A ByteDance considera que os algoritmos que alimentam o TikTok são essenciais para muitas das suas operações, pelo que a opção de ter de vender a rede social para continuar a operar nos EUA não é vista com agrado. Segundo fontes próximas ouvidas pela Reuters, os responsáveis do grupo chinês querem explorar todas as oportunidades e, caso não vençam, preferem encerrar a app nos EUA a ter de a vender.
A lógica subjacente aqui é que, apesar de ser gigante, o TikTok corresponde apenas a uma pequena percentagem das receitas e atividade dos utilizadores da ByteDance. Assim, a opção de encerrar é vista com mais agrado do que a opção de vender a um novo dono, potencialmente americano.
O The Information avançou na semana passada que a ByteDance estava a explorar cenários de venda do TikTok dos EUA sem o algoritmo de recomendações de vídeos. A esta notícia, o grupo respondeu com um comunicado no Toutiao onde informava que não tinha quaisquer planos para vender o TikTok. A esta notícia da Reuters, sobre a preferência de encerrar operações, a ByteDance referiu o mesmo comunicado e não teceu mais qualquer comentário.
O CEO Shou Zi Chew referiu que estava confiante numa vitória legal para bloquear a legislação assinada por Joe Biden e que visa que a aplicação seja banida das lojas de aplicações. De acordo com esta legislação, a ByteDance tem até 19 de janeiro para vender o TikTok ou encerrar operações nos EUA.
As receitas do ByteDance aumentaram de 80 mil milhões de dólares em 2022 para os 120 mil milhões de dólares em 2023, mas a divisão por mercado (ou seja, quanto é que os EUA representam) não é conhecida, pelo que não se conhece a motivação financeira para a preferência pelo encerramento. De um ponto de vista técnico, separar os algoritmos seria um processo complexo e assim se percebe que o grupo não esteja a ver com bons olhos a venda da plataforma.