Em tempo de desconfinamento, a cultura continua ainda online, com a abertura com restrições de museus e galerias, prevista a partir de 18, e de cinemas e teatros só no início de junho, pelo que há que usufruir dos muitos espetáculos, performances, visitas guiadas, concertos e festivais disponíveis no espaço digital. E não falta por onde escolher. Casimiro e Carolina, uma encenação de Tónan Quito, a partir do texto de Ödön von Horváth, vai subir à cena, na Sala Digital do Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII), a 8, às 21h. A 9, será a vez de À Espera de Godot, de Samuel Beckett, segundo David Pereira Bastos. São os dois próximos espetáculos que o TNDMII vai disponibilizar no “D. Maria II em Casa”, iniciativa que ao correr de maio propõe duas dezenas de criaçõe, para os vários públicos, sessões de poesia, debates, desafios e histórias para os mais novos, nas plataformas online do teatro.
Às sextas e sábados, às 21h, haverá sempre estreias, com a revisitação de antigos espetáculos que estiveram em cena no Nacional: Worst Of, uma criação do Teatro Praga, a 15; Quarto Minguante, com encenação de Álvaro Correia e texto de Joana Bértholo, a 16; Amores Pós-Coloniais, do Teatro Europa, criado por André Amálio e Tereza Havlíčková , a 22; A Matança Ritual, de Gorge Mastromas, de Dennis Kelly, dirigido por Tiago Guedes, a 23; O Duelo, a partir de Bernardo Santareno e encenação de Miguel Moreira, uma produção da companhia Útero, a 29; e Osmarina Pernambuco não Consegue Esquecer, de Keli Freitas, a 30.
Todos os espetáculos ficam disponíveis online até ao fim do “D. Maria II em Casa”, somando-se a O Grande Dia da Batalha com direção de Jorge Silva Melo, Um Libreto para Ficarem em Casa seus Anormais, de Albano Jerónimo, e outros 13 espetáculos. Na Salinha Digital do TNDMII, todos os sábados e domingos, às 11h, há novas histórias lidas e interpretadas por diferentes atores.
Atores são também convidados a ler poemas, em direto, a partir das suas casas, no Clube dos Poetas Vivos, de Teresa Coutinho, numa parceria com a Casa Fernando Pessoa. Os Encontros no Instagram são às terças-feiras, às 17h, e vão abordar temas como Os Poetas do Café Gelo, Poesia & Feminismo e Poesia Negra Norte Americana.
No Facebook e no canal YouTube dos Artistas Unidos a proposta é de Uma Peça de Cada Vez, em que se recordam espetáculos antigos da companhia dirigida por Jorge Silva Melo, A começar por A Vertigem dos Animais Antes do Abate, de Dimítris Dimitríadis.
Eentretanto, o festival Guitarras ao Alto, que se realiza normalmente em vários palcos do Alentejo (Crato, Avis, Estremoz, Marvão), juntando duplas de músicos, vai decorrer este ano online, dadas as limitações decorrentes da crise pandémica. No YouTube da Antena 3 vão passar, em maio, concertos, conversas e memórias do festival, já na 6ª edição. Do cartaz constam Tó Trips + Filho da Mãe, a 7, Bruno Pernadas + Mário Delgado, a 14, Peixe + Frankie Chavez, a 21, e Gwenifer Raymond + O Gajo, a 28 .
A Boca, Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Lisboa, que irá decorrer em 2021, apresenta já por estes dias um programa de conversas, debates e performances, até 30 de junho. Hoje, 6, às 18h, Maria Mota é a convidada desse ciclo de conferências online, onde se reflete sobre Corpo, Ciência, Pensamento, Comunidade, Sustentabilidade, Imaginação, em relação com a Covid-19, moderadas por Cláudia Galhós, Vítor Balenciano e a equipa Gerador. Amanhã, 7, às 22h, passa Uni Ver Só, integrada numa série de vídeo-performances, revistas numa colaboração com a Fundação de Serralves e a Tate Modern. E comissariadas pela própria Boca, realiza-se, por outro lado, uma série de live streaming de performances, curtas peças ao vivo que trabalham corpo, casa e câmara. A 9, apresenta-se Pedro Barateiro. Também às 22h, no canal YouTube, enquanto a 10, às 16h, no Instagram, será possível assistir a outras reflexões em Econtemporâneos.
Em SOLE , o programa que Serralves apresenta online, será possível seguir Walk and Talk , uma série de vídeos que permitem descobrir os vários espaços do museu, as exposições, o património arquitetónico e natural. O primeiro conjunto de sete episódios leva à descoberta de Arthur Jafa: uma série de prestações absolutamente improváveis, porém extraordinárias, uma mostra atualmente patente no museu e na Casa do Cinema Manoel de Oliveira. O diretor do Museu de Serralves, Philippe Vergne, e o diretor da Casa do Cinema, António Preto conduzem a visita ao universo de Jafa, que dá a conhecer obras fundamentais no percurso de um dos mais destacados artistas norte-americanos contemporâneos, vencedor do Leão de Ouro da Bienal de Veneza 2019. Entretanto, até 10, pode ainda ver online, no canal das Galerias Municipais de Lisboa, no Vimeo, Semente Exterminadora, uma obra de 2017 de Pedro Neves Marques, apresentada em colaboração com o Festival de Curtas de Vila do Conde.
Desconfinar (ainda) com a cultura online
Em tempo de desconfinamento, a cultura continua ainda online
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