Lançado no dia 24 de janeiro de 2005, o álbum “LCD Soundsystem” foi a estreia oficial em álbuns da banda norte-americana liderada por James Murphy. Entre 2002-2004, lançaram diversos “singles” até à conclusão, em 2005, do álbum. Sendo “Losing my edge” o primeiro som oficial da banda, editado em 2002, que já remetia para a influência dos Daft Punk em James Murphy, “I was the first guy playing Daft Punk to the rock kids”.
O estilo musical introduzido por James Murphy já se começava a fazer sentir em Nova Iorque, com a música “House of Jealous Lovers”, música dos The Rapture, produzida pelo próprio, que iniciava o longo caminho do Dance-Punk…
O início dos anos 2000 foi um período de transformação na música e na tecnologia. As plataformas de streaming ainda corriam a meio gás e a música digital, dominada pelo iTunes e MP3, começava a moldar como as pessoas consumiam música.
Foi neste período que surgiram bandas como os LCD Soundsystem, os Strokes e mesmo os Interpol.
O grupo de Murphy inovou e impulsionou muito para o futuro. A banda combinou o passado com o futuro. Os discos de vinil não foram esquecidos e o fenómeno das novas tecnologias não podia ficar para trás. Com isto surge, então, o primeiro álbum da banda de Nova Iorque.
Um marco na música eletrónica e alternativa, o disco capturou o espírito inquieto de uma geração e estabeleceu os LCD como um dos grupos mais inovadores e influentes do início do século XXI. James Murphy inicia todo este caminho com um objetivo centrado: acabar com a vida noturna secante em Nova York e dar a conhecer novas músicas e estilos musicais.
O primeiro álbum da banda trouxe uma fusão única de géneros, incluindo o pós-disco, o rock alternativo, o rock psicadélico e aproximações ao punk como à música experimental.
A banda passou por Portugal, pela primeira vez no LUX frágil, no próprio ano de lançamento do primeiro disco, em 2005. No ano passado estiveram no MEO Kalorama, e tudo indica que vão voltar a Portugal, para apresentar o novo álbum que sai 20 anos depois do primeiro.
Mas não foi só por aí. Após o primeiro concerto no LUX, a banda voltou ao espaço que os deu a conhecer aos portugueses. Em 2018, após concertos em Lisboa, organizaram uma festa na discoteca de Santa Apolónia. A festa auto-intulada de “LCDjs” contou com DJ set dos membros da banda, incluindo James Murphy.
Há 20 anos, os LCD deram-nos a conhecer faixas inéditas, que ainda hoje são “hits”, como “Daft Punk Is Playing at My House” ou “Temptation”, que viriam a tornar-se num clássico para todos os apreciadores de música. Letras que misturavam o humor e a ironia acabaram por ser um sucesso comercial, alcançando o primeiro lugar em diversos países.
Aclamados pela crítica, o álbum foi descrito como uma obra-prima que capturou a essência do início dos anos 2000. E com isso, ainda foram indicados para o Grammy na categoria “Melhor Álbum de Música Eletrónica”. Um feito atípico, visto que a banda estreara-se recentemente.
A combinação única de sons vintage e modernos faz com que o álbum ainda apareça nas listas de “Melhores Álbuns da Década”, porque, no final do dia, nunca se desatualizou…
Na verdade, quem é que não continua a passar um disco dos daft punk em casa?
Duas décadas depois, a banda não parou. E continuou a lançar álbuns. O sucesso inicial ajudou a solidificar o legado da banda, que hoje conta com faixas como “All My Friends” e “Dance Yrself Clean”.
Para 2025, os fãs querem mais “hits”, e por isso, citando os próprios em resposta aos fãs e à indústria da música:
“You wanted a hit
But maybe we don’t do hits
I try and try
It ends up feeling kind of wrong”
….
“So leave us, leave us on our own
And so you wanted a hit
Well this is how we do hits
You wanted a hit
But that’s not what we do”
Perfeitas, ou imperfeitas, as músicas dos LCD são características, não se desatualizam e continuam a surpreender pelo mundo fora. Seja em 2005, em 2025, ou em 2035, os LCD vão continuar a ser eles próprios, e é isso que os distingue de muitos.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.