Oeiras, Lisboa, 04 ago (Lusa) — Se o universo do café tivesse coração, estaria num campo agrícola encravado entre prédios, nos arredores de Lisboa, e não nas vastidões africanas ou americanas onde é produzido.
“Não há outro lugar no mundo onde se faça um trabalho como este”, garante o engenheiro agrónomo Vítor Várzea, 55 anos, um dos principais cientistas da dezena de investigadores que mantém e desenvolve um projeto iniciado há pouco mais de meio século – o Centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro (CIFC), em Oeiras.
Num país onde não se produzem os grãos com que se faz a bebida mais consumida no mundo, depois da água, acabou por se desenvolver o conhecimento científico que impediu a repetição de catástrofes como a que ocorreu no final do século XIX no Ceilão, atual Sri Lanka, quando a ferrugem do cafeeiro destruiu por completo a principal produção agrícola do país, levando-o à bancarrota.