A Apple anunciou na semana passada a intenção de monitorizar mais proximamente e eliminar “aplicações de encontros” da sua plataforma. Rapidamente se espalhou online a versão de que a empresa de Cupertino estava a apontar a mira a apps como o Grindr ou o Scruff, usadas principalmente pela comunidade LGBTQ+ e com muitos utilizadores a condenar essa proibição, especialmente durante o mês Pride, e a ameaçar ‘ir’ para o Android.
Um porta-voz da Apple veio agora clarificar que a empresa sempre baniu aplicações dedicadas à pornografia e que a alteração agora anunciada visa codificar estas políticas. Aplicações como o Grindr ou o Scruff não irão ser rejeitas com base nestas políticas. O objetivo é eliminar as apps que divulgam abertamente material sexual ou pornográfico, incluindo as que se ‘disfarçam’ de apps de encontros e que servem para facilitar a prostituição ou tráfico humano, sem que a Apple tenha referido quaisquer nomes para já.
Um porta-voz da Grindr não se mostrou preocupado depois de a Apple ter anunciado as alterações na WWDC da semana passada: “Temos uma forte e duradoura relação com a Apple. Segundo os nossos termos de serviço, a Grindr não permite solicitação de prostituição, bloqueia ativamente estas situações e bane os utilizadores que tenham estes comportamentos”, cita o The Guardian.
Apesar deste esclarecimento, membros da comunidade e organizações LGBTQ+ têm vindo a público manifestar descontentamento pela forma como a Apple representa um risco para os seus interesses, com a empresa a ser acusada de censurar algumas apps na App Store, especialmente fora dos EUA. Em maio, a Apple removeu várias entradas da loja de aplicações na China, incluindo apps de notícias internacionais e de encontros gay. Documentos citados por grupos de defesa como o Fight for the Future ou o GreatFire mostram 1377 restrições em 152 App Store de todo o mundo. A Apple discorda, dizendo que em muitos destes casos as aplicações foram removidas pelos próprios developers e não pela empresa.