Já alguma vez se interrogou de qual será o segredo das relações amorosas que perduram no tempo? Já se perguntou o que farão esses casais de diferente, para o conseguirem?
O segredo é uma espécie de “fórmula mágica” composto por vários “ingredientes”. Mas, não o irei desvendar de imediato. Prefiro sugerir-lhe um pequeno exercício: pegue numa folha em branco, nuns lápis de cor e, desenhe a sua relação. Não importa se tem ou não talento para o desenho. Coloque no papel todas as imagens que lhe vierem à mente. Depois de ter concluído essa tarefa, pegue noutra folha em branco e desenhe a relação que gostava de ter. Quando finalizar, volte à primeira folha e, na parte de trás, tente relembrar-se de pelo menos dez momentos realmente incríveis e felizes que viveu ao lado do seu companheiro nos últimos tempos. Descreva-os.
Em seguida, volte ao desenho da relação que quer ter e descreva o que gostaria realmente de sentir e experienciar na sua relação amorosa.
Este pequeno grande exercício vai possibilitar-lhe tomar consciência do “estado de saúde” da sua relação neste momento, definir a relação que quer ter e o que é importante para si, mas especialmente, vai permitir-lhe tomar consciência do número de interações positivas, agradáveis e felizes que experiencia com o seu companheiro no presente. E, sabe porque essa consciencialização é tão importante? Porque é dela que depende a durabilidade da sua relação.
Quanto maior for o número de interações que façam os dois sentirem-se bem e emocionalmente “conectados”, maior longevidade terá a relação.
Quanto maior for o número de interações negativas, dentro das quais se conta a indiferença, mais rapidamente terminará a relação.
Neste preciso momento deve estar a perguntar-se: “mas como é possível não ter, uma vez por outra, desavenças, conflitos e discussões, se somos dois seres diferentes?”
Não é possível, porque eles vão surgir inevitavelmente. Desengane-se se pensa que existem amores ou relações só cor-de-rosa. Mas, é também a forma como essas diferenças são percecionadas e geridas que fazem a diferença entre os casais que ficam juntos e aqueles que se separam. Os primeiros percecionam-nas como “tsunamis” e os seus egos sentem-se de imediato em perigo; os segundos, “observam-nas” como uma barreira mais ou menos alta, a saltar de mãos dadas. O que os faz pensar assim? A “Fé” ou convicção, como quiser chamar-lhe, de que não vão permitir que essas mesmas diferenças afetem a relação. A forma como perspetivam e valorizam a relação não permite que esses “meteoritos”, independentemente do seu tamanho, a destruam. Mas não só! Também a imagem que tem do companheiro influência determinantemente. Na próxima discussão que tiver com o seu parceiro, pergunte-se: como estou a ver o meu companheiro e que “rótulo” estou a colocar na sua intenção?
Imagine que a sua relação é uma conta bancária. Quantos mais depósitos fizer, mais rico ficará. Quanto mais dinheiro levantar, mais pobre se sentirá.
As relações amorosas renovam-se a cada dia com atenção, empatia, valorização, confiança, interesse, afetos, comunicação, romance, intimidade emocional e sexual, mensagens ou telefonemas a meio do dia, surpresas, pequenos presentes, carinho e ternura, agradecimento, atividades, interesses e projetos conjuntos, risos e brincadeiras compartilhadas, partilha de tarefas, saídas a dois para jantar, fins-de-semana fora… estes são significativos depósitos na “conta bancária” da sua relação.
A critica, culpabilização, controlo, domínio, comportamentos defensivos e reativos, desrespeito, silencio e indiferença, egoísmo e egocentrismo, competição, mentiras, qualquer tipo de violência, querer ter razão a qualquer custo, inferiorização e humilhação…traduzem-se, inevitavelmente, na “falência” da relação, que pode permanecer ainda durante longo tempo com a referida “conta aberta”, mas a “zero”, produzindo mal-estar psicológico, emocional e até físico, que mais não são do que um conjunto de alertas de que precisa de fazer algo para resolver a situação.
Em que razão devem oscilar as interações positivas e negativas para termos um balanço positivo? Bem, depende muito, mas pelo menos para cada interação negativa devem existir cinco positivas.
Da “fórmula mágica” para ter uma relação duradoura, saudável e gratificante fazem seguramente parte a forma como vê o seu companheiro e como ele o vê a si, o que os dois pensam sobre o que é o Amor e procuram numa relação, valores semelhantes, admiração e valorização recíprocas “aditivas” e, especialmente, o que estão dispostos a investir nesse Amor.
É isso que fazem os casais emocionalmente inteligentes que se sentem juntos, ainda que momentaneamente separados, muitas vezes sem saberem que o fazem…não precisam de guerras, escolhem o Amor!
Nunca ninguém conseguirá sentir e viver o Amor, a olhar continuamente para dentro…
O “jardim” está do lado de fora e, um Amor que nunca acaba, precisa ser plantado e cuidado, entregando o Melhor de Si!
Da próxima vez que se interrogar sobre quanto tempo irá durar a sua relação, tente pensar sobre o que está a fazer AGORA por esse Amor!
Muito obrigada por ler o meu artigo!
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.
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