Ideias (JL)
Descolonizar o bicentenário da Independência do Brasil
Neste texto o autor, sociólogo com muito trabalho e obra publicada no Brasil, assim como noutros países sul-americanos (e nos EUA), defende uma tese, com largo curso em certos setores académicos e de pensamento de esquerda. Escrevendo, designadamente, que “descolonizar o bicentenário é partir de dois pressupostos”, sendo o primeiro “que o colonialismo não é uma condição do passado, é uma condição do presente. Com a independência do Brasil não terminou o colonialismo; terminou apenas um tipo específico de colonialismo – o colonialismo histórico, de ocupação estrangeira”
Brasil ou a outra face de nós...
O Brasil não é produto do acaso. Corresponde a uma convergência de fatores centrípetos e centrífugos, em que a economia, a natureza e o fator humano criaram condições para a afirmação de um território
O sintoma ficcional de Jesus
A brilhante introdução a um “ensaio em progresso” do autor, sobre o tema em título, a propósito, e a partir, de José Saramago e do seu romance O Evangelho Segundo Jesus Cristo, em cujo final “o escritor coloca na boca (ou na mente) de um Jesus crucificado uma afirmação tão arrasadora quanto espiritualmente iluminadora. Dirigindo-se aos homens e referindo-se a Deus, Jesus clamou: ‘Homens, perdoai-lhe, porque ele não sabe o que fez’”
Comemorações do 25 de Abril: (e/ou do 25 de Novembro?)
Sempre que nos aproximamos do dia 25 de Abril e das comemorações associadas à data, manifestam-se opiniões em vários sentidos, de que se deveria comemorar era o 25 de Novembro, de que se deveriam comemorar as duas datas e até que se poderiam comemorar conjuntamente, porque muitas pessoas estiveram nas duas – tese que parece excluir que outros estiveram só numa.
Pensar a guerra nuclear: o outro fim da história
“As armas nucleares exigiram a produção, nos limites da (des)razão, de um novo conceito de estratégia bélica capaz de conviver com o gigantesco paradoxo (...) de conduzir ao absurdo de uma guerra que terminaria só com derrotados, mergulhados nos escombros de uma destruição mútua assegurada”, sublinha o nosso colunista no momento dramático em que o tema volta a estar na ordem do dia
Corrupção e colheres de prata
Quando se diz que a corrupção sempre existiu – desde que existe humanidade – a sentença deve ser tomada literalmente. Estamos a falar de uma relíquia biológica
Basta olhar em volta
A seu modo Não Olhem para Cima é uma reflexão sobre a fase terminal da era do niilismo em que há muito entrámos. Cuja porta de saída nos obriga a pensar se alguma vez a liberdade humana foi algo mais do que uma ilusão
Entrevista com Tiago Brandão Rodrigues
Jovem e já reputado cientista foi uma enorme surpresa ser ministro da Educação: não era “especialista” nessa matéria, nem professor, nem tinha experiência política e/ou de gestão - era antes investigador na prestigiosa Universidade de Cambridge, na área do cancro, e tinha apenas 38 anos. E acabou por ser, de longe, o ministro da Educação com mais tempo de permanência no cargo após o 25 de Abril, e o segundo em toda a História de Portugal. Além do mais novo de sempre entre nós, e que já e o decano nos conselhos europeus da Educação. Este o “tema” fundamental para a conversa/entrevista já aprazada há dois meses. Só que, entretanto, com a não aprovação do OE e eleições a 30 de janeiro o atual governo está a chegar ao fim, e uma visão e um balanço dos seus mais de seis anos à frente do Ministério naturalmente assumiram natural relevo...
Autorretrato de uma professora entre o ensino e a escrita
Professora do ensino secundário de Português e Francês na Escola Inês de Castro, em Vila Nova de Gaia, publicou mais de 30 livros (escolares, romances e infantis) além de artigos para o Público e JN. Trabalha em formação de professores e é colaboradora do Ciberdúvidas. Em 2018, recebeu a medalha de mérito cultural da Câmara de Gaia
Os 60 anos da Revolta de Beja
No último dia de 1961 - um ano de acontecimentos excecionais, relevantíssimos, no combate à tirania salazarista, e que marca o início da “queda do império” – houve uma tentativa de golpe militar, com participação de civis, que se traduziu num assalto ao quartel de Beja – e que fracassou. Seis décadas depois, o acontecimento, sua contextualização e seus antecedente, na evocação do nosso colaborador que participou na conspiração e na ação, sendo o mais jovem capitão nela implicado, o que o forçou ao exílio, de que só pôde regressar com o 25 de Abril de 1974