Nesta frenética pré campanha antecipada, em que Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos tentam inverter os resultados (PNS) e o primeiro-ministro procura a estabilidade, tendo como modelo mínimo o que aconteceu na Madeira, todas as propostas são admissíveis — no conteúdo, na forma — mas incumpríveis.
Pedro Nuno Santos sabe que estas eleições são, na prática, um referendo nacional ao primeiro-ministro, ao Governo e à Assembleia da República. E, nessa medida, tudo se torna mais difícil, mais duro e mais complexo. Estas eleições são um caso raro: os eleitores não vão escolher Pedro Nuno Santos como primeiro-ministro, mas deixar Luís Montenegro mais forte, duradouro e a rever políticas socialistas. Pedro Nuno Santos terá o seu tempo, que não é agora.
Está bastante claro que a tarefa do líder socialista é ímpar. Ele não batalha para ser o futuro primeiro-ministro (conviria que o PS não cometesse o erro de afastar Pedro Nuno Santos no caso de uma derrota), mas sim para evitar que o país sofra do síndroma do cansaço da instabilidade. Os portugueses eleitores e não eleitores querem um Governo solidamente sustentado na Assembleia da República, e um primeiro-ministro que conta com onda de simpatia e de bom desempenho governativo — e apenas 11 meses de exercício. A 18 de maio, trata-se apenas de fazer uma cruzinha muito simples no boletim de voto: querem Luís Montenegro como primeiro-ministro ou não? É a disputa em causa!
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