A grande vantagem das cidades é a de permitirem que as pessoas se encontrem, repetidas vezes e com naturalidade, num mesmo espaço. Foi por isso que, ao longo dos anos, estas concentrações de gentes variadas acabaram por ser os principais motores de desenvolvimento e de criatividade. E, não por acaso, as cidades dos climas temperados, mais adequados à vida humana, foram aquelas que mais se distinguiram, transformando-se em polos de influência e de atratividade para milhões.
Com o aumento médio das temperaturas globais e a inevitabilidade de ocorrerem cada vez mais e maiores ondas de calor, a vida nas cidades, tal como a conhecemos, pode estar em risco. E, com a degradação do espaço público, acabaremos por ter pessoas mais isoladas, fechadas em bolhas de ar condicionado, em vez de comunidades vibrantes, onde se partilham ideias, se recriam formas de entretenimento e se desenvolvem laços com base no mesmo sentimento de pertença a um lugar.