Primeiro, foi o junho mais quente de sempre ao nível global. Depois, a confirmação de que julho passou a ser, oficialmente, o mês com a temperatura média mais elevada, desde que há registos – e, provavelmente segundo alguns cientistas, até dos últimos 120 mil anos. O que podemos esperar a seguir? A resposta, infelizmente, já não é surpreendente: a continuação de mais e mais calor – até porque o efeito do El Niño, responsável por um fenómeno sazonal de aquecimento das águas no Pacífico, ainda vai fazer-se sentir com maior intensidade no final do ano (o que coincide com o início do verão no Hemisfério Sul).
Os dados registados pelas principais agências científicas internacionais, como a europeia Copernicus e a norte-americana NASA, coincidem na mesma conclusão: o planeta está a aquecer a um ritmo que, em muitos casos, começa já a ultrapassar os cenários mais pessimistas traçados pelos cientistas, e que pensávamos só poderem ocorrer daqui a algumas décadas. A cascata de anomalias meteorológicas e climáticas é de tal ordem que já nos é possível avaliar, com uma exatidão dramática em muitos casos, a diferença que pode fazer o aumento de umas quantas décimas na temperatura global.