A 1ª edição do Festival Impacto decorre até 17 de novembro no Teatro da Comuna, nos Edifícios Ageas Tejo e Porto, no bar So What Lisboa, na Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e na Fábrica Braço de Prata.
Com um programa que contempla ciclos de conversas, tertúlias, sessões de performance e de filosofia, workshops e encontros concebidos para fomentar a empatia, o evento pretende encontrar linhas de pensamento e de ação para promover os direitos humanos e uma sociedade mais informada.
O JL conversou com Ana Isa Guerreiro, uma das organizadoras do evento.
O que motivou a criação do Festival Impacto?
Numa altura em que toda a gente faz eventos rápidos, sucintos e com muita energia, quisemos fazer um slow-fest. A ideia principal deste festival é ser um lugar de reflexão e debate, onde há tempo para compreender e apreender tudo o que está a ser dito. Apesar da “velocidade” do nome, pretendemos ser ponderados, calmos.
Por que razão escolheram “preconceito” como o tema central da primeira edição?
Para começarmos e explicarmos quem somos, procuramos um tema que pudesse ser o mais abrangente e apresentar-se como lugar de pensamento. O preconceito é universal. Embora alguns grupos estejam mais sujeitos a ele, toca-nos a todos, todos temos ou sofremos. É também um tema que está a ser abordado de forma estanque e aquilo que pretendemos é apresentá-lo de forma abrangente, fugindo aos ismos, como o racismo ou o idadismo.
De que forma é que isso se reflete na programação?
Retirando a palavra preconceito, que é só o tema desta edição, o que nós queremos é trabalhar o tema de cada ano através de várias disciplinas práticas, tanto em palcos grandes como em mais pequenos. Procuramos, através da arte, ter uma narrativa visual do tema, de que forma é que ele é entendido. Por isso temos uma programação muito ampla, com mais de 40 eventos, que está dividida em “Palco Impacto”, onde o participante é passivo e absorve as apresentações, e “Laboratório Impacto”, no qual “obrigamos” o participante a ser também protagonista das atividades.
Quais?
Workshops de comunicação, dança, desenho, debate e teatro, criados para que as pessoas se possam envolver e trabalhar o tema das mais diversas formas.
Esta estrutura manter-se-á nas próximas edições?
Sim, embora queiramos alargar a outras artes. Mas o formato é este: participar ouvindo, participar praticando.
Que periodicidade terá o festival?
Acontecerá de dois em dois anos, sendo o próximo em 2026, sob o tema Ética. Em 2025, quando começarmos a lançar o Impacto Ética, queremos fazer itinerâncias com o ciclo de curta-metragem que fecha esta primeira edição e algumas pequenas conversas sobre o que se passou no Impacto Preconceito.
Qual gostariam que fosse o saldo desta primeira edição?
Adorávamos conseguir sair da bolha que já está connosco, que reconhece e está bastante interessada em abordar estes assuntos, conseguir penetrar noutras, que estão fechadas nas suas informações.