Os EUA e a Rússia são os países com maior tradição na exploração espacial, mas nos últimos anos mais nações têm investido em planos e tecnologias para ir para fora do planeta Terra. A China tem conquistado um lugar de destaque pelo número de lançamentos espaciais que tem realizado: em 2018, foram 39 lançamentos, superando os 29 dos EUA e os 20 da Rússia; em 2019, o domínio também foi chinês, com o país a realizar 27 lançamentos espaciais. Mas estes lançamentos – que englobam sobretudo satélites – são apenas a ponta do icebergue.
A China tem grandes ambições na exploração espacial e o principal símbolo desta vontade é o projeto conhecido como Estação Espacial Modular da China. A estação vai ser composta por um módulo principal, apelidado de Tianhe-1, e por dois módulos secundários de investigação, apelidados de Wentian and Mengtian. O projeto, cuja primeira fase deverá ficar completa já em 2020 com o lançamento do módulo principal, tem um tempo de vida estimado de dez anos e vai conseguir suportar a estadia de três a seis astronautas em simultâneo, com a chegada do primeiro ‘hóspede’ a estar prevista para 2022, ano no qual a estação já estará completa e em pleno funcionamento.
Em termos de estrutura, a estação espacial vai ter 37 metros de comprimento, assumindo a forma de um T, semelhante à já ‘reformada’ estação espacial russa Mir, e vai orbitar a Terra a uma altitude máxima de 450 quilómetros. Se este parece um projeto ambicioso para um país que não tem tanta tradição no espaço como os EUA e a Rússia, a China fez preparativos à altura: o país já lançou duas mini-estações espaciais para o espaço, a Tiangong-1 e Tiangong-2, que serviram como base de aprendizagem para o lançamento da grande estação espacial modular.
Um protótipo do módulo Tianhe-1 já recebeu, em setembro de 2019, aprovação para que possa ser iniciada a produção do módulo final a ser lançado para o espaço. Apesar de a China não fazer parte dos países que podem usar a Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês) para a realização de experiências, o país já ‘abriu’ a futura estação à realização de projetos de investigação internacionais.
É importante porque
O projeto mostra o conhecimento e a experiência que a China está a ganhar no domínio do Espaço. Esta nova estação apresenta-se ainda como uma alternativa para projetos de investigação fora do planeta Terra, após o fim das operações da Estação Espacial Internacional, previsto para 2028
“Compreender o futuro” é uma parceria entre a Exame Informática e a Huawei que promove a explicação de novos conceitos da Tecnologia