O e-Niro foi um dos elétricos que mais nos impressionou. Tinha (e tem) trunfos importantes como grande autonomia, elevada eficiência (baixo consumo), espaço a bordo generoso, dinâmica satisfatória, boa tecnologia… E um preço competitivo considerando a realidade do mercado. Alias, o Kia e-Niro e o ‘primo’ Hyundai Kauai foram os primeiros elétricos de grande autonomia com um preço acessível para boa parte das famílias. Com este ‘pedigree’, eram grandes expectativas que tínhamos para o novo Niro elétrico, agora denominado Niro EV. Mas as primeiras impressões não foram as melhores, já que o design não nos convence. A frente parece-nos bem conseguida, mas temos dúvidas relativamente ao resto, sobretudo a parte traseira do perfil. Claro que esta é uma característica subjetiva como verificámos quando, como é habitual, pedimos a opinião a várias pessoas. Muitos dos inqueridos gostaram das linhas do Kia, mas outros odiaram. Tornou-se evidente que o design não é consensual.
Mas se o design é subjetivo, há características objetivas que também nos desiludiram um pouco. A velocidade de carregamento, a bateria e a potência são idênticas às do e-Niro de 64 kWh. Não é que sejam más, mas seria de esperar alguma evolução. Aliás, na análise da ficha técnica, até é possível encontrar uma característica que piorou: o binário que baixou de 395 Nm para 255 Nm. Felizmente, não se nota muito esta diferença, como é demonstrado pela aceleração que se manteve na casa dos 7 segundos dos 0 aos 100 km/h. Parece-nos que a redução do binário foi feita em função da análise da capacidade de pôr ‘a força no chão’ e da otimização dos consumos. Isto porque o novo Niro consegue, de facto, gastar um pouco menos que o anterior. Mas é mesmo “um pouco”, que se traduz numa autonomia extra em redor dos 10 km – nos nossos testes, o Niro EV faz cerca de 400 km de autonomia real em circuito misto.