A Meta estará a preparar uma versão paga para o Facebook e o Instagram na União Europeia para conseguir obter receitas além das oriundas da publicidade digital. Nesta modalidade, o utilizador paga um valor periodicamente e, em contrapartida, pode navegar nas plataformas sem ter de ver anúncios publicitários. Esta é uma das formas encontradas pelo grupo de Zuckerberg para fazer face à quebra de receitas originada pela limitação de recolha de dados aprovada nos regulamentos europeus.
A empresa lembrava em abril que a publicidade na União Europeia constituía 10% de todas as receitas do grupo, pelo que qualquer medida de proibição ou restrição imposta neste bloco acabará por ter um impacto grande nas contas da tecnológica.
Segundo o The New York Times, que cita fontes próximas ao projeto, a Meta pondera manter os dois modelos de negócio: um pago, por subscrição, no qual o utilizador não vê anúncios e um outro que funciona tal como tem funcionado até agora, no qual a navegação mantém-se gratuita, mas, em contrapartida, o utilizador vê publicidade e os seus dados são recolhidos para personalização dos anúncios.
O lançamento de uma subscrição também tem o objetivo de “aliviar algumas das preocupaçoes dos reguladores europeus”, segundo as fontes ouvidas pelo NYT.
O lançamento desta modalidade, a acontecer, marcará uma das maiores cisões na tecnologia de consumo entre os EUA e a Europa. No ‘velho continente’, as tecnológicas estão obrigadas a cumprir o Regulamento Geral da Proteção de Dados (RGPD) e outras regulamentações que salvaguardam os direitos dos consumidores e limitam as possibilidades de partilha de dados. Em maio, a transferência de dados europeus para servidores nos EUA valeu uma multa de 1,2 mil milhões de euros à Meta, além de outras multas que foram aplicadas em outras situações.