Sabias que o simples jogo Candy Crush que jogas por entretenimento nos transportes públicos, o FIFA que te ajuda a descontrair depois de um longo dia de trabalho ou o Animal Crossing que ocupa aqueles últimos 20 minutos do dia antes de ires dormir, contribuem para o desenvolvimento de algumas das competências mais valorizadas pelos empregadores no mercado de trabalho?
Pois bem, se ouves com frequência que os videojogos são uma perda de tempo, reunimos 5 argumentos que te vão ajudar a rebater essa teoria.
Resolução de Problemas
A resolução de problemas é a base de qualquer videojogo. Falamos de uma jornada que implica a análise de toda a envolvente, como também a avaliação das várias opções disponíveis, para que, posteriormente, se obtenha a melhor solução para o problema em questão.
Se, por exemplo, fizermos uma viagem no tempo e recuarmos aos anos 80, resgatando o jogo Pac-Man – um dos maiores clássicos de todos os tempos – percebemos como este nos ensinou a ponderar diferentes cenários (consoante a direção que escolhêssemos) e a, consequentemente, pensar criticamente sobre a situação.
No entanto, esta não era a única lição a tirar do jogo. Se imaginarmos que os ‘fantasmas coloridos’ representam colegas tóxicos, Pac-Man ensinou-nos que a toxicidade é algo a evitar e, nos casos em que não é possível isso acontecer, há que pensar em diferentes soluções e enfrentar a situação para resolver o problema rapidamente.
Não ponderando somente os clássicos, a resolução de problemas é fundamental em jogos muito famosos entre os Millennials e a Geração Z – Call of Duty ou League of Legends – onde há que pensar estrategicamente para ultrapassar vários obstáculos durante a ação, e, idealmente, atingir o objetivo desejado – a vitória.
Colaboração e Comunicação
Quando falamos em videojogos em que o trabalho em equipa é essencial, a capacidade de Colaboração e Comunicação são um elemento-chave. Jogos como World of Warcraft, Counter Strike, Fortnite, ou até mesmo os famosos torneios de Pokémon, são conhecidos pelo desenvolvimento de skills sociais, levando à interação entre diferentes jogadores de modo a atingir um objetivo comum. Não obstante, os videojogos tornaram-se uma ferramenta útil no desenvolvimento de conexões e relações.
Sendo, de facto, o Trabalho em Equipa uma das soft skills mais desejadas pelos empregadores, os adeptos deste tipo de videojogos desenvolvem inerentemente skills de entreajuda e cooperação, sendo estas tão fundamentais em contexto de – derrotar o último inimigo – como também para atingir os objetivos estratégicos de qualquer Organização.
Pensamento Estratégico
Conheces alguém que está sempre a dizer que videojogos são bastante fáceis e, consequentemente, uma perda de tempo? Pois bem, essa pessoa provavelmente é a mesma que ao fim de 2 minutos de um jogo de Tetris já tinha perdido.
Ao longo dos anos, os videojogos foram-se tornando cada vez mais complexos, exigindo uma maior capacidade estratégica e de planeamento por parte dos jogadores para ultrapassar os mais diversos desafios. Desde o simples jogo do Tetris – um dos quebra-cabeças mais conhecidos na História – até a sagas mais recentes como Uncharted ou The Last of Us, alguns títulos requerem o desenvolvimento de um pensamento estratégico, em que os jogadores precisam de recorrer a raciocínios lógicos, matemáticos, etc., de modo a “encaixar as peças” da melhor forma possível, e, assim, atingirem os seus objetivos.
Criatividade
Outra competência muito procurada pelos empregadores – principalmente pelos mais empreendedores – é a capacidade criativa. No mundo digital, a criatividade é um elemento-chave, e todos sabemos que em pleno século XXI todas as empresas precisam de estar online para sobreviver, certo?
Todos conhecemos alguém que adora jogar The Sims. Muitas vezes, somente para dar asas ao “bichinho” da arquitetura e decoração de interiores. Ou o amigo viciado em Minecraft, que, sendo um jogo em “mundo aberto” permite dar asas à sua criatividade. Com um mercado de trabalho cada vez mais desafiante, a Criatividade é fundamental para que as empresas se destaquem. Colaboradores com a capacidade criativa apurada são, progressivamente, uma mais-valia para os empregadores. Ora, quem diria, que todas as horas passadas a desenhar bairros no The Sims te seriam úteis para teres ideias fenomenais em contexto de trabalho?!
Línguas Estrangeiras – Maioritariamente inglês
Para terminar, uma das maiores vantagens que podemos retirar do mundo dos videojogos é o constante contacto com a língua inglesa. E o domínio desta competência é fundamental em qualquer negócio. Quer seja para lidar com clientes internacionais, ou até mesmo com fornecedores, ter um nível de inglês fluente tornou-se não só essencial, como obrigatório.
Seja em jogos de Plataformas como Super Mario, jogos em “Mundo Aberto” como Minecraft, ou até mesmo os famosos jogos online como World of Warcraft, a língua inglesa não só se tornou naquela em que os jogadores comunicam entre si (jogadores de todo o mundo), como também trouxe mais-valias para o desenvolvimento profissional de todos os jogadores.
Em suma, estudos apontam que existe toda uma nova geração de gamers que estão a desenvolver as competências mais procuradas no mercado, ao mesmo tempo que fomentam o desenvolvimento de skills úteis na sua vida pessoal.
Nós sabemos que neste momento estás com uma enorme vontade de largar este artigo e por as mãos na massa no mundo dos videojogos. De que estás à espera? Mas atenção, como sempre, “moderation is advised”…