A decisão do Facebook foi tomada depois de sucessivas reuniões entre o CEO Mark Zuckerberg e o presidente francês Emmanuel Macron. O presidente francês, aconselhado pelo ministro Cedric O (filho de imigrantes sul coreanos), quer tomar a dianteira na regulação do discurso de ódio e na propagação de informações falsas. Além da habitual cooperação em casos de terrorismo e ataques violentos, o Facebook vai partilhar com a Justiça francesa também dados de identificação de quem divulgue discursos de ódio na plataforma, noticia a Reuters.
«É mesmo muito importante, eles só o estão a fazer para França», congratulou-se Cedric O, cujas reuniões com Nick Clegg, responsável de global affairs do Facebook, foram essenciais para desbloquear o tema. A batalha contra o discurso de ódio publicado onine tem sido uma das prioridades deste ministro.
O Facebook não comentou o tema publicamente, mas, ao concordar ceder os dados de identificação, está a colocar o discurso de ódio ao nível do terrorismo, retirando-o da componente de liberdade de expressão. Até aqui, a empresa não cedeu a identificação destes utilizadores por não ser obrigada a tal, sob as convenções legais em vigor e preocupada com a forma como essa informação poderia ser usada em alguns países.
O governo francês está a debater a possibilidade de multar em 4% das receitas globais as empresas tecnológicas que sejam acusadas e condenadas por não fazer o suficiente para remover conteúdo de ódio das suas plataformas.