Começámos 2023 com uma guerra na Europa, e acabámos com mais uma no Médio Oriente. Nenhuma delas era esperada. Iniciámos o ano com uma maioria absoluta na AR, e terminámos com um PM em gestão e novas eleições. Arrancámos com inúmeros conflitos sociais e laborais, e encerrámos com uma degradação evidente do SNS, desânimo na educação, e uma crise aguda na habitação. Se 2023 foi assim, como será 2024?
Pior ou melhor poderá ser. Sempre. Há cinco novos líderes políticos que vão a eleições, e os resultados poderão acabar com alguns deles. À escala regional os Açores serão o primeiro teste, depois as legislativas, e finalmente as europeias. O PS, com novo líder, arranca com uma vantagem inesperada, a AD ainda está em fase de consolidação, e o Chega tem tudo para multiplicar os votos e deputados. Não vale a pena ler nas folhas de chá o que acontecerá a 10 de Março. Dia aziago no início da nossa democracia.
Lá fora, mas que nos atinge fortemente, assistiremos ao maior de todos os desafios: as eleições presidenciais americanas, que de momento têm Biden e Trump como candidatos. Dois presidentes disputam a Casa Branca. Não deveriam, em boa verdade. Um é mitómano e narcisista, e o outro está incapaz de governar.
2024 também se apresenta como o ano em que a guerra Israel-Hamas vai alastrar – já está, na realidade – e o terceiro ano de conflito na Ucrânia poderá desfazer o impasse. Vai depender de inúmeros fatores decisivos, que Kiev não controla. Há mudanças políticas importantes nos aliados e isso poderá redundar num desastre para o apoio militar.
Este novo ano apresenta-se desafiante, exigente e árduo. Não há profeta que o adivinhe.
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