Kinshasa, 03 Abr (Lusa) – Portugal quer promover o ensino do português como língua estrangeira na República Democrática do Congo, e, para este fim, apoia uma ambicionada entrada da Universidade Lusófona no país, afirmou o secretário de Estado das Comunidades.
“Conheço que a Universidade Lusófona está interessada e Portugal vê com bons olhos que essa ou outra universidade qualquer possam aqui estabelecer parcerias, e com elas desenvolver a presença da língua portuguesa localmente”, afirmou António Braga à Lusa em Kinshasa.
Em vista está um protocolo com a Escola Portuguesa de Kinshasa, que tem hoje um reduzido número de alunos e como tal as suas instalações são consideradas largamente desaproveitadas.
“A Escola Portuguesa já foi maior, em frequência e em trabalho, portanto será uma oportunidade de revitalizar essa escola, que Portugal apoia, desde o início desta legislatura”, sublinha.
“O governo não tem uma visão paternalista desses projectos, muito menos qualquer apetência para uma intervenção directa. Estimulamos essas parcerias. A Escola tem excelentes instalações e o Estado não enjeita a possibilidade de participar”, afirma Braga.
A participação pública realizar-se através do envio de professores, a coberto da verba de 30 milhões de euros recentemente aprovada para reforço da língua portuguesa
“Há condições para podermos sinalizar esse interesse e esse empenho no reforço da importância da língua”, salienta.
A favor do projecto, António Braga sublinha a vizinhança com Angola, país lusófono “que está a desenvolver-se exponencialmente”, e também a antiga presença da comunidade portuguesa, amplamente elogiada pelas autoridades locais.
“Para a RDC é uma facilidade ter contactos privilegiados com Angola. Poder ter aqui a possibilidade de formação e aprendizagem e conhecimento da língua e cultura portuguesa, como língua estrangeira
“Todas as autoridades com que tenho falado, desde o primeiro-ministro ao elemento mais baixo da administração, têm referido a excelente memória dos portugueses aqui, com a sua capacidade de integração e convivência”, afirma o secretário de Estado.
Tendo chegado a atingir 30 mil elementos, a comunidade portuguesa foi definhando a partir da década de 1970, sobretudo com as expropriações de 1973 (“Zairianização), e hoje menos de mil portugueses vivem no país.
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