As pessoas estão cansadas, irritadas e zangadas com os partidos políticos, com os governos, com os empregadores e com os média. As pessoas já não suportam mais serem enganadas, aldrabadas, usadas, ignoradas e insultadas. Estão desesperadas e não confiam em ninguém.
Nada funciona em condições e com qualidade.
A sociedade degrada-se a olhos vistos, as condições de vida são cada vez piores, o futuro apresenta-se assustador; ano após ano, decénio após decénio.
As pessoas sentem-se incapazes de mudar, de melhorar seja o que for. Ninguém as ouve, ou quer ouvir, sentem-se inúteis, incompetentes e impotentes.
As pessoas sentem-se traumatizadas, doentes, muito tristes e deprimidas, angustiadas e assutadas. As pessoas sentem-se ameaçadas e encurraladas.
As pessoas já não conseguem viver, suportar o sofrimento que sentem e a falta de opções. A vida escapasse-lhes sem conseguirem viver, sem nada poderem fazer pelas suas famílias e pelos seus filhos. Perdem-nos, a ambos, antes de terem a oportunidade de os ganharem.
As pessoas sentem-se perdidas e sem opções. A liberdade e a democracia não trouxeram a liberdade e a democracia. Alguém ficou com elas.
As pessoas sentem-se dependentes e, ao mesmo tempo, impedidas de constituírem a sua própria vida, pelas suas próprias mãos.
As pessoas já não conseguem conter o nojo e a vergonha com o que sentem, com o que veem e com o que fazem.
Os que deram forma à atual sociedade construíram sociedades paralelas, de facto, uma sociedade de castas, em pleno século XXI!
A democracia é saudável, terapêutica e social, mas precisa de ser construída e enriquecida, sem, pelo caminho, excluir ninguém, sem tratar mal, seja quem for.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.