteligência.

31. Resume este artigo em tópicos, destacando os principais pontos

32. Explica [indicar tema] e assume que nada sei sobre este assunto

33. Analisa e reescreve este texto para corrigir erros gramaticais e melhorar a clareza das ideias

34. Dá-me cinco ideias criativaspara [tema, projeto ou conteúdo]

35. Cria um teste com dez perguntas sobre [indicar a matéria]

36. Sugere um método eficiente para melhorar [hábito, atividade ou objetivo]

37. Quais são as competências mais procuradas na área de [indicar o setor] atualmente?

38. Gera um esboço de artigo otimizado para SEO com base nas palavras-chave [indicar as keywords]

39. Cria um guia de viagem de três dias para visitar [indicar o destino] com foco em [comida, monumentos ou arte]

40. Faz recomendações de livros semelhantes a [indicar o livro]

41. Analisa este conjunto de dados e fornece ideias-chave sobre os mesmos: [colar dados ou carregar gráfico]

42. Propõe três hipóteses para explicar [ideia, fenómeno, conceito]. Inclui exemplos de como posso melhor compreendê-las

43. Traduz este texto para [indicar o idioma] + [colar o texto]

44. Cria um modelo para [currículo, plano de negócios ou proposta de projeto] que eu possa personalizar

45. Dá-me uma lista de dez [ferramentas, recursos ou livros] para [indicar o objetivo específico]

46. Qual é a diferença entre [conceito A] e [conceito B]

47. Faz-me sugestões de receitas de [indicar ingrediente principal]

48. Ajuda-me a criar uma apresentação sobre [indicar o tópico]. Sugere os temas principais e como organizá-los

49. Gera uma imagem de [assunto] em estilo [estilo artístico], com [indicar cores] e ambiente [ser descritivo]

50. Faz-me uma entrevista de emprego para um cargo de [posição] e avalia depois as minhas respostas

No final de fevereiro, o ator norte-americano, Gene Hackman, de 95 anos, e a sua mulher, Betsy Arakawa, foram encontrados mortos na sua casa em Santa Fé, no estado norte-americano do Novo México, EUA. A autópsia revelou que o ator faleceu de doença cardíaca potenciada “pela Alzheimer em estado avançado”. Já a sua mulher, Arakawa, de 65 anos, tinha morrido cerca de uma semana antes, vítima de síndrome pulmonar provocada por uma infeção pelo raro e potencialmente mortal hantavírus.

O que é o hantavírus?

O hantavírus é um vírus raro, transmitido para os humanos através do contacto com roedores. Nos Estados-Unidos – onde Hackman e Arakawa viviam – a espécie de roedores Peromyscus está geralmente na origem da infeção.

Quais os sintomas da infeção por hantavírus?

Os sintomas iniciais de infeção por hantavírus são semelhantes aos de uma gripe e de outras doenças respiratórias – como fadiga, febre, dores de cabeça e dores musculares. No entanto, estes podem evoluir rapidamente para dificuldades respiratórias – como tosse e falta de ar – e problemas cardíacos. “A combinação destas alterações pode levar ao choque, à falência de vários órgãos e até à morte”, refere a Associação Americana do Pulmão.

A infeção por hantavírus pode ser especialmente perigosa pela possibilidade de evoluir para a síndrome pulmonar por hantavírus, uma doença grave e potencialmente mortal que afeta o sistema respiratório. Betsy Arakawa sofreu de dificuldade respiratória extrema devido ao acumular de fluidos nos pulmões.

Embora rara, a infeção por este vírus leva mais de um terço dos infetados a desenvolverem sintomas respiratórios que podem levar à morte.

Como é que se propaga?

O hantavírus é transmitido através da urina, fezes e saliva de roedores que estejam infetados. Os casos de infeção são mais comuns em áreas rurais, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC). Ao secarem, as fezes e a urina dos roedores acabam por se misturar com o pó, existindo o risco de serem inalados, sobretudo em espaços pequenos e mal ventilados. “A melhor forma de prevenir a infeção por hantavírus é manter os roedores selvagens, especialmente os ratos, fora de casa, do local de trabalho, da cabana, do carro, da caravana ou de qualquer outro espaço fechado”, referiu o Departamento de Saúde Pública da Califórnia ao Independent.

Na maioria dos casos, os primeiros sintomas de infeção surgem entre uma semana a dois meses após a exposição.

Também é possível existir transmissão do vírus através do contacto ou ingestão de substâncias contaminadas ou pela mordidela de um animal infetado. O hantavírus não é transmitido de pessoa para pessoa.

Como é feito o diagnóstico e tratamento?

De acordo com o CDC, o diagnóstico por hantavírus pode ser difícil e é necessária a realização de vários testes para confirmar a infeção.

Não existe um tratamento específico para a infeção por hantavírus. As pessoas infetadas recebem geralmente cuidados médicos de apoio, incluindo repouso, hidratação e tratamento dos sintomas. Em casos graves, quando existem dificuldades respiratórias, pode exigir a necessidade de intubação.

Antes de mais, há que dizer que existem milhões de pessoas em todo o mundo religioso animadas das mais nobres intenções, que se sacrificam, desgastam e dão a vida pelos mais fracos, pobres e desprotegidos. Portanto, o discurso que atribui todos os males deste mundo à religião é injusto, superficial e, frequentemente, cínico.

A verdade é que os não crentes exigem um comportamento acima de toda a suspeita aos crentes, e bem, mas assim como uma andorinha não faz a primavera, um mau líder religioso não define a religião. Afinal, Deus não se revê na maior parte das ações dos maus religiosos, e não tem culpa do que os homens fazem invocando o seu nome.

No que toca ao mundo ocidental, os grandes avanços humanitários, científicos, educacionais, culturais e sociais são atribuíveis quase em exclusivo à influência cristã. Apesar de tudo, o cristianismo é responsável por algumas das páginas mais negras da história europeia. Relembro apenas como exemplo as Cruzadas, a Inquisição e o Codex. Por isso, pode afirmar-se que a religião é uma espécie de energia nuclear. Pode ser usada para iluminar o mundo ou para o destruir. A diferença está no caráter e motivação de cada líder religioso.

Qualquer estudioso de Ciência das Religiões sabe que algo tão poderoso como a crença religiosa, a fé e a organização e expressão da mesma, se podem encaminhar em diferentes sentidos ou cair em perigosos equívocos. A História está aí para o comprovar. Não é por acaso que tanta gente está disposta a morrer pela sua fé, tanto recusando-se a renegá-la como em ações da sua proclamação à sociedade. Tertuliano dizia que “o sangue dos mártires é a semente da Igreja.” E citava um velho ditado pagão que testemunhava com admiração do amor entre os fiéis: “Vejam só como esses cristãos se amam uns aos outros!” Até aí os cristãos iluminavam o mundo.

Com o Édito de Milão (313 dC), após cerca de dois séculos e meio de perseguição por parte dos imperadores romanos, a fé cristã passou a ser tolerada, podendo realizar os seus serviços religiosos em público, mas em 311 dC Teodósio proclama-a religião oficial do império.

O problema do potencial destrutivo da fé começou pela mão de Constantino, quando o cristianismo recebeu os templos até aí dedicados aos deuses pagãos e copiou os paramentos, as alfaias religiosas, e a cultura litúrgica de pendor fortemente sacrificial. Os líderes cristãos receberam também inúmeras prebendas e desenvolveram uma estrutura hierárquica, tentando colmatar a vacatura de poder que a sede do império deixou em Roma ao mover-se para Bizâncio. Tinha nascido a igreja imperial, uma perfeita contradição nos seus termos.

Foi aí que nasceram as perversões que haveriam de vir a influenciar negativamente a história da fé cristã, em especial devido à atração pela influência ou exercício do poder, em vez da cultura de serviço que a Igreja sempre tinha tido até aí. Jesus Cristo tinha dito: “Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal, E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20:25-28).

Mas também não se podem esquecer a vaidade e ostentação emergentes em vez da humildade e simplicidade que haviam caracterizado os séculos anteriores. E sobretudo do amor ao dinheiro em vez do despojamento. Para isto já há muito que o apóstolo Paulo tinha alertado Timóteo: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (I Timóteo 6:10).

Em consequência destes desvios surgiram entretanto aberrações como a exploração e o abuso religioso em nome da fé, assim como a mistura entre religião e política, e mesmo algumas guerras que utilizaram a crença religiosa como pretexto para manter ou tomar o poder.

Voltaremos ao tema.

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O Citroën C3 levou a melhor aos outros seis finalistas (BYD Sealion 7, Cupra Terramar, Dacia Duster, KIA EV3, Peugeot 3008 e Renault 5) e conquistou o galardão mais importante da edição de 2025 do Seguro Direto Carro do Ano. Como é habitual, foram ainda distinguidos outros modelos em diversas categorias, numa edição que refletiu a crescente importância dos veículos elétricos no mercado automóvel.

O Citroën C3 reuniu a preferência da maioria dos jurados, que destacaram a versatilidade, o design, a qualidade de construção, a gama diversificada e o preço competitivo como fatores decisivos para a eleição do modelo. O novo C3 sucede assim ao BYD Seal, vencedor da edição anterior.

A edição deste ano do prémio Carro do Ano contou com um total de 72 candidaturas, distribuídas por oito classes. Dos 72 candidatos, 43 modelos distintos concorriam ao título principal de Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal 2025. O painel de jurados, composto por 18 jornalistas especializados dos principais órgãos de comunicação social do país, incluindo a Exame Informática, avaliou os automóveis a concurso ao longo dos últimos meses, com base em critérios como estética, performances, segurança, fiabilidade, preço e sustentabilidade ambiental.

Vencedores por Categoria:

  • Citadino do Ano: Citroën ë-C3 Max
  • Design do Ano: Renault 5 E-Tech Iconic
  • Desportivo/Lazer do Ano: Hyundai Ioniq 5 N
  • Elétrico do Ano: Renault 5 E-Tech Iconic
  • Familiar do Ano: Skoda Superb Break Laurin & Klement 1.5 TSI PHEV
  • Híbrido Plug-in do Ano: Renault Rafale E-Tech 4×4 300cv Plug-in Hybrid
  • SUV Compacto do Ano: KIA EV3 Tech
  • Grande SUV do Ano: Skoda Kodiaq 1.5 TSI 204cv PHEV
Os sete finalistas da edição de 2025 do Seguro Direto Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal 2025. Foto: DR

Hyundai Ioniq 5 N E-Shift vence Prémio Tecnologia e Inovação

Além dos prémios por categoria, a organização do Carro do Ano voltou a atribuir o Prémio Tecnologia e Inovação, que distingue os dispositivos mais inovadores e tecnologicamente avançados ao serviço da condução. O grande vencedor deste prémio foi o Hyundai Ioniq 5 N E-Shift, uma funcionalidade que simula a experiência de uma transmissão automática de oito velocidades em veículos elétricos. Esta tecnologia inovadora controla o torque do motor para imitar a sensação das mudanças de marcha, proporcionando uma experiência de condução mais interativa e semelhante à dos veículos com motores de combustão interna.

Paulo Pinheiro distinguido com o Prémio Carreira

A Comissão Executiva do Seguro Direto Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal 2025 atribuiu o prémio de Personalidade do Ano a Paulo Pinheiro, figura incontornável do automobilismo nacional. A paixão de Paulo Pinheiro pelo desporto automóvel levou-o a idealizar e a construir o Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, inaugurado em 2008. Paulo Pinheiro foi um dos principais responsáveis pelo regresso da Fórmula 1 e do Moto GP a Portugal. O Autódromo Internacional do Algarve faz parte do calendário do Campeonato do Mundo de Moto GP desde 2000 e foi palco do regresso da Fórmula 1 em 2020 e 2021. O legado de Paulo Pinheiro estende-se muito além destes marcos, tendo o seu trabalho e dedicação colocado o Autódromo Internacional do Algarve e a região no mapa das principais equipas de competição e fabricantes de automóveis para lançamentos e testes. Paulo Pinheiro faleceu em julho de 2024, deixando uma marca indelével no panorama do automobilismo português.