O Q4 e-tron está disponível em quatro variantes, que diferem na capacidade de bateria, potência e tipo de tração (traseira ou “quattro”, com dois motores). O 40 parece-nos o mais equilibrado do grupo. Isto porque já tem um motor que permite uma condução ‘viva q.b.’ (204 cavalos com tração traseira) e uma bateria capaz de garantir viagens longas (447 km WLTP). Há uma versão mais acessível, o 35 (desde €46.350, com 306 km WLTP), mas parece-nos que o acréscimo de potência e, sobretudo, de autonomia, justifica a diferença a favor do 40. Mas há mais, já que o Q4 e-tron também pode ser configurado com uma carroçaria de look mais desportivo, o Sportback. O que significa que nenhum outro 100% elétrico está disponível com tantas variantes o que é, só por si, um trunfo importante. E que o Q4 e-tron acaba por ser um dos modelos mais entusiasmantes da Audi, cujos designs andam, na nossa opinião, algo ‘apagados’.
Qualidade garantida
Tratando-se de um Audi, esperávamos uma elevada qualidade de construção e materiais nobres. E foi o que encontrámos. Claramente acima dos ‘irmãos’ Volkswagen ID.4 e Skoda Enyaq. Tudo tem um ar mais premium, sobretudo no interior, onde se nota a atenção dada ao detalhe, mesmo em zonas abaixo da linha de visão. Gostámos do design angular do tablier; do ‘agarrar’ e formato do volante (achado nos ‘pólos’); do posicionamento dos generosos ventiladores, que permitem uma grande dispersão do fluxo de ar, evitando concentrações de ar fresco ou quente em partes específicas do corpo dos passageiros; do conforto e envolvência dos bancos frontais (com zona de apoio das coxas configurável); e dos vários espaços de arrumação. A utilização de uma plataforma criada exclusivamente para carros elétricos permite aproveitar bem o espaço. Na prática, isto significa que apesar de o Q4 e-tron ser mais pequeno que o Q5 (motores de combustão), essa diferença é pouco notória no espaço útil interior. Curiosamente, o Q5 tem um preço base de quase 68 mil euros, isto para a versão 35, como menos potência e menos equipamento que o Q4 e-tron 40. Uma demonstração que aquela ideia que os 100% elétricos são sempre mais caros que os correspondentes com motor de combustão já não corresponde à realidade – a ‘culpa’ é, sobretudo, da carga fiscal, já que os 100% elétricos continuam isentos de IA (Imposto Automóvel).