Alfândega do Porto 2024. Daqui partiram em busca da vitória duas candidaturas: Aliança Democrática, que se irá apresentar às eleições legislativas no dia 10 de março, e André Villas-Boas, que, com muita coragem, se apresenta à nação portista como candidato à liderança do FCP.
Em comum as duas candidaturas têm o local e a busca de uma vitória. A separá-las tudo. Enquanto o PSD, CDS e PPM apostaram num formato tradicional (onde não faltou uma mesa “vestida” de preto), André Villas-Boas optou por um formato apoteótico desde o momento da entrada até à saída.
Numa estratégia de comunicação pensada ao detalhe, onde não faltou o storytelling e o soundbite, o oponente de Pinto da Costa fez “ouvidos moucos” às audiências das televisões e lançou a sua candidatura pelas 20H00, numa sala que se iluminou de azul e branco.
É certo que a apresentação da AD levou à Alfândega do Porto alguns dos nomes mais sonantes da direita tradicional, mas a flecha não alcançou o centro do alvo. Faltou-lhe glamour, dinâmica, alegria. Teve soundbites, mas o facto de Montenegro, Melo e Pereira não quererem deixar o fim-de-semana só para Pedro Nuno Santos dispersou ou apagou muito do que poderia ter saído da Alfândega do Porto.
Sabemos que a máquina PSD não é forte em comunicação e que quase sempre comunica de forma fria, sem storytelling. Um facto que muitas vezes paga no imediato com custo elevado, ainda que a história venha a dar razão ao porta-voz.
Quando se aproxima mais uma campanha eleitoral, seria excelente se o maior partido da oposição olhasse para alguns dos detalhes da apresentação da candidatura de André Villas-Boas e percebesse como se faz, como se comunica com alma e para o público eleitor. Seria excelente se a máquina de comunicação social-democrata se organizasse 365 dias e comunicasse com ânimo, com conteúdo manchetes.
Os portugueses gostam e acreditam em histórias. Histórias que o mestre escola PS sabe contar como ninguém.
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