No sábado à noite, a conta do DOGE na X escreveu que “em concordância com as instruções do Presidente @realDonaldTrump, todos os funcionários federais vão receber em breve um e-mail a pedir que esclareçam o que fizeram na semana passada. Falhar nesta resposta vai dar despedimento”. Basicamente, o novo departamento liderado por Elon Musk pretendia com esta mensagem intimar todos a mostrarem o seu trabalho da semana passada sob pena de serem despedidos.
Pouco depois, os funcionários começaram efetivamente a receber um e-mail, vindo do OPM (Office of Personal Management) com o título “O que fez na semana passada?” e onde se lê que devem “responder a este e-mail com aproximadamente cinco tópicos do que realizaram na semana passada com conhecimento do vosso superior hierárquico. Por favor, não enviem informação secreta, links ou anexos. O prazo para responder é esta segunda, 23h50 EST”. Neste e-mail, no entanto, não surge qualquer menção às consequências para quem não responder.
Alguns sindicatos já reagiram, com o American Federation of Government Employees a considerar a mensagem “cruel e desrespeitosa” e a prometer “desafiar todas as rescisões ilegais dos nossos membros e empregados federais em todo o país”. Algumas agências governamentais já instruíram os funcionários a não responder. Kash Patel, do FBI, por exemplo, escreveu aos trabalhadores: “Quando e se mais informações forem necessárias, vamos coordenar as respostas. Por agora, por favor pausem as respostas”, cita o The New York Times.
Outras críticas referem que não há instruções sobre o que devem fazer os funcionários de baixa, os que trabalham por turnos ou mesmo que a sintaxe escolhida para escrever o email fá-lo parecer mais um ataque de phishing.
Musk já se defendeu: “só para clarificar, a fasquia está mesmo baixa aqui. Um e-mail com alguns tópicos que façam sentido é aceitável. Deve demorar menos de cinco minutos a escrever” e “É basicamente medir a temperatura” são duas das mensagens publicadas no X. Depois, escreveu que é inaceitável que as pessoas não vejam os e-mails ao fim de semana mesmo que estejam a trabalhar e a medida pretende combater fraudes: “A razão é que um número significativo de pessoas que devem estar a trabalhar no governo fazem tão pouco que nem leem os e-mails. Em alguns casos, acreditamos que há pessoas não existentes ou identidades de mortos estão a ser usadas para recolher salários. Por outras palavras, é pura fraude”.
A PC Mag recorda que Musk teve exatamente o mesmo comportamento quando comprou o Twitter e exigiu que os funcionários imprimissem o código escrito nos últimos 30 a 60 dias para lho mostrar.