Quantos mais anos conseguirá viver o “mundo dos telemóveis” sem a Nokia? Ontem, em Barcelona, a capital da Catalunha que nos próximos três dias é também a capital das comunicações móveis por albergar o Mobile World Congress 2016 (MWC16), o líder da Nokia confirmou que talvez já não seja preciso esperar muito mais: a marca finlandesa vai regressar aos telemóveis. Apenas a data está por definir, avisou Rajeev Suri: «Ainda não há nada agendado; não temos preço. Pode acontecer em 2016; ou pode acontecer mais tarde».
De acordo com a Cnet, a Nokia está apostada em regressar aos telemóveis, mas não deverá avançar sozinha. Depois dos anos dourados suportados pelas suas próprias fábricas, a marca nórdica pretende enveredar por um modelo de negócios que contempla parcerias com, pelo menos, uma empresa que deverá assegurar o fabrico dos terminais.
Rajeev Suri não descarta uma eventual parceria com uma empresa como a Foxxcon, que hoje fabrica grande parte dos terminais da Apple, mas a fabricante chinesa figura apenas no reino das hipóteses teóricas – até porque a Nokia ainda não terá fechado nenhuma parceria industrial até à data.
Suri faz questão de reservar para a Nokia um papel de liderança na futura parceria: «Queremos estar numa posição que nos permita desenhar os dispositivos, e ter ao dispor as medidas de controlo adequadas se os fabricantes não corresponderem às expectativas».
As primeiros notícias que dão conta da compra da unidade de telemóveis da Nokia pela Microsoft começaram a circular em 2013. A operação só viria a ficar concluída em 2014. A transação foi avaliada em 7,2 mil milhões de dólares (cerca de 6,4 mil milhões de euros).
Hoje, a Microsoft fabrica os telemóveis Lumia e tem o sistema operativo Windows Phone (com 1,1% de quota de mercado mundial no último trimestre de 2015, segundo a Gartner). Em contrapartida, a Nokia, durante este interregno de três anos, perdeu o trono do sistema operativo Symbian e tendo experimentado a sorte com o lançamento de um tablet Android recentemente.