“Estamos preocupados com o rápido crescimento da utilização de combustíveis fósseis para minerar Bitcoin e realizar transações, especialmente de carvão, que apresenta o pior registo de emissões”, disse Elon Musk justificando assim a reversão da decisão de aceitar pagamentos em Bitcoin. Atualmente, a rede de cibermoeda necessita de cerca de 150 TWh para se manter em funcionamento, o equivalente ao que é preciso para todo o Egito.
Elon Musk apresentou um gráfico do Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index onde apontou para o aumento do consumo de energia anualizado. Apesar de se ter vindo a registar um aumento, não se pode dizer propriamente que o impacto ambiental era desconhecido em março, quando Musk fez públicos elogios a esta forma de moeda, lembra o ArsTechnica.
Um novo Tesla Model 3, feito e operado nos EUA, equivale a 8,85 toneladas de dióxido de carbono durante o tempo médio de vida esperado. Em março, quando a opção de pagamento em Bitcoin foi anunciada, o preço do carro seria de 1 Bitcoin, que representa uma pegada ecológica de 400 toneladas. Assim, as emissões poluentes necessárias para comprar o carro acabavam por ser mais representativas do que as emissões geradas pela produção e circulação do veículo. Às taxas de hoje, comprar o mesmo Model 3 com Bitcoin representa mais de 500 toneladas de emissões poluentes.
Apesar da mudança de decisão, Musk mostrou-se recetivo a aceitar pagamentos em criptomoedas, anunciando estar à procura de alternativas que sejam menos nocivas. Por outro lado, a empresa vai manter as Bitcoins que comprou há algumas semanas, revelando que a intenção é usá-las em transações quando a mineração passe a usar energias sustentáveis.