Haverá sempre Paris.
O cemitério de Père Lachaise estimula ainda e cada vez mais a curiosidade de turistas do mundo inteiro. Das 70.000 concessões, os túmulos de Jim Morrisson e de Oscar Wilde estão entre as mais visitadas, floreadas ou… etiquetadas. A sepultura da família Breguet (divisão 11), essa, permanece muito mais discreta.
No entanto, o patriarca Abraham-Louis representa um marco no seu tempo, ou melhor ‘nos seus tempos’. Uma surpreendente longevidade física e política permitiu-lhe sobreviver ao Antigo Regime, à República e ao Império. A sua vida terminou em 1823, em plena restauração da monarquia francesa, sob o nome de Louis XVIII.
Quase dois séculos passados, o Louvre decidiu homenagear o mítico relojoeiro. A exposição “Breguet no Louvre, um apogeu da relojoaria europeia” veio, em 2009, consagrar o homem e a sua impressionante capacidade de inovação. A produção do seu atelier, que abriu em 1775 na Doca do Relógio na cidade parisiense, foi determinante para a relojoaria mecânica de precisão e acabou por dar a volta às cabeças coroadas de uma Europa que se encontrava sob o encanto do século das Luzes.
Foi este reconhecimento que marcou também o início de uma ambiciosa parceira de mecenato entre o museu mais visitado do mundo e a sociedade Montres Breguet, adquirida em 1999 pelo Grupo Swatch. Nessa altura, o já desaparecido Nicholas Hayek, então presidente do grupo e da sociedade Montres Breguet, demonstrou mais uma vez a sua determinação e o seu lendário talento. Este ciclo de parceria termina em Junho de 2014, com a abertura de novas salas de artes decorativas do século XVIII, em parte possibilitada por tal iniciativa de mecenato.
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