Nas Legislativas de 2022, o CDS-PP abandonou o Parlamento. Depois de um choque coletivo (em outros os verdadeiros democratas), este partido torna-se no primeiro a conseguir retornar ao Palácio de São Bento.
Nunca outro tinha conseguido esse feito. Vale por isso citar o famoso adágio popular: “não há bem que não acabe, nem mal que sempre dure”.
E importa citá-lo para que nunca percamos o sentido a duas ideias: nunca se deve vaticinar qualquer morte política; nunca se deve deixar de acreditar.
E o CDS-PP acreditou. Acreditou sempre. Sobretudo os jovens do partido, que são muito novos para perderem a esperança e demasiado combativos para baixarem os braços.
No CDS-PP, soubemos todos – Juventude e Partido – as dificuldades de fazer política com poucos recursos. Soubemos o que era ter um espaço altamente reduzido na exposição mediática. Soubemos a dificuldade de ter jornalistas nos nossos eventos. Soubemos o que era ficar de fora das grandes discussões. Mas, por outro lado, os portugueses também ficaram a saber a falta que o CDS-PP faz ao Parlamento, porque mais nenhum partido defende exatamente os nossos valores. Continuar a defendê-los “cá fora” foi um mérito que deu resultados.
Porém, mais do que meramente festejar o regresso à Assembleia da República, aquilo que o universo centrista deve fazer é encará-lo não como o fim de uma batalha, mas como o início de uma nova fase. Uma fase de trabalho incansável e dedicação renovada. Porque não queremos ter de beber desse cálice amargo.
Sem cair no contentamento prematuro, devemos redobrar os nossos esforços e concentrar a nossa energia na construção de uma base sólida para o futuro. Por isso, a presença de dois deputados no parlamento nacional representa mais do que simplesmente uma representação política: é uma plataforma para promover as ideias e os valores que defendemos como partido. E estar no Ministério da Defesa, com o Presidente do CDS-PP, Nuno Melo, num tempo tão exigente para a geopolítica é também uma oportunidade para mostrar a Portugal o nosso quadro de competência e valores.
O CDS-PP sempre se destacou pelas suas identidade e abordagem responsáveis aos desafios que enfrentamos como nação. Agora, mais do que nunca, é crucial que nos mantenhamos fiéis a esses princípios fundamentais enquanto adaptamos e fortalecemos a nossa mensagem e as nossas políticas às necessidades atuais.
As eleições legislativas mostraram a mudança que os portugueses tanto querem e como desejam solucionar os problemas que enfrentam diariamente. Como partido, temos a responsabilidade de ouvir atentamente essas preocupações e de oferecer respostas concretas e realistas.
Pela primeira vez o CDS-PP está na dupla condição de partido minoritário de uma coligação de governo e mais pequeno grupo parlamentar. Isso não nos torna pequenos, pelo contrário, no quadro parlamentar e governativo atual, o CDS-PP é decisivo. Na verdade, o que nos menorizaria seria perder a nossa identidade, vergando à espuma dos tempos, de wokismo e de superficialidade. E isso não acontecerá, vamos assegurar o futuro.
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