A “jogar em casa”, as startups nacionais estão em força na Web Summi 2019. Quando analisamos a lista disponível em https://websummit.com/featured-startups, verificamos que mais de 200 startups que trabalham por cá, mas não necessariamente portuguesas, vão aproveitar a edição deste ano do maior evento de empreendedorismo na área da tecnologia para estabelecer contactos e atrair investidores.
Há uma grande variedade de temas das soluções preconizadas pelos empreendedores portugueses, mas os temas das atualidade são transversais a todos os países nesta era global e, por isso mesmo, é muito comum encontrar-se na descrição das startups nacionais palavras como IA (Inteligência Artificial), Fintech (tecnológicas que operam na área das finanças), ambiente e energia, VR e AR (Realidade Virtual e Realidade Aumentada), Big Data (análise de grandes bases de dados), IoT (Internet das Coisas) e cibersegurança. Naturalmente, há muitas propostas para o setor do turismo e um número muito apreciável de startups que trabalham nas áreas da medicina e da farmácia.
A maioria das representantes nacionais estão integradas na categoria Alpha, o que significa que se tratam de empresas em fase de pré-investimento ou que receberam menos de um milhão de dólares em financiamento. Mas mais de 50 já estão na categoria Beta, ou seja, são já consideradas casos de sucesso pela organização da Web Summit.
Apenas quatro foram integradas na categoria Growth, empresas que a Web Summit considera que estão em crescimento considerável, em expansão global e que, regra geral, já terão recolhido mais de três milhões de dólares em financiamento. Mas, entre as quatro listadas, só uma é que é realmente portuguesa, a Smart Governance, que desenvolve uma solução para gerir ecossistemas de decisão e cadeias de comando dentro de grandes empresas.
PITCH, o grande objetivo
Na base do conceito da Web Summit estão os pitchs, ou seja, as apresentações curtas para atrair investidores e clientes. O que originou o concurso intitulado, precisamente, PITCH onde as startups selecionadas para participarem competem pelo título “melhor startup” em cada uma das edições do evento. Entre as 135 empresas selecionadas para competir no PITCH deste ano, 12 são nacionais. Já houve uma empresa portuguesa, a Codacy, que ganhou este concurso. Foi em 2014, o último ano em que a Web Summit se realizou em Dublin.
Fique a conhecer os 12 selecionados para representar Portugal. Ordenados por ordem alfabética
Betmarkets
early.betmarkets.io
Uma plataforma dedicada às apostas em jogos. A vantagem proposta por esta startup aos utilizadores é a possibilidade de automatizarem as apostas replicando as apostas feitas por especialistas. No fundo, o utilizador aposta num apostador que considerar mais fiável de acordo com as recomendações da plataforma. De acordo com a informação da Betmarkets, já existem mais de 1000 utilizadores registados neste serviço.
Bloq.it
bloq.it
Na praia ou num evento público, quantas vezes já pensou “que jeito dava ter aqui um cacifo para guardar as minhas coisas?” Provavelmente muitas. A Bloq.it desenvolve cacifos públicos seguros que podem ser abertos através de uma app. Ou seja, não é necessária qualquer chave física.
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Sistema CorkBrick
CorkBrick
corkbrick.com
Móveis e cortiça. Duas especialidades nacionais a que esta startup adicionou uma especialidade dinamarquesa: os legos. A CorkBrick cria módulos em cortiça que, como acontece com os legos, podemos juntar para criar móveis ou até paredes.
Doppio
doppio.games
Os assistentes pessoais digitais, como o Assistente Google, a Siri da Apple e a Alexa da Amazon, são uma das maiores tendências do mercado. E estão a chegar a muitos dispositivos. A Doppio está a aproveitar estas tecnologias para desenvolver jogos em que a interação com o jogador é feita por voz. Já tem dois jogos – Vortex e The 3% Challenge.
ECO2Blocks
eco2blocks.com
O ambiente e a energia são dois grandes temas da atualidade. Esta startup tem uma solução que trata dos dois: desenvolve e produz materiais de construção a partir de resíduos industriais, água não potável e dióxido de carbono. Ou seja, remove elementos tóxicos do ambiente transformando-os em materiais úteis para utilizarmos.
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Drone de carga Valkyr projetado pela EVA
EVA
www.eva.xyz
Uma das mais ambiciosas startups nacionais porque pretende concorrer com gigantes da aviação com orçamentos de pesquisa e desenvolvimento na casa dos milhares de milhões. A EVA está a desenvolver estações para aeronaves não tripuladas, que descolam e aterram na vertical. Estações capazes de interagir com drones em operações de carga e descarga. Além destas estações, a EVA está também a desenvolver um drone de longo alcance dedicado ao transporte de mercadorias.
Fractal Mind
landing.fractalmind.pt
Gamification é um palavração para a maioria das pessoas. Numa explicação simples, trata-se de aplicar interfaces e elementos de design inspirados nos videojogos em aplicações de todo o tipo, incluindo soluções de apoio à gestão. O objetivo é tornar a utilização mais intuitiva e informativa, ao ponto de um software de gestão ter uma utilização próxima de um videojogo. Esta é uma grande parte da atividade da Fractal Mind, que desenvolve soluções “gamificadas” para diferentes tipos de organizações.
GoParity
goparity.com
«Ganhe dinheiro ao tornar o mundo melhor». Esta é a frase de apresentação da GoParity, uma plataforma que junta investidores a projetos sustentáveis. Por exemplo, uma escola pode candidatar-se a um financiamento para instalar painéis solares e os investidores são compensados por parte do valor da venda da energia elétrica produzida. A TANB (Taxa Anual Nominal Bruta) anunciada para os projetos até agora criados é de 4,7% com uma maturidade média de 5,5 anos.
Modatta
www.modatta.org
O conceito desta startup é fácil de compreender: «por que não ganhar dinheiro com os nossos dados?» Para o conseguir, a Modatta sugere uma nova forma de gerir bases de dados, onde as empresas que procuram esta informação pagam diretamente aos utilizadores por partilharem as respetivas informações. A solução tem por base uma app que armazena os dados pessoais do utilizador de forma segura e vende-os às empresas interessadas.
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Neroes
neroes.tech
Super-humanos: Uma ideia muitas vezes apresentada nas obras de ficção onde é habitual recorrer-se à tecnologia para adicionar poderes a pessoas “normais”. A Neroes não propõe exoesqueletos capazes de aumentar a nossa força muscular ou jetpacks para podermos voar estilo Iron Man. Especializa-se, sim, nas capacidades mentais. Os utilizadores-alvo são, sobretudo, os atletas que ganham competitividade quando se tornam mais focados e conseguem eliminar a ansiedade. Esta startup recorre a software, sensores e simuladores para atingir esses objetivos.
Ripatrip
ripatrip.com
«Diga adeus a pesquisas no Google que demoram todo o fim-de-sema; diga olá à pesquisa de viagens personalizada e fácil». Estas frases apresentadas no site da Ripatrip explicam o serviço proposto por esta startup: recomendar as viagens ideias em função do perfil dos utilizadores. As imagens do site deixam claro que o público-alvo são viajante que valorizam atividades desportivas.
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A app Pick da Ubirider junta diferentes transportes públicos
Pick – Ubirider
www.pick.ubirider.com
O que seria de uma lista de startups sem uma solução “tipo Uber”. No caso da Pick, a app/plataforma desenvolvida pela Ubirider, o objetivo é combinar todos os meios de transporte numa única reserva. Ou seja, o utilizador escolhe os pontos de partida e destino e a app sugere os percursos agregando diferentes tipos de transporte. O utilizador só tem de pagar uma vez para ter acesso ao todos os bilhetes necessários para a viagem. Por enquanto, a lista de empresas de transporte público associadas ainda é curta, mas esta é uma ideia com “pernas para andar”.