Elizabeth Holmes, fundadora e CEO da antiga empresa americana de serviços de saúde-tecnologia Theranos, foi condenada pelo Tribunal dos Estados Unidos da América por fraude a investidores com uma tecnologia de testes que prometia detetar doenças como o cancro ou a diabetes com apenas algumas gotas de sangue.
Acusada de 11 crimes de fraude, entre os quais três de fraude eletrónica, foi ilibada de quatro relacionados a fraude com os consumidores. De acordo com a BBC, Holmes negou as acusações com pena máxima de 20 anos cada uma. Ainda não há data marcada para a sentença, realizando-se na próxima semana uma nova audiência já que o Tribunal não chegou a um consenso sobre outras três acusações.
A ineficácia do teste começou a ser debatida em 2015 depois de uma investigação do Wall Street Journal concluir que a tecnologia não funcionava. Depois de quatro meses de julgamento e 30 testemunhas, entre as quais investidores e diretores de laboratório, que acusavam Elizabeth Holmes de saber que a tecnologia Edison era uma farsa, esta demonstrou pouca emoção quando o acórdão foi lido. Em sua defesa reconheceu os erros na operação da empresa, mas afirmou que nunca fraudou conscientemente pacientes ou investidores e culpou Ramesh “Sunny” Balwani, ex-sócio e ex-companheiro, acusando-o de abuso emocional e sexual. Balwani enfrentará agora julgamento no próximo mês no mesmo tribunal e por acusações semelhantes.
As três acusações de fraude eletrónica a Holmes estão vinculadas a investidores específicos na Theranos e envolvem o uso de emails para emitir declarações falsas em troca de dinheiro. A fundadora da antiga empresa conseguiu mais de 900 milhões de dólares, cerca de 800 milhões de euros, de Rupert Murdoch e de Larry Ellison, por exemplo.
Considerada a “próxima Steve Jobs” pela revista Inc., “a mais jovem bilionária” pela Forbes e uma das pessoas mais influentes pela revista Time em 2015, a empresária, agora com 37 anos, fundou a empresa Theranos – que encerrou em 2018 após o escândalo – quando ainda era adolescente.