Este poderia ser um dos temas que há uns anos atrás, atrevia-me a dizer que não iria escrever, ou, se um dia escrevesse, não seria claramente a favor da utilização deste material. Para ser honesta, a ideia que tinha sobre papel de parede definia-se como um material demasiado artificial, não sendo apropriado ou capaz de acrescentar nada a um ambiente. Como se não bastasse, acreditava também que ao fim de algum tempo acabaria sempre por me aborrecer.
Felizmente “A vida é uma escola, enquanto vivemos, aprendemos! “… eis que, então, num belo dia, recebo uma chamada de um cliente que me diz: “Filipa estás boa? Temos algo para resolver! As paredes da nossa casa estão todas tortas, a pintura não correu bem e a iluminação traz ao de cima todos os defeitos à superfície. Temos de arranjar uma solução para isto e pensámos em colocar em toda a casa papel de parede”. Pois bem… fiquei alguns segundos sem resposta e acabei apenas por dizer “Ok! Vamos a isso! Vou já escolher papéis de parede e já dou sinais de vida! “. Quando desliguei o telefone ainda tentei arranjar alternativas ao uso do papel de parede, no entanto, já tudo estava produzido e embalado para entrar em obra. Dirigi-me a um fornecedor e passei o resto do dia a selecionar papéis de parede para uma casa inteira.
Nos dias seguintes, o papel foi colocado e, desde então, a minha visão sobre esta questão mudou! Aliás, atrevo-me a dizer que passei a chamar-se Filipa Papel de Parede Namora. Se não fui suficientemente clara, vou tentar expressar-me melhor! O meu melhor amigo chama-se Papel de Parede. O corpo que este material acrescenta aos ambientes é indescritível. Luxuoso. Sofisticado. É vida! Sei que neste momento devem estar a achar que estou completamente louca, a revestir todos os meus projetos de papel de parede e, para ser sincera, era capaz de o fazer tão facilmente quanto comer agora um pacote de batatas fritas, mas a verdade é que não. Apenas percebi as enormes vantagens associadas ao seu uso. Não só ocultam todos os defeitos de pintura, que, infelizmente, tornam-se cada vez mais habituais, como providenciam a uma divisão um enorme conforto e claramente geram ambientes distintos. Não obstante, são super fáceis de se colocar, limpar, não absorvem cheiros e ainda duram uns bons anos (essa parte eu lembrava-me, pois bastava pensar na casa dos meus avós). E a variedade de cores e texturas é gigante! Para além disso tem ainda outra vantagem que, pessoalmente, valorizo muito: é um bom isolante térmico e acústico.
No que toca a habitações privadas, continuo ainda a fugir de padrões geométricos ou demasiado vincados, prefiro trabalhar texturas e jogar com tonalidades que vão de encontro à intenção do projeto. No entanto, no que toca a restaurantes ou hotéis, uma vez que estamos a estimular uma experiência, não me importo de arriscar.
Por isso, se estavam na dúvida de usar papel de parede em algum espaço, espero que depois de lerem esta rubrica não pensem duas vezes. Nota: tendo em conta o espaço, se for um sítio onde passem vários dias da semana e sobretudo muitas horas, a minha sugestão é optarem por cores mais neutras, até porque isso pode influenciar o vosso estado de espírito. Espero ter ajudado!