Alguns dos maiores youtubers portugueses viram alguns dos respetivos vídeos bloqueados pela plataforma de partilha de vídeos por promoverem sites de apostas que não estão registados em Portugal nem cumprem a legislação nacional. Segundo a Rádio Renascença, o site Blaze.com, que está registado em Curaçao, nas Antilhas, foi bloqueado na sequência deste “caso”. Drakemall, outro site promovido pelos youtubers cujo registo também foi feito em Curaçao, acabou por não ser bloqueado por se encontrar numa denominada zona cinzenta da lei. Na lista de youtuber visados pelo bloqueio figuram Sirkazzio, Wuant e Windoh, Tiagovski, Bruno Mota, Miguel Alves, Jekas, Ovelha Pi, Diogo Costa, Ferp, Nuno Moura, Cardoso e Cabana André.
A notícia da Rádio Renascença recorda que a promoção de sites de jogos ilegais pode corresponder à prática de dois eventuais crimes: a experimentação do próprio jogo ilegal em vídeo, e a publicidade que lhe é dada.
De acordo com o Regime Jurídico dos Jogos e Apostas Online, a exploração e promoção de jogos online pode ser punida com um máximo de 500 dias de multa. Os youtubers podem ainda ser alvo de uma contraordenação que oscila entre 1750 e 45.000 mil euros e que está relacionada com a publicidade dada aos jogos de azar.
«Essa contraordenação pode ser aplicada à entidade exploradora, neste caso o anunciante, mas também a qualquer outro interveniente na mensagem publicitária, neste caso o próprio Youtuber e a rede social em causa», explica, quando questionado pela Renascença, Filipe Mayer, advogado especializado na área dos jogos que trabalha para a CCA Law Firm.
O Serviço de Regulação e inspeção do Jogo (SRIJ) também já comentou os bloqueios dos vídeos promocionais dos youtubers:« Sempre que o SRIJ deteta ou nos chega ao conhecimento que estão a ser realizadas ações publicitárias a sítios e operadores ilegais, desencadeamos diligências junto dos proprietários dos suportes utilizados com vista à cessação imediata da difusão da publicidade. Algumas dessas diligências incidiram sobre os proprietários das redes sociais, foco de maior preocupação pelos riscos de exposição dos consumidores de maior vulnerabilidade, como é o caso dos menores».