Kamala Harris será impulsionada ainda mais pela Convenção Democrata em Chicago, que tradicionalmente faz subir as sondagens nacionais e estaduais. Ao olharmos para o mapa eleitoral americano, a maioria dos estados está a vermelho (republicano), enquanto o azul democrata aparece mais disperso. São, no entanto, os estados que mais contam para o Colégio Eleitoral. Atualmente, Kamala tem 225 grandes eleitores consolidados, enquanto Trump possui 219.
Isso significa que o caminho para a Casa Branca estará mais facilitado para Kamala se ela conquistar mais quatro estados indecisos: a Pensilvânia (19), o Michigan (15), Wisconsin (10) e Nevada (6). Na verdade, ela só precisa de mais 45 grandes eleitores para ultrapassar a marca mágica de 270!
Enquanto Kamala entra na sua melhor semana eleitoral, Trump enfrenta a pressão interna do seu partido – tal como os democratas fizeram com Biden – exigindo que ele não se desconcentre da mensagem política e eleitoral para os próximos quatro anos, e que pare de insultar a adversária. Há agitação no «Grand Old Party» (GOP), especialmente porque Trump enfrentará o veredicto do seu julgamento em Nova Iorque em 18 de Setembro. São 34 crimes, todos confirmados pelos jurados, e com juiz democrata que se prepara para aplicar uma sentença memorável.
Esse cenário é o sonho de Kamala e reflete sua mensagem eleitoral primária: os EUA não podem ter um presidente condenado criminalmente por um tribunal, mesmo que ainda em primeira instância. “Eu sou a procuradora, ele é o criminoso!” Vale a pena, apesar de tudo, não perder de vista a dupla democrata: uma socialista alinhada à esquerda e um companheiro bloquista no estilo de Bernie Sanders. Noutros Estados Unidos, sem Trump, qualquer candidato republicano mais sensato daria dez a zero à dupla Kamala-Walz.