Depois de três edições a realizar-se nos primeiros dias de setembro, quando encerrava a temporada dos grandes festivais, o Kalorama passou este ano para o fim de semana que dá início ao verão, tornando junho na nova época alta da música.

Apesar da mudança no calendário, mantém-se a excelência do cartaz, como se comprova logo no primeiro dia (esta quinta, 19), no Parque da Bela Vista, com o Palco Meo (o principal) a ser inaugurado pelo português David Bruno, seguindo-se Father John Misty, os icónicos Pet Shop Boys e The Flaming Lips, com a histórica banda norte-americana a interpretar na íntegra o aclamado álbum Yoshimi Battles the Pink Robots, editado em 2002.

Também no Palco San Miguel, a iraniano-holandesa Sevdaliza e os franceses L’Impératrice, com os portugueses Capital da Bulgária e Cara de Espelho, mantêm a fasquia bem alta, tornando mais complicada a escolha do público, na hora de decidir o que ver.

The Flaming Lips. Foto: Lucília Monteiro

Na sexta, dia 20, FKA twigs lidera o alinhamento do palco principal, onde também brilham Azealia Banks e Scissor Sisters, de regresso à estrada após mais de uma década de ausência, enquanto no San Miguel brilharão Boy Harsher, os norte-americanos Model/Actriz, que lançaram já este ano o segundo álbum, Pirouette, e a veterana Róisín Murphy, nome que é sempre garantia para uma noite eletrizante.

No último dia de festival, Damiano David, vocalista dos Måneskin, que atua em nome próprio, promete um final apoteótico, mas pelo meio também há Jorja Smith, Noga Erez e jasmine.4.t, além de Badbadnotgood e Branko no palco secundário.

Haverá ainda um terceiro palco (o Panorama Lisboa), dedicado à música eletrónica, por onde passarão nomes como 2manydjs, Helena Hauff, Ryan Elliott, Kelly Lee Owens e Daniel Avery.

Meo Kalorama > Parque da Bela Vista, Lisboa > 19-21 jun, qui-sáb 17h > €55 a €105

Tem sede? Beba água. E esta devia ser a única recomendação para um adulto saudável.

Mito 1

Beba 8 copos de água por dia

Este é um verdadeiro mito, sem um pingo de evidência científica, mas, de tão repetido, já se tornou uma verdade para muita gente. A ideia de que a ingestão ideal de água equivaleria a oito copos (ou dois litros) por dia já foi, aliás, desmentida em vários estudos publicados. Mais: os cientistas alegam não haver qualquer benefício claro em estar constantemente a beber água e até alertam para alguns perigos, como a hiponatremia (baixa concentração de sódio no sangue) que pode ser fatal, atingindo sobretudo atletas durante provas, devido à hidratação em excesso.

Mito 2

Ajuda a eliminar as toxinas

Pelo contrário, ingerir quantidades a mais de água “tende, surpreendentemente, a reduzir a capacidade de os rins funcionarem como um filtro” das toxinas presentes na nossa corrente sanguínea, esclarece Stanley Goldfarb, especialista norte-americano em rins. “É uma redução subtil, mas efetiva.”

Mito 3

A pele fica mais saudável

Sessenta por cento do corpo humano é água – portanto, uma pessoa que pesa 65 quilos é composta por 39 quilos de água, aproximadamente. Mais alguns copos deste líquido representam “uma parte tão pequena do que está no corpo” que “é muito improvável que alguém obtenha algum benefício” com essa prática, explica Stanley Goldfarb. Na verdade, não há evidências científicas de que beber muita água hidrate a pele de dentro para fora. O que acontece é que a desidratação é um dos sinais que podem ser vistos na pele – esta perde elasticidade perante a falta de líquidos.

Mito 4

Ajuda a perder peso

Para sermos mais precisos, diríamos: beber água “é uma ótima estratégia” para quem quer emagrecer, especifica a cientista norte-americana Madelyn Fernstrom. Além de não ter calorias, permite “manter a boca ocupada, sem ser com comida, e obter a sensação de satisfação”. Mas isso também acontece com qualquer bebida com zero calorias.

Palavras-chave:

E se a Mossad – apanhada de surpresa a 7 de Outubro – juntamente com a CIA, a DIA, a NSA e os serviços secretos britânicos, franceses e de outros aliados, estiverem enganados, e o Irão já possuir urânio enriquecido a 90%, o grau mínimo para fins militares? E se, ao longo de todos estes anos, os iranianos tiverem conseguido o que pretendiam?

Este “se” vai manter-se até o Irão pedir tréguas. Mas não foi tranquilizador o anúncio de Khamenei – numa gruta (bunker), para todos os efeitos – e da estação televisiva de Teerão, afirmando que vão atacar Israel como nunca antes visto, e que será recordado nos próximos milénios.

Dito assim, isto cheira a arma nuclear, mesmo que apenas uma. Eventualmente, terão pedido ajuda à Rússia, em troca dos drones. Um pouco mais de urânio (é necessária uma quantidade crítica), algum plutónio, e, em particular, a construção de uma ogiva pronta a ser usada.

Há ainda outro factor decisivo: para lançar uma ogiva ou bomba, é necessário ter vectores – aviões, navios ou lançadores terrestres, sendo estes últimos os mais prováveis. E são esses lançadores que Israel destrói todos os dias.

Se o Irão, afinal, tiver uma arma nuclear – basta uma – então tudo ficará dependente da eficácia da Cúpula de Ferro, que terá de interceptar o míssil balístico, ou outro, de forma a impedir o desencadear da reação explosiva em cadeia de uma arma nuclear. É possível, mas nunca ninguém viu ou testou. Está perigoso!

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Mais de cinco anos depois do início da pandemia, a Ciência continua a descobrir coisas novas sobre o modus operandi do vírus responsável pela Covid-19. Um novo estudo permitiu aos investigadores perceber uma “tática furtiva” usada pelo SARS-CoV-2: uma das suas proteínas consegue passar das células infetadas para as saudáveis, desencadeando uma resposta imunitária que as visa erradamente.

Publicado no Cell Reports, o estudo demonstra que uma proteína do vírus consegue transferir-se para as células epiteliais vizinhas não infetadas, fixando-se nas suas superfícies. Uma vez aí, estas são reconhecidas pelo sistema imunitário como um alvo a destruir. Este processo causa inflamação e danos celulares que podem contribuir não só para complicações graves na fase aguda na doença como na Covid longa.

Esta conclusão lança uma nova luz sobre os mecanismos subjacentes às complicações graves da Covid-19 e aos danos nos tecidos provocados pelo próprio sistema imunitário.

A investigação descobriu também, no entanto, que enoxaparina, um anticoagulante comum, pode bloquear esse efeito, impedindo a proteína de se ligar às células saudáveis.

Há muito que as deputadas do PS Madeira se vêm queixando de serem alvo de atitudes e ataques misóginos no Parlamento Regional. Mas, desta vez, os insultos subiram a um tom nunca antes visto, que ficou registado pelas câmaras.  Eduardo Jesus, secretário regional do Turismo, Ambiente e Cultura, estava no debate do Orçamento Regional para 2025 a ser interpelado pela oposição. Enquanto ia ouvindo as perguntas, ia fazendo comentários. “A pergunta desta gaja” e “burra do cara…” foram expressões que usou durante as questões feitas pelas deputadas do PS Sílvia Silva e Sancha Campanella. No caso do deputado do JPP, Rafael Nunes, as suas intervenções foram brindadas com “bardamerda” e “palhaço-mor”.

A situação levou a um protesto do PS Madeira, que considera que estes factos se revestem “de extrema gravidade” e “atentam contra a dignidade do Parlamento e contra o respeito devido aos deputados eleitos”.

No protesto formal dirigido ao Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, a que a VISÃO teve acesso, o grupo socialista qualifica como “linguagem grosseira, sexista e  absolutamente inaceitável no seio do órgão máximo representativo da autonomia regional” a forma como Eduardo Jesus usou a expressão “burra do cara…” relativamente a Sancha Campanella, que estava no uso da palavra.

“Igualmente, a senhora deputada Sílvia Silva, também eleita pelo Partido Socialista, foi alvo de tratamento desrespeitoso por parte do senhor secretário Regional de Turismo  e Cultura, tendo sido referida como ‘gaja’, expressão que encerra um claro teor de  menorização e desconsideração de género, impróprio de qualquer espaço institucional  e, mais ainda, do hemiciclo parlamentar”, defendem os eleitos pelo PS.

De resto, há muito que as deputadas do PS têm vindo publicamente a denunciar os comportamentos misóginos de que são alvo no Parlamento Regional. “Não se tratam de casos isolados, estes insultos somam-se a outros episódios de  linguagem imprópria, agressiva e provocatória dirigida a outros deputados da oposição,  ocorridos durante a mesma sessão, traduzindo um ambiente hostil, persecutório e intimidatório, que compromete o exercício livre, digno e responsável do mandato dos deputados eleitos pelo povo da Madeira”, lê-se no protesto do grupo do PS, que lembra que “a Assembleia Legislativa da Madeira não pode ficar indiferente, sob pena de se tornar  cúmplice por omissão, normalizar o insulto, o abuso de linguagem e o ataque pessoal  no debate político” e pede “a condenação pública pela Presidência da Assembleia Legislativa relativamente  às expressões proferidas pelo senhor secretário Regional do Turismo e Cultura” e a “garantia do respeito pela dignidade de todosOS deputados,  independentemente da sua cor partidária”.

“O termo utilizado está ao acesso de qualquer um de nós no dicionário de língua portuguesa”

Ao Diário de Notícias da Madeira, o governante desvalorizou a situação: “Os termos que eu utilizei – foi mais do que um – estão no dicionário de língua portuguesa e, como se pode ver, são adjetivos que nós, com muita regularidade, utilizamos e que o léxico popular utiliza frequentemente. Qualquer cidadão refere aqueles termos com a velocidade que anda no seu dia-a-dia”, afirmou.

Para Eduardo Jesus, as expressões insultuosas que proferiu são apenas apartes parlamentares. “Os apartes parlamentares existem na Madeira, nos Açores, a nível nacional – em qualquer parlamento – e há uma determinada cultura político-partidária parlamentar que é permissiva a esses mesmos apartes. É por isso que os deputados no seio do parlamento têm uma proteção própria para evitar que cada vez que façam um aparte sejam chamados por injúria ou por ofensas, senão a justiça não tinha mãos a medir. E, por isso, é preciso não perder este enquadramento. É um enquadramento que tem uma sequência lógica”, argumenta.

De resto, ataca a deputada Sílvia Silva, alegando que reagiu a uma acusação “grave” que a mesma lhe teria feito no debate. “O isolar um episódio não conta a história toda e, além disso, foi um comentário que eu produzi referindo-me a uma pessoa e não dirigindo-me à pessoa. Para além de que o termo utilizado está ao acesso de qualquer um de nós no dicionário de língua portuguesa”, insiste.

Vivemos numa era em que a inteligência artificial passou de promessa futurista a presença diária. Está nos nossos telemóveis, nos nossos locais de trabalho, nas nossas casas, responde a perguntas, traduz, organiza, sugere, cria. Mas, por detrás da aparente omnipotência da tecnologia, há um detalhe que continua a fazer toda a diferença: a IA só é tão inteligente quanto a pergunta que lhe fazemos.

É fácil deixarmo-nos deslumbrar com as respostas que a IA oferece. Afinal de contas, nunca tivemos tanto acesso à informação em tão pouco tempo e com tanta facilidade. Ainda assim, esta dita facilidade pode ser uma armadilha. Porque se as perguntas forem vagas, limitadas ou mal formuladas, as respostas serão… pouco úteis. No fundo, tudo começa com uma pergunta. Saber o que perguntar e como perguntar pode ser a diferença entre um insight transformador ou uma resposta genérica.

E não é apenas uma questão técnica. É uma competência humana fundamental: pensar criticamente, formular hipóteses, procurar sentido. Um relatório da McKinsey sublinha que o verdadeiro valor da IA nas empresas está mais na capacidade de “reformular problemas” do que na sofisticação dos algoritmos. Ou seja, o que está verdadeiramente em jogo é a nossa capacidade de pensar bem. Há quem tema que a IA nos substitua, mas talvez o maior risco seja outro: que nos adormeça.

Que nos leve a abdicar do esforço de pensar, de refletir, de explorar, porque temos sempre uma resposta à distância de um clique. Mas a inteligência não vive só de respostas. Vive de perguntas inquietas, de dúvidas bem colocadas, da curiosidade teimosa.

E é precisamente aí que os humanos ainda têm, e terão sempre, uma vantagem. Porque a criatividade nasce da inquietação, da vontade de saber mais, de ver o mundo de forma diferente. A IA pode ajudar, claro. Mas a centelha vem de quem pergunta. Vivemos rodeados de tecnologia, mas continuamos a precisar de curiosidade, empatia e espírito crítico. Precisamos de pessoas que questionem o óbvio, que explorem o “e se?”, que não tenham medo de fazer perguntas difíceis. “Perguntar não ofende”, como se diz em bom português, e talvez hoje essa máxima tenha mais peso do que nunca. Porque num mundo cheio de respostas automáticas, perguntar bem é um ato de resistência. É uma forma de garantir que não nos deixamos levar apenas pela velocidade, mas também pela profundidade.

Se quisermos que a inteligência artificial sirva verdadeiramente a humanidade, e não o contrário, então temos de cultivar uma coisa simples, mas poderosa: a arte de bem perguntar. Ensinar a fazer boas perguntas nas escolas. Nas empresas. Nas nossas próprias rotinas. Porque, no final do dia, é essa curiosidade inquieta, humana, falível mas corajosa, que vai continuar a mover o mundo.

Educar uma criança é um desafio constante. É preciso ajudá-la a descobrir o mundo, compreender as necessidades que possa ter e tentar incutir-lhe valores que a transformem, no futuro, num adulto bem formado. A VISÃO Saúde falou com o pediatra do centro materno-infantil do Norte Manuel Magalhães e com a psicóloga infantil da Clínica da Mente Marta Calado para tentar desmistificar algumas das preocupações mais recorrentes.

1 – As dores de crescimento existem?

Sim, mas têm de ser excluídas outras causas. Manuel Magalhães explica que, geralmente, as queixas surgem abaixo do joelho, “na zona onde o osso cresce”, por volta dos 5 ou 6 anos. Mas nem todas as dores nas pernas são necessariamente de crescimento, alerta o pediatra. “Nos últimos anos percebeu-se, por exemplo, que existe a chamada síndrome das pernas inquietas, que está associado a este tipo de dor e que antes se pensava serem dores de crescimento.” Esta síndrome, que faz com que as crianças esfreguem muito as pernas umas nas outras para aliviar a dor e que pode provocar alterações no sono, está relacionada com um défice de ferro, “o qual pode ser resolvido com uma suplementação adequada”.

2 – É normal que o nascimento dos dentes provoque febre?

O nascimento dos dentes não provoca febre, “dá sim uma inflamação local gengival. A gengiva fica vermelha, dolorosa e cria desconforto no bebé”, assegura Manuel Magalhães. Os pais tendem a achar que há essa associação, mas o que acontece é que os dentes crescem numa altura da vida em que as crianças estão expostas a um maior contacto com doenças víricas e, portanto, o crescimento dos dentes acaba por dar-se em simultâneo com a ocorrência de febres.

3 – Os piolhos aparecem em cabeças com falta de higiene?

Não necessariamente. Ou seja, “obviamente que, se tivermos uma má higiene, esta vai promover a manutenção dos piolhos”, defende Manuel Magalhães. No entanto, se houver uma criança que tenha um cuidado primoroso de higiene, mas estiver numa turma em que haja piolhos, “então também apanha e transmite aos outros assim que apanhar”. O importante é estar atento e fazer o tratamento para resolver o problema rapidamente.

4 – As cólicas são uma desculpa para o choro?

“As cólicas são atualmente um problema que se reconhece. Há estratégias para tratar, nomeadamente através de uma modelação do microbioma intestinal, utilizando probióticos quando necessário”, explica Manuel Magalhães. Apesar de não ser fácil perceber quando é que o bebe está desconfortável devido às cólicas, normalmente o médico diz que se observa uma barriga inchada, muitos gases e uma alteração das fezes.

5 – O bebé pode ficar em perigo se não arrotar?

“Não, de todo”, assegura Manuel Magalhães, explicando que se deve pôr os bebés a arrotar, porque o arroto ajuda o ar que é deglutido durante a sucção a sair. “Se entra no trato gastrointestinal e permanece lá, cria um aumento de gás dentro do intestino e faz com que haja mais distensão abdominal.” Geralmente, um bebé que engole mais ar a mamar sofre mais de cólicas.

6 – As palmadas funcionam?

Não. Manuel Magalhães enfatiza que os castigos físicos são “absolutamente desaconselhados”. Se uma criança fez algo errado e um adulto, ao dizer-lhe que não pode repetir o erro, bate-lhe, “está a transmitir que, de facto, a criança não pode fazer alguma coisa, mas que bater é permitido e, da próxima vez que a criança precisar de chamar alguém à atenção, vai bater”. As crianças olham para o que se diz, mas muito mais para o que se faz.

7 – O castigo não físico melhora o comportamento?

Desde que haja uma compreensão por parte da criança da razão pela qual está a ser castigada, então sim. “Não é fechar uma criança num quarto”, explica Manuel Magalhães. A melhor forma de lidar com birras é ser coerente, definir limites e não proibir a criança de fazer uma coisa para, depois, no dia seguinte, autorizar, pois isso irá desorientá-la. “Se houver coerência e tranquilidade pode nem ser necessário o castigo.”

8 – O açúcar deixa as crianças agitadas?

Sim. O açúcar provoca uma ativação do metabolismo e faz com que as crianças fiquem mais agitadas, “mas há algo mais além disso”, alerta Manuel Magalhães. Uma criança que tenha a liberdade para comer muito açúcar quando não devia poderá estar numa estrutura comportamental familiar que é mais permissiva. “Como são permissivos a nível alimentar, também são permissivos a nível comportamental e a implementação de limites não é tão cuidada, ficando a criança mais agitada.”

9 – Os videojogos influenciam a concentração?

“Sem dúvida alguma. A última classificação internacional de doenças mentais já inclui até a perturbação de videojogos.” A razão pela qual os videojogos interferem com a atenção das crianças, explica Manuel Magalhães, é o facto de os ecrãs e tablets estimularem excessivamente o cérebro, impedindo-o, depois, de se concentrar em atividades menos dinâmicas e luminosas, como fazer um desenho ou ouvir a explicação de um professor. “Há um excesso de estimulação luminosa, de movimento e de informação a entrar, que capta a atenção de quem está a olhar.”

10 – Dar uma mesada é benéfico para ensinar o valor do dinheiro?

Sim e, segundo Marta Calado, não tem de ser sequer em dinheiro para que a criança aprenda o valor das coisas. “Pode ser uma caixa de chocolates que têm de fazer durar.” A mesada, explica a psicóloga, promove ainda a literacia financeira e a gestão do dinheiro e dos bens pessoais. “Um mealheiro, sem promover os bens materiais, contribui para o desejo da conquista de algo que pode ser adquirido depois do esforço de poupar nesse sentido.”

11 – Uma criança de 5 anos sabe distinguir o certo do errado?

Sim. “Qualquer criança de 5 anos sabe que é errado empurrar um colega e que está certo dar-lhe um abraço”, defende Manuel Magalhães. Marta Calado diz mesmo que o desenvolvimento moral da criança começa muito antes, por vezes entre o primeiro e o segundo ano de vida. “Desde muito cedo, sabem o que é um ‘não’ e um ‘sim’, o que podem ou não podem fazer e, com o amadurecimento do cérebro, do sistema nervoso e com o desenvolvimento psicossocial, percebem conceitos como justo e injusto.”

12 – A criança deve obedecer cegamente

“Na educação tem de haver amor e limites, portanto, não é possível educar dando apenas limites”, defende Manuel Magalhães. O pediatra sublinha a importância de educar as crianças para aquilo que poderão vir a ser e o tipo de sociedade que queremos construir. “Uma criança que seja educada assim, vai crescer um tirano.” Da mesma forma, não pode haver só amor sem limites nem regras. “Aquelas crianças que se não quiserem partilhar não partilham, se não quiserem fazer não fazem, também não funciona, porque serão pessoas egoístas e egocêntricas.”

13 – Mexer com as mãos na terra cria imunidade?

Uma criança que brinca com a terra é exposta a muito mais micro-organismos. Provavelmente, vai ter um microbioma muito mais diversificado, podendo estar mais protegida. Além disso, segundo a teoria da higiene, crianças que nascem num ambiente hiperprotegido têm tendência a desenvolver mais doenças do foro alérgico e até imunológico. “Se tiver mais em contacto com a Natureza, com as bactérias e com os vírus, o sistema imunológico ganha uma forma que protege de ter doenças relacionadas com o sistema imune, como as alergias, a diabetes tipo 1 e as doenças autoimunes.”

14 – As crianças “namoram”?

Não. “Muitas vezes são inclusive os adultos a incutir isso na cabeça das crianças”, aponta Marta Calado. O namoro é algo que surge numa etapa do desenvolvimento na qual os mais novos já estão mais preparados a nível físico, hormonal e psicológico, explica a psicóloga. “As crianças têm uma visão muito pura e inocente, além de, antes da pré-adolescência, estarem ainda na fase de descoberta do seu próprio corpo, do seu próprio eu. Não sentem o valor simbólico que é dar um beijo a alguém que não é da própria família.”

15 – As crianças devem ser obrigadas a comer tudo o que não gostam?

Sim. Se ensinássemos uma criança a comer apenas aquilo que gosta, Manuel Magalhães considera que poderíamos ter um problema de saúde pública, uma vez que os mais novos iriam preferir alimentos doces, processados e altamente calóricos, mas também “coisas passadas, porque é menor o esforço de mastigação”. Os pais devem ensinar aos filhos a importância de comer de tudo, mesmo que, em adultos, acabem por não gostar de todos os alimentos.

16 – Faz bem ter um amigo imaginário?

Sim. Entre a infância e a pré-adolescência pode ser bom para as crianças imaginar alguém que lhes dá conforto, com quem podem partilhar as ideias do dia a dia e as opiniões que têm. “Nós acabamos por nos multiplicar nesse amigo imaginário, as crianças é que não têm noção disso, de que o amigo imaginário acaba por ser a imagem delas próprias”, explica Marta Calado.

Artigo publicado originalmente na VISÃO Saúde nº 22

A Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta terça-feira, seis pessoas por ligações ao grupo de extrema-direita e neonazi Movimento Armilar Lusitano (MAL), uma milícia fortemente armada, que segundo o comunicado da PJ “pretendia constituir-se como um movimento político”. As detenções ocorreram por estar “fortemente indiciadas” a prática dos crimes de infrações relacionadas com grupo e atividades terroristas, discriminação e incitamento ao ódio e à violência e detenção de arma proibida. Entre os detidos está um chefe da PSP que tinha já sido transferido para a Polícia Municipal de Lisboa por ligações à extrema-direita. E há vários sinais de que há motivos para alarme com uma onda de crescimento do ódio e da extrema-direita.

Treino armado e recrutamento nas forças de segurança

Este chefe da PSP era, segundo o Expresso, o responsável pelo recrutamento de novos elementos para o MAL, quer através de questionários online, quer através de entrevistas presenciais, nas quais o manejo de armas era fator preferencial para a adesão ao grupo, que estava já a receber treino de tipo militar com armas airsoft.

Manuela Santos, diretora da Unidade Nacional Contra-Terrorismo da PJ, revelou, em conferência de imprensa, que os suspeitos detidos esta terça-feira “estavam a armar-se” e a “recrutar pessoas” e a desenvolver “capacidade de treino tática para fazerem uma ação”, embora a polícia desconheça qual seria, “mas que provavelmente estaria no seu horizonte”.

Segundo foi noticiado, em conversas no Telegram estaria a ser pensada uma invasão do Parlamento, embora a PJ não tenha encontrado um plano operacional já desenhado para esse ataque.

“Muitos milhares de euros” para fazer armas

No que é descrito como uma “grande preparação”, a PJ detetou a realização de treinos com armas airsoft que esta polícia acredita destinarem-se a desencadear mais tarde uma ação criminosa, considerando Manuela Santos surpreendente a “qualidade, quantidade e diversidade” das armas apreendidas, algumas delas feitas com recurso a impressoras de 3D. “É a maior apreensão de armas 3D. É algo inédito em Portugal. É material caro, estamos a falar de muitos milhares de euros”.  Embora cada arma possa ficar entre 100 a 200 euros, a impressora usada para as fabricar é um investimento caro e que demonstra a capacidade de financiamento que o grupo teria.

Entre as apreensões há também cordão detonante, TNT, artigos explosivos, pistolas semiautomáticas e soqueiras.

 “Houve encontros presenciais que nós acompanhámos, com elementos vindos de vários pontos do País. Temos muita informação sobre outras pessoas que integram esta estrutura”, disse Manuela Santos, explicando que alguns dos elementos do grupo pertencem a outras estruturas da extrema-direita entretanto desativadas, como a Nova Ordem Social, que era liderada por Mário Machado, que agora está à frente do Grupo 1143 e cumpre uma pena de prisão por crimes de incitamento ao ódio.

 A PJ não descarta que haja no MAL mais membros ligados às forças de segurança ou militares, além do chefe da PSP que foi detido.

Em termos nacionais, este será o maior grupo de extrema-direita identificado pela PJ com este tipo de capacidade de ação. A PJ acredita que “o grupo poderia, no entanto, contar com a ajuda de outros grupos satélites com as mesmas motivações”, apesar de não encontrar ligação com os ataques feitos aos atores de A Barraca nem aos voluntários que distribuíam comida a imigrantes no Porto.

Chega diz que não é preciso temer o fascismo

Além do Telegram, o MAL tinha também atividade no Facebook, num grupo para o qual só era possível entrar por convite e do qual fazia parte Manuel Matias, membro do Chega e pai da deputada Rita Matias.

Apesar disso, Manuel Matias já se distanciou do MAL em declarações ao Observador. “Não conheço esse grupo. Estou em milhares de grupos. Não estou a dizer que estou ou não estou. Agora, quem conhece a minha vida pública e política sabe que eu estou nas antípodas desse tipo de movimentos”, disse àquele jornal, afirmando não saber se chegou ou não a fazer alguma publicação nesse grupo.

“Só vendo. Nós fazíamos publicações em grupos próximos de algumas coisas do Chega”, respondeu, garantindo, porém, estar “no lado oposto desse tipo de posições”.

Apesar disso, e numa altura em que no Parlamento o Livre levou o tema do aumento da violência de extrema-direita para o debate do Programa de Governo, André Ventura aproveitou para falar aos que temem o regresso do fascismo. Sem nunca assumir o Chega como fascista, acabou, contudo, por dizer que não há que temer o regresso do fascismo.

“Que ninguém tema, quem não roubou o País não tem nada a temer do Chega nem do movimento que leva o Chega para a frente”, declarou André Ventura, esta quarta-feira, no debate da moção de rejeição do Programa de Governo apresentada pelo PCP. Que movimento “leva o Chega para a frente”? Ventura não o nomeou, dizendo apenas que “só quer pedir responsabilidades um a um”.

Conselho da Europa preocupado com discurso de ódio

De resto, André Ventura insurgiu-se contra o Conselho da Europa que emitiu um alerta sobre o aumento do discurso de ódio em Portugal, acusando-o de ser  uma instituição que só serve para “distribuir tachos internacionalmente”.

Num relatório publicado esta quarta-feira, os peritos da Comissão Europeia Contra o Racismo e a Intolerância manifestam profunda preocupação com os casos de violência racista, motivada pelo ódio, notando que há uma banalização de uma retórica xenófoba que tem como principais vítimas os migrantes, as pessoas ciganas, as LGBTI e as negras.

O discurso anti-imigrante é predominante nas discussões políticas, nomeadamente através da disseminação de desinformação que associa os migrantes à criminalidade ou a um fardo para o sistema de segurança social português”, afirmam os especialistas. O relatório refere também que continua a haver relatos de abuso racista, que incluem discriminação racial por parte da própria polícia.

Segundo as Estatísticas da Justiça, divulgadas pelo Público, os crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência aumentaram mais de 200% nos últimos cinco anos.

Um passo audaz. É assim que o diretor-geral da SEAT e da CUPRA em Portugal, David Albós, sintetiza a CUPRA Music, nova estratégia global de música da marca automóvel que lhe empresta o nome. E audaz não é por acaso: é que esta nova plataforma constitui o espaço por excelência de ligação emocional com a cultura contemporânea através da música eletrónica. E, deste modo, uma ponte com as gerações que encontram na música uma forma de expressão e de identidade.

Com esta estratégia, a CUPRA está, igualmente, a expressar a sua identidade, a identidade de uma marca criativa e vibrante, como a música eletrónica, reafirmando o seu compromisso com a inovação e a disrupção, e acelerando no universo cultural e artístico. “Uma estratégia focada no som que move gerações”, enfatiza.

Porém, CUPRA Music é muito mais do que uma plataforma de patrocínios. Nasce com a ambição de se afirmar como uma plataforma ativa de curadoria, criação e colaboração. E com o propósito de potenciar talento, promover a experimentação estética e tecnológica e reforçar a dimensão sensorial da marca, indo além do produto automóvel para se tornar numa referência cultural.

E, se por um lado, é um passo audaz, por outro, é um passo natural, na medida em que, nos últimos anos, a marca tem vindo a construir uma relação consistente com a música através de colaborações, ativações e presença em eventos culturais. “Sentimos que era o momento certo para dar a essa ligação uma identidade própria e coerente, com visão e estratégia global”, sustenta o diretor-geral em Portugal.

Uma batida que marca

A música conquista, assim, oficialmente, o seu lugar como território emocional e cultural central na forma como a marca se posiciona.

David Albós explica que, com esta nova estratégia, a CUPRA reúne todos os seus projetos musicais — ativações inesperadas, colaborações com artistas, patrocínios e conteúdos — sob uma identidade única. Em Portugal, esta visão afirma-se nos palcos, festivais, pistas e experiências urbanas, através de uma série de ativações que posicionam a marca como um player cultural de referência.

E esta nova batida da CUPRA começou já a ouvir-se. A estreia aconteceu no Primavera Sound Porto, com uma presença imersiva durante os quatro dias do festival – 12 a 15 de junho, em que o espaço CUPRA Pulse deixou bem clara esta associação à cultura contemporânea, ao funcionar como instalação artística e palco com programação própria.

No Lisb-ON Jardim Sonoro, de 27 a 29 de junho, em Lisboa, todos os caminhos vão certamente convergir para o lounge da CUPRA: e, no último dia, converte-se em palco, convidando à dança ao som de MXGPU. Aliás, com esta dupla, constituída por Moulinex e GPU Panic, a marca mantém uma parceria criativa que vai muito para lá desta atuação.

E porque esta é uma porta aberta ao talento, está a chegar a segunda edição da CUPRA DJ Battle “On the Pulse”, um concurso nacional de DJ emergentes com eliminatórias e final ao vivo no CUPRA City Garage Lisboa.

Uma relação com propósito

Estas são sonoridades que ecoam na visão do CUPRA como marca arrojada. A propósito, o diretor-geral em Portugal partilha que a escolha dos eventos foi feita com base na afinidade cultural, na relevância artística e na autenticidade do público.  Afinal, representam liberdade criativa, experimentação estética e uma ligação orgânica à música eletrónica — tudo aquilo que o CUPRA também procura representar. “Mais do que marcar presença, queremos somar valor à experiência e partilhar palcos com quem promove a cultura de forma genuína. É uma relação construída com propósito”, enfatiza.

À marca, a música acrescenta relevância cultural, conexão emocional e diferenciação. Permite comunicar com o público num plano mais sensorial e humano — em que as decisões são movidas por emoção, identidade e experiência, e não apenas por especificações técnicas. David Albós nota que a música, tal como o CUPRA, junta tecnologia, design e performance com expressão pessoal. E por isso está convicto de que “estar neste território é natural para uma marca que quer ser percebida como criadora de experiências e não apenas como fabricante de automóveis”.