Embora saída a 28 (28/4 a 11/5 de 1981), a nossa 5ª edição evocava o 25 de Abril. E logo na coluna de abertura, que lhe é dedicada, se salientava tudo que representava e que só ele tinha permitido a existência do JL: “Sim, este nosso ‘jornal de letras, artes e ideias’ é também produto da Revolução de 1974”, escrevia. Mais à frente, em quatro tão expressivas como densas páginas textos ou testemunhos de cinco seus destacados participantes, quatro deles membros do Conselho da Revolução: Costa Neves, Sanches Osório, Vasco Gonçalves (este também primeiro-ministro), Vasco Lourenço e Vitor Crespo.
E depois, sobre o 25 de Abril nas suas áreas de atividade, escreviam figuras tão destacadas como Mário Dionísio (cultura), Fernando Lopes Graça (música), Raul Rego (imprensa), Álvaro Guerra (literatura), Hélder Costa (teatro), Luís Filipe Costa (rádio e televisão), Fernando Lopes (cinema). E havia também, a seguir, um poema de Manuel Alegre, “Crónica de Abril”, com uma conversa sobre o seu novo livro, Atlântico.
Antes, uma reportagem/entrevista com Fernando Namora, por Fernando Dacosta, com antecipação de extratos do Jornal sem data do escritor; Valéry Larbaud em textos de Hector Bianciotti e A. Campos Matos, e o prefácio de Larbaud para A Relíquia, de Eça; as “Contradições do Liberalismo em Portugal” na análise do historiador Vitor de Sá; e Eugénio de Andrade lido por Miguel Serras Pereira, mais dois inéditos do poeta de As mãos e os frutos.
Júlio Cortazar, Almeida Faria, Helena Almeida, António-Pedro Vasconcelos, Cerromaior (o filme e o livro), a adolescência eram alguns dos autores e assuntos, em vários domínios, tratados, entre outros, por Maria Alzira Seixo, João Medina, Eduardo Prado Coelho, António Caballero, Francisco Bélard, Nelson di Maggio, Maria Emília Brederode Santos. Enquando na sua imperdível Zona Tórrida, de página inteira, Irineu Garcia falava de Manuel Bandeira, da atualidade literária do Brasil, e, mais, dava notícia, com uma pequena biografia de cada um, de alguns dos criadores ou intelectuais brasileiros que a ditadura militar tinha forçado ao exílio e vieram para Portugal: Márcio Moreira Alves, Augusto Boal, Josué Guimarães, Flávio Tavares e Thiago de Mello.
A zona de crítica muito bem ‘recheada’ – e no meio dela um artigo do arqº José Manuel Fernandes sobre “arquitetura regional -, bem assim o Debate-Papo, incluindo o “Escrituralismo” de José Sesinando. Mas, além dela, ainda as crónicas de Agustina Bessa-Luís, Nuno Bragança, Alexandre Pinheiro Torres e Augusto Abelaira. Esta sobre “As capas do JL”, ou seja: sobre as excelente e originais capas de João Abel Manta, com o nº da edição e as principais chamadas por baixo, como se vê na imagem – a última dessa série, com o nº 5.