A empresa que criou o software espião Pegasus está a ser processada pela Apple. A organização liderada por Tim Cook acusa o NSO Group de ter espiado os seus utilizadores dos EUA e pede que a empresa israelita seja impedida de usar software, serviços ou equipamentos da Apple para evitar mais abusos. A Apple junta-se assim ao coro de críticas e processos movidos por Microsoft, Meta Platforms, Alphabet ou Cisco, entre outras.
As empresas alegadamente lesadas acusam o NSO Group de contornar a segurança aplicada nos seus equipamentos e de vender a forma de o fazer sob a forma de ferramentas de hacking a governos estrangeiros. Noutra instância, o NSO Group defendeu-se argumentando que apenas vende os seus produtos a agências da aplicação da lei e de espionagem, assegurando ainda que toma medidas para evitar abusos, lembra a Reuters.
A Apple escreve, na queixa ao tribunal, que as ferramentas do NSO Group foram usadas em “esforços concertados para atacar clientes da Apple” e que “cidadãos dos EUA foram espiados usando spyware do NSO em aparelhos móveis que podem e atravessam fronteiras internacionais”. A empresa da ‘maçã’ acusa ainda que o NSO Group forneceu diretamente serviços de consultadoria aos atacantes, algo que não coincide com a versão israelita que sempre alegou que vende apenas as ferramentas aos clientes.
Mesmo sem o processo sentenciado, a Apple anunciou que vai doar 10 milhões de dólares, bem como a indemnização que venha a receber, a grupos de cibervigilância incluindo o Citizen Lab que descobriu os ataques do NSO em primeira mão.