Se não se importa, o que faz na vida? A razão da pergunta é que, se for um contabilista, agente imobiliário ou trabalhar num banco, lamento dizer, mas tenho más notícias para si. Segundo dois académicos de Oxford, Michael Osborne e Carl Frey, há 80% de probabilidades de esses empregos começarem a ser substituídos por tecnologia nos próximos anos. Isto é a continuação de uma tendência que temos visto nas últimas décadas.
Nos anos 80 e 90, robôs avançados suplantaram os seres humanos nas fábricas. Hoje, à medida que o desenvolvimento tecnológico acelera, empregos de colarinho branco em áreas administrativas e de finanças encontram-se sob pressão. Isto vai obviamente ser duro para muitos trabalhadores, e acredito firmemente que o governo deve fazer mais para ajudar as pessoas a reciclar as suas capacidades e encontrar novas ocupações.
Afinal, vão continuar a ser criados novos empregos – apenas não serão iguais aos velhos. Que tipo de trabalho envolverão esses empregos? Felizmente para nós, as máquinas são bastante inúteis a fazer o que quer que tenha a ver com criatividade. Isso significa que funções nas indústrias criativas – e os empregos que as apoiam – não apenas estarão provavelmente seguros, como na realidade serão ainda mais valiosos no futuro. São excelentes notícias para Lisboa, que está a emergir rapidamente como um dos núcleos criativos mais excitantes na Europa. Basta olhar para Londres para ver como a economia criativa, que inclui um setor digital em rápido crescimento, pode gerar prosperidade e criação de emprego.
Na capital londrina, as indústrias criativas empregam 800 mil pessoas – quase um em cada seis empregos na cidade – e geram 35 mil milhões de libras em valor económico todos os anos. Porém, a triste verdade para londrinos, como eu, é que – graças a decisões políticas erradas – a cidade está infelizmente a tornar-se menos competitiva para as indústrias criativas.
A crise de habitação na cidade implica que é cada vez mais difícil para os trabalhadores criativos conseguirem viver lá. 40 por cento dos locais de música ao vivo fecharam na última década, tal como inumeráveis pubs e estabelecimentos gay, tornando-a um lugar menos atraente para viver. E as regras burocráticas de imigração do governo britânico estão a tornar cada vez mais difícil às pessoas talentosas viverem no Reino Unido. Isso significa que há uma enorme oportunidade para Lisboa, e é evidente que a cidade se está a orientar na boa direção.
O que é realmente impressionante é como os líderes políticos estão a fazer as coisas certas: incentivos para startups, políticas de imigração inteligentes e investimento em formação e habitação. Estes gestos ousados estão a tornar Lisboa extremamente atraente para o talento e o investimento globais, e o mundo agora presta atenção. O presidente da Câmara de Lisboa e o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, merecem especial crédito por impulsionarem essa agenda, e os resultados falam por si. Não se trata apenas de trazer a Web Summit a Portugal, por muito impressionante que isso tenha sido – é o facto de tantas empresas internacionais se estarem a mudar para Lisboa ou a criar equipas de engenheiros e de vendas na cidade.
A minha empresa Second Home é uma dessas companhias globais que investem com orgulho em Lisboa, criando empregos e oportunidades de formação aqui. Transformámos um espaço decadente, no primeiro andar do Time Out Market do Mercado da Ribeira, e tornámo-lo um dos ambientes mais icónicos para trabalhar, colaborar e inovar. Não tenho dúvida de que a Second Home será um catalisador para investimento e crescimento económico em Lisboa, juntando equipas de grandes empresas portuguesas a companhias nos primeiros estádios da sua existência, bem como os melhores e mais globais inovadores. Na verdade, a Second Home Lisboa será um microcosmo da moderna economia da cidade – mostrando ao mundo quão vibrante, diversa e criativa Lisboa é hoje.
Se a capital portuguesa continuar a ir em frente, isso significará novos empregos, regeneração e oportunidades em cada canto da cidade. É um futuro pelo qual vale a pena batermo-nos e mal posso esperar para o ver tornar-se uma gloriosa realidade nos próximos meses e anos. Second Home é lançada, em Lisboa, a 1 de dezembro de 2016.