Vão ser vendidos 260 mil smartphones compatíveis com a quinta geração de redes móveis (5G), em Portugal, já no ano de 2020. O número é da empresa de análise IDC e deverá fazer com que os smartphones 5G representem 11% das vendas totais no final do ano – num total de 2,36 milhões de unidades.
De recordar que Portugal ainda não tem redes 5G comercialmente disponíveis – só recentemente é que foram definidos os requisitos para o leilão de espectro –, mas até ao final do ano vão existir, segundo a vontade do Governo, “duas cidades portuguesas com este tipo de cobertura móvel, uma delas no interior”, como ficou definido em Conselho de Ministros no início do mês de fevereiro.
Segundo Francisco Jerónimo, analista principal da consultora IDC, a compra de smartphones 5G não vai acontecer tanto por os consumidores quererem tirar partido da nova geração de redes móveis e da primeira leva de vantagens, como uma maior velocidade de débito em internet móvel, mas sim por causa da evolução tecnológica dos dispositivos, sobretudo no segmento topo de gama.
“Não quer dizer que as vendas de smartphones 5G estão a ser interessantes porque as pessoas querem um telefone 5G, estão a ser interessantes porque quem está a renovar um Samsung, um iPhone ou outro telefone, principalmente a partir de setembro, não o vai renovar porque é um 5G, vai renovar porque é a última versão”, justificou.
O verdadeiro salto deverá acontecer em 2022. “Daqui a dois anos, aí é que vamos sentir a aceleração rápida [de compra de smartphones 5G]. Até porque os próprios fabricantes vão deixar de oferecer ou lançar telefones 4G ou se lançarem vão ser modelos em níveis de preço específicos”, acrescentou.
A venda de smartphones 5G em Portugal deverá depois ser progressiva: segundo as previsões da IDC, 70% dos smartphones vendidos no mercado português em 2024 já vão suportar 5G. “Claramente vai haver aqui uma mudança ao longo dos próximos quatro anos na 5G”, sublinhou Francisco Jerónimo.