No ano que passou, a Anchorage Digital, empresa americana de transação de criptoativos fundada pelo português Diogo Mónica, passou a valorizar três mil milhões de dólares – mais que suficiente para ganhar o título de unicórnio –, sendo ainda reconhecida pelas agências reguladoras americanas que a equipararam a um banco tradicional. Apesar de viver nos EUA há já mais de uma década, o engenheiro especialista em segurança, mantém uma forte relação com o mercado português, fazendo questão de alimentar o escritório da empresa no país e de investir em empresas portuguesas.
Em entrevista à Exame Informática (que poderá ler na íntegra na edição da revista do mês de fevereiro) o luso-americano insiste que a não taxação das transações em criptomoedas (para transações não profissionais) tem sido importante para atrair investidores e empresários estrangeiros a Portugal. “O Banco de Portugal já criou um registo obrigatório para quem quer negociar com criptoativos, há uma monitorização do que está a acontecer, mas não há um abafar das empresas, há um caminho que pode ser feito. E isto é ótimo!” Do lado oposto, sublinha, surge a China que proibiu todo o negócio com criptoativos, sem sucesso, sublinha: “Não é legal, mas continua. Não se consegue impedir as soluções baseadas na Internet.”
Apesar de já terem existido conversações entre a Anchorage e bancos e empresas financeiras portugueses para já não há ainda nenhum parceiro no país. “Os Estados Unidos têm vindo a mostrar o caminho. No contexto americano não há nenhuma instituição neste momento que não tenha uma estratégia de criptoativos, falo com todos os bancos, todos as fintechs, empresas grandes e todas têm uma estratégia para criptoativos.”
Para reforçar a relevância deste novo mundo das Finanças – que já chega a cerca de cinco por cento da população mundial – na realidade portuguesa, Diogo Mónica recorda os 15 eventos sobre criptoativos que decorreram no país em outubro e novembro de 2021. “Mesmo com a incerteza da pandemia houve pessoas que vieram para Lisboa para falar sobre criptoativos.”