
Caro Leitor,
Portugal é mar, quase só mar – 97% do território português é água salgada do Atlântico, com muito património submerso por explorar. A VISÃO publica esta semana um mapa dos tesouros arqueológicos junto à costa. Há mais de 5000 naufrágios registados com interesse histórico – desde embarcações romanas a navios de combate das duas guerras mundiais, passando por naus e galeões dos Descobrimentos. Por vezes, a fúria do mar traz destroços e artefactos como os que chegaram à praia de Belinho, em Esposende, uma das muitas histórias contadas pela editora Patrícia Fonseca no tema que faz capa. Outros episódios, como o do ataque do comandante alemão Lapiere, ao largo de Sagres (1917), ou o dos resgates do navio-herói de Patrão Lopes (1936), no Bugio, podem ser vistos numa série de quatro reportagens especiais sobre naufrágios, a serem emitidas todas as quintas-feiras de julho, no final do Jornal da Noite da SIC. No fundo do mar há muito ainda para descobrir e explorar, mas a arqueologia submarina é um parente pobre no País. No Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática não existe um único arqueólogo subaquático e, entre cortes orçamentais consecutivos, está praticamente inoperante.
Os negócios do fogo
Ricardo Dias lidera a Everjets, a empresa que gere a maior frota aérea de combate a incêndios em Portugal. No rescaldo da tragédia de Pedrógão Grande, lembra, em entrevista à jornalista Sílvia Caneco, o “esquema de consórcio cartelizado” de empresas portuguesas que atuava no setor. Também a Everjets foi aliciada, “por interpostas pessoas”, para entrar no cartel de “três a quatro empresas que faziam o preço e depois repartiam” os lucros. “Não havia concorrência, faziam o que queriam”, acusa o CEO, antes de dar valores ao negócio dos incêndios: “Sei que o Estado pagava mais 20% a 30% pelos helicópteros ligeiros”.
Como são fiscalizados os produtos biológicos?
Uma investigação do jornalista Luís Ribeiro, publicada na última edição, revelou que um em cada cinco produtos biológicos tinha vestígios de pesticidas sintéticos. A reação do setor, dos produtores, dos consumidores, não se fez esperar. Na redação choveram muitos emails com elogios e críticas ao trabalho, baseado num estudo de um laboratório certificado. Leia aqui o editorial da diretora Mafalda Anjos sobre a polémica e revisite esta semana, connosco, o mercado bio pela lado da fiscalização. Sabia que um produtor é inspecionado uma vez por ano, com aviso prévio, e que a visita pode não incluir análises a pesticidas? Um artigo a não perder se quiser saber mais sobre as regras e o controlo de um setor que cresce dois dígitos ao ano e está avaliado em mais de 20 milhões de euros.
Viagem à terra de Pedro Álvares Cabral
Belmonte viu nascer o navegador que descobriu e reivindicou o Brasil para Portugal, mas não é esse o principal atrativo da vila beirã visitada pela jornalista Rosa Ruela. Os turistas – 55 mil visitaram os museus no ano passado – preferem ouvir as histórias dos cristãos-novos e de uma comunidade judaica sefardita que durante 500 anos manteve os seus rituais secretos. Hoje, a cultura kosher inspira novos negócios, apesar de os judeus residentes estarem a encolher rapidamente: na década de 70 eram 180, hoje não chegam a 60. A emigração levou mais de uma dezena nos últimos anos.
Jane Austen, 200 anos depois
Morreu aos 41 anos, pobre, solteira, sem nunca sair de Inglaterra. Mas hoje Jane Austen é uma das escritoras mais reconhecidas, com obras reeditadas milhares de vezes, traduzidas em todo o mundo e adaptadas ao cinema e à televisão. No bicentenário da sua morte, qual o segredo da longevidade de autora, numa época tão diferente daquela em que viveu?
Rumo ao Sul
Na VISÃO Se7e desta semana, leia o nosso Roteiro Especial Algarve para o verão de 2017: os passeios longe dos areais, os bares e discotecas mais clássicos, os restaurantes a que convém sempre voltar. Sem esquecer o que há de novo, numa recolha feita no terreno pela Susana Lopes Faustino: por exemplo, a Kadoc agora chama-se Lick e tem lá dentro este restaurante.
Leia também, no espaço de opinião, as crónicas de António Lobo Antunes, Ricardo Araújo Pereira, José Manuel Pureza, Pedro Norton e Capicua.
Se a capa desta semana olha para o Portugal submarino, a VISÃO convida-o também a ver o País de cima no projeto VISÃO de Portugal. A dupla de fotógrafos Magali Tarouca e Joel Santos, cronista da Bolsa de Especialistas da VISÃO, reuniu cerca de 40 vídeos de imagens aéreas, de um minuto cada, que pode descobrir aqui ou, de segunda a sexta, no Jornal da Noite, da SIC.
Na revista desta semana há muito mais para ler, como a odisseia diária dos lisboetas para arranjar um lugar de estacionamento em alguns bairros da cidade – há 68 mil dísticos de residente e só 54 mil lugares – e a entrevista a Leonel de Carvalho sobre as últimas falhas nos sistemas de segurança e defesa em Portugal. “Temos de voltar ao serviço militar obrigatório”, avisa o general reformado, que liderou o Gabinete Coordenador de Segurança durante o Euro 2004.
Amanhã, quinta-feira, a VISÃO chega às bancas e traz mais um livro, o sétimo, da coleção Ler Faz Bem: A Mulher de Trinta Anos, de Honoré de Balzac, um romance de 1842 que está na origem da expressão balzaquiana. “Ler este romance agora é perceber como evoluiu o papel da mulher e, sobretudo, é mergulhar na escrita soberba de Balzac, apesar da voracidade que o caracteriza”, comenta à VISÃO Maria Filomena Mónica. Veja aqui o vídeo da socióloga e escritora.
Nas bancas está também mais uma VISÃO Júnior, com uma homenagem aos avós através de histórias contadas pelos netos. Na edição de julho, saiba também como participar nos passatempos e ganhar uma bicicleta Órbita ou uma Nintendo Switch.
Até para a semana ou daqui a pouco em visao.pt