O momento mais difícil e solitário da vida de Volodymyr Zelensky, enquanto presidente, será dar luz verde à ofensiva terrestre ucraniana para libertar os territórios ocupados. Não há forma de atenuar esse imenso peso, essa decisão de vida e morte dos seus soldados. Ele é o comandante supremo das forças armadas ucranianas e, apresentado o plano final pelas suas chefias militares, cabe-lhe dar a ordem para o início das operações. Nunca será uma decisão tomada levianamente e sem hesitações.
Zelensky está obrigado a cumprir o que prometeu ao seu povo, aos seus militares e aos países que nele acreditaram. Tal como disse ao «The Wall Street Journal», a Ucrânia está pronta para reclamar os territórios ocupados pelos russos, que vão de Luhansk à Crimeia. O tempo de preparação já passou, as armas e os equipamentos estão disponíveis e alinhados, e a vontade nacional não falta.
David Petraeus, general de quatro estrelas, ex-CinC do Comando Central americano, ex-diretor da CIA, e nos últimos dias de passagem por Kiev, acredita que a contraofensiva terrestre será muito rápida e impressiva. A vontade e a coragem ucraniana, aliadas aos melhores equipamentos militares do mundo, causarão uma derrocada fulminante nas tropas e comandos russos. Nisso também acredita o conselheiro de Segurança Nacional do presidente americano, Jake Sullivan.
Zelensky sabe que perderá mais soldados e civis de todas as idades, mas essa batalha será decisiva para a liberdade e independência da Ucrânia. Nunca terá as condições ideais para desencadear a ofensiva, mas para tê-las, sendo membro da NATO o mais rapidamente possível, e também da União Europeia, terá de mostrar agora que a ajuda aliada foi decisiva, imbatível e incontável. E merecida. Zelensky decide sozinho, mas nunca esteve só.
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