Numa comunicação interna do fundador da Huawei para os funcionários, Ren Zhengfei pede que a empresa “se atreva a liderar o mundo” e aposte mais no desenvolvimento de software, uma área que está “fora do controlo dos EUA e permite-nos ter maior independência e autonomia”, numa alusão às sanções impostas na altura de Donald Trump. Com os bloqueios impostos pelos EUA, a Huawei admite maior dificuldade em produzir hardware de topo, que se distinga dos concorrentes, e pretende apostar mais no sistema operativo HarmonyOS, no sistema de Inteligência Artificial na cloud Mindspore e outros produtos de software.
Fruto do bloqueio decretado pela administração Trump em 2019 (e que não parece que seja revertido agora por Biden), a Huawei encontra-se numa situação em que não conta com o apoio técnico da Google para os seus aparelhos mais recentes e vedada do acesso aos Google Mobile Services nestes equipamentos, lembra a Reuters.
O fundador da Huawei pede que as equipas encontrem o caminho certo no desenvolvimento de software, aproveitem para “absorver nutrientes” das comunidades de código aberto e procurem criar programas que reforcem a posição na China, não deixando de visar a possibilidade de excluir os EUA. “Assim que dominarmos Europa, Ásia Pacífico e África, se os padrões dos EUA não coincidirem com os nossos e não pudermos entrar nos EUA, então os EUA também não podem entrar no nosso território”, apelou Zhengfei.
Também o presidente Eric Xu já tinha anunciado no passado o investimento de mil milhões de dólares no desenvolvimento de funcionalidades inteligentes de assistência à condução.