Com um Biden assim, bem poderá Putin fazer o que quiser na Ucrânia. O Presidente americano, se fosse forte, não levaria quase um dia a falar sobre a invasão, e nunca faria uma conferência de Imprensa sem apresentar um pacote de sanções que afetassem poderosamente a Rússia, e particularmente o seu ditador. Mais uns bancos na lista dos sancionados, mais umas pessoas, mas nada de excluir o país do sistema Swift, nem de aplicar medidas diretas a Putin, e à sua família.
Que desilusão. O que Biden assumiu, e deixou claro, é que os ucranianos têm de se safar sozinhos, e que estas pequenas sanções só daqui a uns tempos poderão ter algum efeito, que é o mesmo que dizer a Putin que, entretanto, pode ocupar Kiev, decapitar o Governo, e instalar os habituais serventes.
Que confusão. Biden leu um discurso fraco, que não ficará na história dos momentos decisivos das nações democráticas, e dos Estados Unidos, e sofreu de imediato uma barragem de perguntas dos jornalistas sobre as famosas «armas nucleares» económicas e financeiras, de que disporia para este momento. Mas que afinal não usou. Só gaguejou.
Que desânimo. Este Biden, que jurou responder de uma forma decisiva, rápida e devastadora à invasão da Ucrânia, está a repetir o comportamento que teve no Afeganistão, deixando os ucranianos nas mãos de Putin, que sempre antecipou esta incapacidade desta Administração.
Que arrepio. Há combates a 30 quilómetros da fronteira polaca, os Estados bálticos estão em alerta máximo, e este discurso da Casa Branca gelou muitas capitais. A linha vermelha de um conflito com a NATO é já ali, e qualquer erro, ou precipitação, por parte dos russos, colocará a Aliança em guerra. Estará Biden à altura do artigo 5º do Tratado da Washington? Ele disse que sim, mas também disse o mesmo com a Ucrânia, e com o Afeganistão. Biden é frouxo, fraco e temeroso. Por isso, Putin faz o que quer.
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