Daqui a cinco anos, assistiremos a uma automatização progressiva das compras, até atingirmos a autonomia total graças a tecnologias como o Smart Assistant (Assistente Inteligente), redes neurais artificiais e a capacitação de fornecedores baseada em Inteligência Artificial. Mas, para isso, primeiro é necessário começar com a digitalização da função de compra e suprimento.
Os fornecedores de soluções de compras digitais afirmaram trazer uma transformação nas operações, mas na maioria dos casos, tudo o que fizeram foi digitalizar os processos manuais. Hoje, a revolução das compras começa a ocorrer nas plataformas que cobrem o processo integral de compra (Source to Pay).
Em muitas empresas, apenas os compradores seniores tiram vantagem destas soluções, em vez de toda a equipa. Porém, a democratização dos dados, automatização e inteligência cognitiva são essenciais para que todos os profissionais de compras sejam capazes de enfrentar, com sucesso, desafios como os que vimos em 2020.
Assistentes Inteligentes
Investir numa plataforma de compra e suprimento leva a um retorno mais rápido do investimento (ROI). Estas soluções com assistentes inteligentes permitem que as equipas de compras se adaptem a uma gestão mais proativa, compreendendo a linguagem natural e fornecendo respostas às perguntas mais frequentes, ao mesmo tempo que aumenta a facilidade da utilização para os utilizadores finais. A forma mais comum de assistente inteligente é um chatbot melhorado com Inteligência Artificial (IA).
Os chatbots são programas de computador que imitam conversas com pessoas por meio de inteligência artificial. Podem transformar a maneira como se interage com uma série de tarefas básicas e criar uma conversa, como por exemplo a Siri da Apple, a Cortana da Microsoft ou a Alexa da Amazon, mas especificamente programado para ajudar na função de compras.
Estamos a falar sobre compras cognitivas, não de inteligência artificial completa. Isso significa que um chatbot não pode realmente pensar por si mesmo, mas pode aprender com cada interação para desenvolver respostas mais inteligentes. Os chatbots são inteligentes o suficiente para compreender o que está a ser dito e responder com informações programadas com precisão.
Um assistente inteligente pode examinar os comportamentos anteriores do utilizador para antecipar solicitações futuras. Por exemplo, se um utilizador descarrega geralmente todos os arquivos conectados a um contrato após sua execução, o assistente inteligente aprenderá esse hábito e começará a fazê-lo em segundo plano, sem a necessidade de uma solicitação prévia. Quando terminar, o assistente inteligente simplesmente dirá: “Olá! Descarreguei todos os novos arquivos de contrato para si”.
Estes assistentes também minimizam o desperdício e a redundância. Por exemplo, podem responder a solicitações redundantes de um utilizador, reconhecer que o trabalho já foi feito e registar resultados ou relatórios. E, claro, o sistema reconhece e respeita o nível de permissão do próprio utilizador.
Isto economiza tempo e dinheiro e aumenta a coordenação e o valor ao mudar para uma plataforma de conversação. As equipas de compras podem ivestir mais a sua energia a negociar com fornecedores, otimizando as suas redes de suprimento e conversar com seus utilizadores, em vez de gerar relatórios e gerir tarefas manuais.
Este é apenas o início do que a inteligencia aplicada às compra pode fazer. Conforme a tecnologia se desenvolve, veremos mais casos de utilização por parte das equipas de compras. Ninguém pode ter a certeza onde se concentrará a inovação em compras, mas podemos ter certeza de que desempenharão um papel importante.
Primeiro, digitalizar-se
A transformação digital na função de compras não envolve apenas automatização. Muitas ferramentas estão a acelerar os processos atuais, mas não estão a mudar a forma como as compras são feitas. A verdadeira inovação significa usar tecnologias para avançar com os processos e gerar valor.
Esta transformação ocorre quando a digitalização é combinada com tecnologias avançadas para permitir a criação de novos modelos de negócios, ou seja, abordagens novas e mais eficientes para a gestão de compras.
Conforme discutimos na última conferência de compra do CPONet (uma rede de Procurement, líder em Espanha), é muito provável que em 2025 os processos de compra comecem a ser autónomos, a ferramenta pensará por nós e realizará as funções de aquisição e negociação de forma totalmente independente para o comprador como para o fornecedor.
Provavelmente antes disso, as plataformas inteligentes e verdadeiramente autónomas tornar-se-ão uma realidade, mas é crucial que as organizações comecem a preparar-se hoje. Apenas as equipas que o fizerem chegarão a tempo de realizar a compra autónoma nesses cinco anos, ou menos.