Riade, 26 Mar (Lusa) – Comprar umas cuecas ou um sutiã pode ser um verdadeiro tormento ou embaraço para as sauditas, que em lojas de ‘lingerie’ são atendidas por homens e não podem experimentar a roupa porque não há gabinetes de prova.
Por isso, na terça-feira, foi lançada por 50 mulheres uma campanha a favor do atendimento feminino neste tipo de estabelecimentos, algo que está previsto por lei há três anos.
Só que a lei ficou “na gaveta”, em parte devido a princípios religiosos, que impedem as mulheres de trabalharem em lojas situadas em ruas frequentadas por homens.
Por outro lado, os homens, que asseguram hoje o atendimento em grande parte das lojas, ficariam desempregados. Mas eles, que coram quando falam no assunto, estão do lado delas e acham que a ‘lingerie’ feminina deve ser vendida por mulheres.
Até para evitar transtornos como os de Modie Batterjee, uma das promotoras do boicote ao atendimento masculino nas lojas de roupa íntima e que tem de comprar “sutiãs” com o tamanho do 32 a 38 porque não os pode experimentar.
Já Huda Batterjee foi mais longe: foi ao vizinho Dubai comprar a ‘lingerie’ de casamento para evitar a humilhação de ter que discutir as suas “formas” com um homem.
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