Elon Musk, o dono de uma fortuna equivalente ao PIB de Portugal, salvo seja, está empenhado em comprar algo que não está à venda: a MSNBC. Trata-se de um canal de televisão que tem um verdadeiro pavor de Trump. Assumidamente democrata, fez de tudo para colocar Kamala Harris na Casa Branca e assiste agora a uma queda brutal nas audiências.
É aqui que Musk entra. Fez o mesmo com o Twitter, agora X, que, segundo dizem, se transformou numa rede abertamente republicana, com total liberdade de expressão – e total significa mesmo total. Essa transformação também está a provocar uma migração maciça para outras redes sociais. Mas isso não é problema para Musk, porque, quando chegar a altura, também compra essas redes. (Pensando bem, será que deveria perguntar-lhe se quer investir em Portugal? Quem sabe? Oportunidades não faltam. Vou enviar-lhe um e-mail para o endereço certo e secreto!)
A MSNBC está disfuncional e sem estratégia editorial. É este o resultado do alinhamento político de um órgão de comunicação, algo muito comum nos EUA. A pesada derrota de Kamala – que ainda não conseguiu articular um discurso coerente, nem mesmo para os seus próprios apoiantes e assessores – desorganizou as diretrizes editoriais de muitos outros poderosos meios de comunicação americanos, especialmente daqueles que gostavam de recomendar abertamente em quem votar. E é no meio desta confusão que surge Elon Musk.
Sempre gostou de estar envolvido numa boa luta, mesmo que física, e está a preparar-se para garantir uma cobertura mediática favorável às decisões que pretende tomar para cortar a despesa do Estado federal americano. Trump, talvez sem intenção, virou os holofotes para o quase trilionário nascido na África do Sul, mas também cidadão americano de mérito.
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