A recente decisão de processar empresas que reduziram os seus investimentos publicitários no X (anteriormente Twitter), sob o pretexto de um suposto “monopólio”, é um exemplo gritante da tendência de Musk para ficar cada vez mais isolado da realidade do mundo. As motivações dessas empresas para cortar gastos, em grande parte ligadas a preocupações sobre o discurso de ódio e de desinformação na plataforma, é ignorada por Musk. Em vez disso, o empreendedor opta por uma narrativa conveniente que o retrata como vítima, reforçando a sua imagem de mártir da liberdade de expressão.
Aliás, a postura de Musk em relação à liberdade de expressão é contraditória. O empreendedor apresenta-se como um defensor da liberdade absoluta, mas as suas ações revelam uma tolerância seletiva. Críticas a Musk ou às suas empresas são frequentemente recebidas com desdém ou até mesmo censura, expondo uma mentalidade autoritária preocupante. Exemplo recente é a forma como tem apoiado Trump, ignorando factos como o inacreditável Project 2025, enquanto ataca a candidatura de Kamala Harris com meias verdades ou puras mentiras.