É mais um dos efeitos provocados pela pandemia: o jogador de desportos eletrónicos (e-sports) que mais faturou em 2020 é Magnus Carlsen, norueguês de 30 anos, Grande Mestre e campeão mundial de xadrez desde 2013. Poderá estar a perguntar ‘mas desde quando é que o xadrez é um desporto eletrónico?’. A resposta está no facto de haver cada vez mais plataformas eletrónicas de xadrez, mais torneios exclusivamente digitais e mais jogadores dedicados a este formato.
Magnus ‘DrNykterstein’ Carlsen faturou mais de 510 mil dólares, o equivalente a 420 mil euros ao câmbio atual, em torneios online de xadrez na plataforma Chess24, segundo dados da empresa Unikrn, especializada em apostas em torneios de desportos eletrónicos e citados pela Forbes. Em segundo lugar surge James ‘Clayster’ Eubanks, jogador de Call of Duty (CoD), com ganhos de 373 mil dólares (~ 306 mil euros). A terceira posição é ocupada por Ian ‘Crimsix’ Porter, também jogador de CoD, que ganhou 368 mil dólares (~ 302 mil euros) ao longo de 2020.
Ainda de acordo com o mesmo ranking, o top 10 é dominado por jogadores do videojogo Call of Duty, que ocupam sete dos dez primeiros lugares. Além de Carlsen, os outros dois jogadores que conseguem figurar neste top 10 e que não jogam CoD são Paulo Vitor ‘PVDDR’ da Rosa, jogador brasileiro de Magic The Gathering, e Hikaru Nakamura, norte-americano que também é jogador de xadrez e recentemente assinou contrato pela equipa de e-sports TSM.
Este não é um top 10 habitual, já que os líderes desta tabela costumam ser as equipas vencedoras do The International, o mais valioso torneio de desportos eletrónicos do mundo. Dedicado ao jogo Dota 2, o volume de prémios supera os 30 milhões de dólares. Mas por causa da pandemia, em 2020 o principal torneio de e-sports do mundo não aconteceu. Assim como muitos outros, o que teve um impacto nas receitas dos jogadores.
Segundo a Unikrn, os 50 jogadores que mais faturaram em 2020 ganharam menos 80% do que a lista correspondente no ano de 2019 – os ganhos totais baixaram de 55 milhões para 11 milhões de dólares.
Um dos grandes perdedores do ano acabou por ser o videojogo Fortnite – apesar de ser dos que mais fatura a nível global e de estar entre os mais populares entre os jogadores casuais, os prémios relativos a torneios profissionais em 2020 foram 90% inferiores aos de 2019 – ano em que o jovem Kyle Giersdorf venceu três milhões de dólares no primeiro grande torneio internacional de Fortnite.
Entre os jogos que mais faturaram, Counter Strike: Global Offensive foi o que garantiu o maior ‘bolo’ de prémios: mais de 15 milhões de dólares, cerca de 12,3 milhões de euros.