A decisão de tornar pública, pelo menos em parte, a recente auditoria ao Novo Banco, mereceria um comentário da ERC. Em que condições pode ser exibida uma auditoria em que são revelados actos financeiros chocantes? À hora do telejornal, com crianças a ver, não parece bem. Em canal aberto, seja a que horas for, também não será boa ideia transmitir actividade bancária explícita. O melhor é publicar a auditoria num dos jornais económicos e as pessoas fazerem como antigamente: vão à banca, compram o jornal, dobram, e depois compram uma publicação respeitável, como a revista Hustler, e escondem o jornal discretamente lá dentro. A seguir, já em casa, o contribuinte certifica-se de que não há crianças por perto e lê a auditoria, desdobrando as páginas centrais, onde vem o buraco financeiro. E depois agarra-se à caneta e passa o cheque. Não sou um moralista, mas creio que as crianças e os jovens, alguns dos quais são muito inexperientes em matéria de economia e finanças, e estão na idade de começar a ter as suas primeiras experiências, designadamente através de contas-poupança, não devem ser expostos a uma auditoria destas, cheia de disfunções bancárias e outras perversões. Se queremos que os nossos jovens tenham uma vida económica saudável, praticando transacções financeiras seguras, esta não é a melhor forma de lhes apresentar o sistema bancário. Os pais, que deveriam ter uma conversa séria, em família, não o fazem porque, na esmagadora maioria dos casos, também não percebem o negócio do Novo Banco. E, na escola, os professores são igualmente ignorantes, tendo tido também uma vida económica extremamente pobre, sem qualquer sofisticação, e na maior parte dos casos conhecem apenas uma posição – que é a posição de quem leva a mão ao bolso para pagar mais uma injecção de capital. Isto, como é costume, só se resolve com educação. Talvez a mesma seringa que tem injectado capital no sistema bancário possa dar uma injecção de capital no sistema educativo. Mas é muito improvável.
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O melhor é publicar a auditoria num dos jornais económicos e as pessoas fazerem como antigamente: vão à banca, compram o jornal, dobram, e depois compram uma publicação respeitável, como a revista Hustler, e escondem o jornal discretamente lá dentro. A seguir, já em casa, o contribuinte certifica--se de que não há crianças por perto e lê a auditoria, desdobrando as páginas centrais, onde vem o buraco financeiro. E depois agarra-se à caneta e passa o cheque